Capítulo 14

556 30 2
                                    

A semana passou a correr e eu mal consegui passar tempo com ele. Para além do dia da minha folga só nos vimos duas vezes. Ele tinha compromissos e eu estava demasiado cansada para o ver tão tarde. Eu devia ter feito um esforço, devia ter feito alguma coisa mas não fiz e arrependi-me. Sábado chegou e com ele o dia da partida dos rapazes. No dia anterior o Cal tinha-me mandado uma mensagem a perguntar se eu não queria ir despedir-me deles ao aeroporto mas eu não respondera. Estava demasiado mal para o fazer e não queria piorar a minha situação. Nessa manhã recebi outra mensagem dele, dizia que o voou deles era ás quatro e que se eu quisesse aparecer para me despedir que estava á vontade. Uma parte de mim queria ignorar aquela mensagem mas outra não o queria fazer. Queria ir ter com ele mas ao mesmo tempo sabia que isso me iria destruir.

*POV Cal*

Será que vem? Porque é que não responde? Tento afastar este pensamento da cabeça enquanto fasso uma última tentativa para arrumar a minha mala. Não quero ir mas tem de ser. Não a vi durante estes dias. Como será que está? Estará a aguentar-se? Suspiro e tento concentrar-me mais uma vez mas não consigo. Tenho de a ver pelo menos uma última vez. Tenho de me despedir não me posso ir embora assim. Reparo que não está ninguém no quarto pelo que tenho uma chance de fugir. Agarro o meu telemóvel e avanço até á porta. Espreito para ver se ninguém me apanha e corro até ás escadas do hotel. Felizmente só estamos hospedados no terceiro andar pelo que não tenho de descer muitas escadas. Lá fora estão algumas fãns. Não tinha pensado nelas. Tento escapar-me pela cozinha do hotel e consigo fazê-lo. Chamo um taxi e indico-lhe as coordenadas para a casa da Ana.

*POV Ana*

Tenho de me despachar para o trabalho, pensei. Vesti-me e saí á pressa de casa com um peso enorme na consciência. Não lhe tinha dito nada. Nem que sim nem que não. Suspirei e desci o elevador. Quando cheguei cá em baixo vi um taxi estacionado em frente ao meu prédio ignoreio e entrei no carro do meu patrão.

*POV Cal*

Toco á campainha. Ninguém atende. Será que não tá em casa?, penso. Ela não está e agora? Encosto-me á parede e lágrimas vêm-me aos olhos. Nunca mais a vou ver, penso. Não, eu tenho de a ver! Mas como? O trabalho dela, ela deve ter ido trabalhar. Desço no elevador e volto a entrar no taxi para ir á sua procura. Quando chego ao seu trabalho está fechado. Mas como? Onde raio é que ela se meteu? Estou a desesperar tenho de a ver tenho mesmo de a ver.

*POV Ana*

O meu chefe foi buscar a minha colega á Mexilhoeira pelo que demorou meia hora a chegar á praia da rocha. Quando lá chegamos não havia nada fora do normal. Estava tudo com dantes mas estranhamente sentia que algo ali faltava. Talvez quem aqui falta é ele, pensei. Não, não penses nele se não vais chorar. Afastei o pensamento da minha cabeça e pus mãos á obra.

Era uma e meia e a minha mãe ligou-me.

-Ana então querida tás a trabalhar?

-Sim, porque é que não haveria de tar?

-Não era hoje que o teu amigo se ia embora?

.Sim é.

-E então o que é que fazes aí? Devias era tar com ele no aeroporto.

-Mãe....-suspirei- tu não por favor.

-Eu não o quê? Não é para isso que as mães servem? Ana ele vai-se embora, tens a certeza de que queres que ele se vá embora sem se despedir de ti e tu dele? Tens a certeza?

-Sim tenho chau.

-Ok tu é que sabes.

Desiguei o telefone e continuei a trabalhar. Passada meia hora estava a trabalhar que nem uma desalmada quando algo me chamou á atenção. Era um mendigo com um daqueles cartazes que geralmente dizem que ele precisa de dinheiro. Mas só que este não dizia nada disso. Estava escrito "Não o deixes fugir ele ama-te. Ass: Calum". Ele tinha-me deixado uma mensagem. Rapidamente o meu corpo agiu sem pensar. Tirei o avental e corri.

-Mas onde é que pensas que vais?

-Atrás do amor da minha vida.- disse com um sorriso na cara.

Tirou o telemóve do bolso e liguei á minha mãe. Disse-lhe que queria vê-lo e ela veio buscar-me. Seguimos de carro até Faro. Ainda era uma hora de caminho e o voou dele era ás quatro o que significava que o check-in devia ser ás três e tal. Disse á minha mãe para ir mais depressa. Entretanto tentei ligar-lhe mas ele não me atendeu o telefone. Que raiva quando mais queremos que as pessoas atendam isso não acontece. Eu preciso de o ver, pensei, nem que seja uma última vez. A minha mãe acelerou e tentou chegar o mais rápido que pôde a Faro mas quando lá chegamos já eram três e quinze. Saí do carro enquanto ela foi estacionar e corri. Entrei dentro do aeroporto e procurei mas nada. Dei voltas e voltas perguntei aos seguranças mas ninguém me sabia responder. Não queria desistir mas sabia que não tinha outra hipótese. Ele certamente que já deveria estar a embarcar no avião e eu não tinha tido a oportunidade de lhe dizer o quanto ele significava para mim. Caminhei pelo o aeroporto para regressar e dizer á minha mãe que ela tinha feito a viagem em vão. Ao longe vi-a correr na minha direção esperançosa. Mas rapidamente a sua expressão se alterou mal eu abanei a cabeça em sinal de negação. Ela apressou-se a correr para mim e eu abracei-lhe e chorei no seu ombro. Quando levantei a cabeça ela disse-me:

-Ana não fiques assim filha...

-Mãe eu nunca mais o vou ver...

-Mas não há outra maneira, quer dizer vocês têm o contacto um do outro não é?... Já tentas-te ligar-lhe?

-Já mas ele não atende.

-Tenta outra vez.

-Ok.

Tentei outra vez. Peguei no telefone e marquei o número dele. Estava tão concentrada a fazê-lo que não reparei que a minha mãe me chamava.

-Ana...Ana...- deu-me uma palmadinha no braço e eu levantei a cabeça- Acho que já não vai ser preciso.

-Anh?

Apontou para a zona atrás de mim e depois tudo aconteceu em camera lenta. Eu virei-me e há medida que me virava apercebi-me que era ele. Eu não queria acreditar. Lágrimas vieram-me aos olhos ao mesmo tempo que sorria.

-Calum...- disse num sussurro.

-Eu sabia que vinhas.-disse ele.

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora