Capitulo 97

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-Calum sabias que os rapazes estão a fazer greve de fome?!- meio que me rio. Esta noite vim mais tarde do que é usual. Costumava vir todos os dias depois das 6. Hoje como foi dia de exames médicos só pude estar com ele depois das 8 e meia. Tenho dormido estas noites todas aqui ao seu lado. Passaram-se três dias e o estado dele vai melhorando. Lentamente, mas vai. As minhas costas é que começam a reclamar. Já me deram alta do hospital. A minha família voltou para o país de origem. Não fazem cá nada só estorvam, como diz o meu tio Júlio. Estou hospedada na casa dos rapazes. A família do Calum também lá está a viver momentaneamente. Todos os dias tenho rezado a deus para que o traga de volta. O médico ainda não nos disse nada sobre os exames mais recentes mas estamos todos á espera.
-Os rapazes querem á força toda ver-te. Eu já pedi aos médicos mas eles dizem que não. Já é bom de mais eu estar aqui contigo. A tua mãe também já fincou pé mas fazer o que?! Burros que nem a porta e sensibilidade zero..- suspiro.- Sei que ias ficar contente se eles viessem. Dizem que ainda não é muito seguro receberes visitas. Pode ser que melhores o suficiente para que eles possam vir. Tens que melhorar babe. Os teus amigos querem ver-te.
Olho para o rapaz adormecido ao meu lado. A barba inexistente que tinha é agora visível sob a sua pele. Os hematomas começam lentamente a desvanecer-se e ele vai a cada dia que passa, ganhando mais aspeto do Calum que conheço. A enfermeira entra no quarto e informa-me que o médico responsável já tem o resultado dos exames. Ajuda-me a sair e a juntar-me aos outros no corredor. A família do Calum está aqui. A mãe dele encontra-se á entrada da porta. Assim que me vê agarra-se a mim a chorar. Mas que raio?! O que é que se passa?!
-Thank you so much!!!- ela diz e eu olho para ela com cara de caso. Explicam-me que ele melhorou significativamente desde ontem até hoje. O traumatismo diminuiu significativamente e ele vai poder ser transportado para outra zona hospitalar. Agora só resta esperar que acorde. O inchaço diminuiu e ele está livre de perigo. O único senão nisto tudo é não saber até que ponto o edema provocou estragos no seu cérebro. O avanço deixa-me feliz. Apesar de saber que pode ter lesões motoras sei que isto é uma boa notícia dentro do mal! As lágrimas teimosas teimam em cair e deixo-as correr livremente. Abraço a mãe dele e relembro-me da conversa que tive com ele ontem. Dá-me vontade de rir porque falei com ele sobre sexo. Eu sei porque é que ele voltou... Rio-me interiormente para ninguém desconfiar e a minha alegria de viver volta como uma flecha! Ele vai voltar, eventualmente mas vai!
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-Calum para!- digo a sorrir para a pessoa mais importante da minha vida. É o nosso primeiro natal juntos. As luzinhas que decoram agora a casa que alugamos brilham entre o vermelho, o verde, o azul e o amarelo. Cheira a bolos ou como o Calum diz, a diabetes. A minha barriga é enorme. Estou grávida de 7 meses. O Calum tenta levantar-me para eu poder colocar a estrela na árvore. Não acho que seja muito boa ideia visto que tenho um barrigão enorme e ele é fracote.
-Calum!- volto a avisar enquanto me rio. Ele para por fim e decide que tem que ir buscar um escadote. Já não era sem tempo! Este rapaz só se lembra das coisas depois de eu me rir á sua custa! Não é que me queixe, a felicidade é sempre bem vinda. Sobe acima deste mas algo corre mal e ele acaba por cair no chão. Embate com a cabeça com força no pavimento alcatifado. Corro para o acudir mas ele não acorda.
-Acorda!!- grito e abano-o ao mesmo tempo e parece que o pesadelo volta para me assombrar.
Algo me desperta para o mundo real! Tenho o coração acelerado e a respiração é errática. Foi só um sonho, penso. Estou deitada na cama que me foi atribuída. Decidi passar a noite fora do hospital. As minhas costas estavam a dar cabo de mim. A minha perna dá sinais de vida e lentamente transporto-a para fora da cama com a ajuda do braço que tenho bom. A meia luz da madrugada não me cega e permito-me ouvir o constante movimento da cidade de los Angeles. A zona onde estamos não foi afetada. É uma zona nova, com edifícios de construção anti-sísmica. O terramoto destroçou milhares de vidas, a minha incluída. Mas felizmente ele ainda se encontra vivo. Decido vestir-me. Tem sido difícil ultimamente visto que me encontro momentaneamente invalida, mas lá tenho conseguido sobreviver. Passou uma semana desde que se deu a catástrofe, hoje é o sétimo dia. Os religiosos dizem que no sétimo dia deus descansou. Também ele me podia dar descanso no coração e fazer o Calum acordar. Segundo os médicos dele já não vai necessitar de suporte de vida. A máquina regular que o auxiliava a respirar vai desaparecer. Preocupo-me é com o estado do cérebro dele. Agora que uma preocupação se foi e ele está livre de perigo tenho outra na cabeça. Suspiro. Ao vestir as calças de fato treino uma dor aguda preenche as minhas terminações. Isto é mais difícil do que pensava!

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora