Capítulo 10

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Será que está chateda comigo? Não quero que o fassa mas continua sem me falar. Olha pela janela á medida que lá fora a paisagem passa. Tenho de fazer alguma coisa não é muito o tempo que ainda nos resta e eu não quero perdê-la. O tempo é uma coisa demasiada preciosa para se desperdiçar especialmente no que toca a ela. Entrelaço a minha mão na dela com a esperança de que o seu humor melhore. Quero pôr o braço á sua volta mas tenho medo de que possa ser demais. Ela olha para as nossas mãos e franze o sobrolho. Fica tão fofa quando o faz. Eu continuo a observar todos os movimentos que faz, quero perceber se ela já está bem e esta é a única maneira. Ela volta a olhar para a janela e eu aperto os seus dedos na esperança de passar-lhe algum conforto, pois o que quero mais nesta vida é fazê-la feliz e reconfortar-lhe.

*POV Ana*

Olhei fixamente na direção da janela depois de ele me ter dado a mão. Porque é que me sinto tão confusa?, pensei. Será que ele não vê que me faz mal? Deixa-me triste e com vontade de chorar, eu disse que queria que fosemos só amigos e na primeira oportunidade que tem tenta beijar-me. Mas tu querias ser beijada por ele minha parva, disse-me o meu consciente mau. Pois querias, concordou o meu subconsciente bom. Ora bolas para o meu corpo traidor, pensei eu, mas a verdade é que eu queria mesmo ser beijada por ele. Aqueles lábios super perfeitos que ele tem, queria senti-los nos meus. Mas não sentiste porque és burra, disseram-me ambos os meus subconscientes. Eu queria mas não podia, não podia mas queria. Ai que frustração eu deiva era fazer como ele me diz, pensei. Devia esquecer as merdinhas todas que me afastam dele e cagar no assunto. Mas o problema é quando ele se for embora. E se eu me apaixonar ainda mais? Mesmo que não me apaixone já vai ser dificil o suficiente sem ele aqui, se eu me apego mais a ele não sei o que fazer. Mas por um lado eu quero assério que quero deixar todas as coisas que me impedem de continuar a gostar dele para trás. Quero fazê-lo porque gosto mesmo dele. Então porque é que não fazes?' disse-me o meu subconsciente. E com este pensamento na cabeça virei-me para o encarar. Vi que me olhava fixamente e com cautela, provavelmemte para avaliar a minha disposição. Sorri para ele, foi um sorriso que dizia está tudo bem e ele retribuiu-me com o maior e mais bonito sorriso que eu vira em toda a minha vida. E tudo o que acontecera ainda á pouco se desvanecera como fumo. Eu não conseguia estar chateada com ele. Mas estava chateada com ele?, perguntei a mim mesma. O que é que ele fez? Simplesmemte tentou demonstrar o seu afeto por mim, e eu afastara-o. Quanto tempo iria ele aguentar? Não poderia ser para sempre não é? Suspirei e afastei os pensamentos todos da minha cabeça e voltei a olhar pela janela. 15 minutos depois da minha mãe me ter ido buscar chegamos ao pavilhão onde o meu irmão jogava. Ele jogava hóquei em patins e ainda joga, só que jogava nos infantis. Chegamos ao pavilhão e entramos pela lateral, onde os adeptos entram. O pavilão estava quase cheio. Procuramos quatro lugares e sentamonos. As raparigas estavam a jogar e o H.C.P (Hóquei Clube de Portimão) estava a ganhar por 3-0.

-Onde é que está o teu irmão Ana?-perguntou-me a minha mãe.

-Não sei. Queres que vá procurar?

-Sim vai lá e diz a ele para vir aqui dar-me um beijo.

-Ok. Cal queres vir comigo?

-Ok pode ser.

Descemos as bancadas e fomos procura-lo. Ele estava na casinha dos equipamentos. Lá dentro estavam 7 rapazes e o meu irmão.

-Epá, olha a irmã do rochinha.-disse o Tomás.

-Rochinha olha a tua irmã.-disse o que Ricardo.

-Então mana?! A mãe já tá aí?

-Yh e ela diz que quer que vás ali ter com ela.

-Tá já vou.

-Quem é esse?-perguntou-me ele.

-Este é o Calum, mas podes chamar-lhe Cal. Cal este é o meu irmão joão, mas podes chamar-lhe Rochinha.

-Então puto.-comprimentou ele o meu irmão.

-Então.-disse o meu irmão.

-Bom vamos embora Cal?-perguntei-lhe eu.

-Yh bora.

Ele encaminhou-se para fora da casinha e enquanto estava lá fora o meu irmão perguntou-me baixinho para ele não ouvir:

-É teu namorado?

-Não João é um amigo. E se fosse namorado qual era a cena?

-Não era nenhuma, simplesmente pensava que gostavas aqui do joão macaco.

-Não nem por isso.- e á medida que o disse virei costas e fui ter com o Cal.

O João a que o meu irmão se refeiriu tem 16 anos, e é mais novo que eu um ano. Naquela altura tinha 15, mas ele parece muito mais velho do que é. Já tinha barba aos treze e é bem construido. É bonito e tem os olhos castanhos e cabelo escuro e curto. Sempre tive uma ligação com ele desde que o conheci, não sei porquê mas sempre clicamos um com o outro. E ele sempre gostou de mim, mas por amor de deus é um puto. Tem mentalidade de criança, especialmente porque anda com putos, isto para se sentir melhor com ele próprio. Digam lá se não é atitude de criança? Mas continuando com a minha história. Sentamonos nas bancadas junto da minha mãe e eu disse-lhe que o meu irmão ia já ter conosco.

-Então é por isso que gostas tanto de hóquei?-perguntou-me o Cal.

-Sim e não.

-Como assim sim e não?

-Sim porque o meu irmão joga, e não porque eu já joguei e é também por isso que gosto do desporto.

-Já jogas-te hóquei?- perguntou incrédulo.

-Qual é o espanto, eu sou mais forte do que pareço.

-Ahahahahahha então tenho de ter cuidado contigo.

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora