Capitulo 96

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Sou acordada por um leve abanão. Que horas serão. Observo a pessoa que me acordou a meu lado e em seguida viro a cara para observar o corpo inerte á minha frente. O ar é lhe expelido dos pulmões com auxílio á máquina que tem agarrada a ele. As lágrimas voltam e constato que nada mudou desde ontem. Ele ainda se encontra como estava. A irmã do Calum olha-me com tristeza. Contenho mais uma vez a torrente que se enche nos meus olhos.
-How are you?!
-Alive.- digo simplesmente e a minha frase de eleição volta para assombrar o meu pensamento.- Did I sleep here?!- pergunto.
Ela acena e faz-me festas nas costas. É reconfortante mas ao mesmo tempo é a sensação mais sufocante do mundo. -Mali he is going to be ok, isn't he?!- pergunto.
-He's a strong guy!- diz ela mas sei que não sabe se acredita nas palavras que profere. Também ela tem lágrimas nos olhos. -He's going to come back! He as too! He as his fiancé wanting for him, he's going to come back you'll see!!-profere e aperta-me o ombro que não está magoado. Somos interrompidas por uma enfermeira. Avisa-nos que vamos ter que sair para ela poder tratar da higiene dele. A Mali ajuda-me a sair do quarto dele e quando me viro para lhe dar uma última olhadela observo o dorso dele repleto de nódoas negras. A tristeza invade-me e desvio rapidamente o olhar. Custa tanto ver uma pessoa de quem se gosta mal! Custa mesmo muito! Ela conduz-me de volta ao meu quarto e depois de me perguntar se está tudo bem comigo e se preciso de alguma coisa vai-se embora. Sei que também ela está mal com esta situação. Se fosse com o meu irmão não sei o que faria! Pego no meu telemóvel e faço uma coisa que sei que decertesa me vou arrepender, mas tem que ser. Para ganhar esperança tenho que fazer de tudo! O Twitter está carregado de mensagens de "we love you Calum!". As lágrimas não parecem deixar-me em paz e dou por mim a chorar outra vez. Acabo também eu por Twittar alguma coisa.
"Come soon baby! I'm waiting for you 😭"
Em questão de segundos fico com a caixa de notificações cheia, a abarrotar, e bloqueio o telefone porque tenho medo da negatividade que possa surgir. A minha porta é aberta e a minha mãe entra. Senta-se na cadeira, não sem antes me dar um abraço apertado.
-Foste vê-lo?!- pergunta-me.
Aceno com a cabeça.
-E então filha?!
-Ele está em tão mau estado mãe...-pronto o cloreto de sódio volta em força! Ela apressa-se a abraçar-me e o conforto que me trás acalma-me em parte. -Eu quero tanto que ele volte! Eu preciso que ele volte!
-Eu sei filha, eu sei...
Continuo agarrada a ela até me acalmar e quando por fim me acalmo pergunto-lhe de novidades. Conta-me as cusquices todas mas não presto assim muita atenção ao que diz. O meu pensamento está no rapaz de olhos castanhos. Eu quero ver os olhos dele outra vez, preciso que isso aconteça!
-O que é isto?!- a minha mãe tira-me dos pensamentos destruidores quando me agarra na mão direita. Observo o anel simples de diamantes que era suposto ter-me sido dado noutra altura que não esta.
-Foi encontrado na mão do Calum.- digo simplesmente. Não me quero demorar muito neste assunto porque sei que vou chorar se o fizer.
Ela observa o anel com olhos de ver e constata que é bonito. Pois é e devia ter-me sido posto por ele! Fico calada a observar a preciosidade enquanto ela se põe com parvoíces do sabes que és muito nova e tretas! Sinceramente estou-me nas tintas para isso agora. O que me interessa mesmo é saber se ele vai acordar ou não.

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São sei e meia da tarde. Já jantei. Comida de hospital não é lá grande espiga mas a minha fome também não é muita. Já perdi 3 quilos e meio á conta destra brincadeira! Suspiro para os meus pensamentos idiotas. O meu peso é o menor dos meus problemas agora! Quero que ele volte. Gostava de o ir ver outra vez mas não sei se me vão deixar fazê-lo. A porta abre-se e como que respondendo às minhas preces a enfermeira de ontem ajuda-me a mudar-me para um meio de transporte movível. Encaminha-me para a ala de cuidados intensivos e quando lá chego os pais do Calum saúdam-me. Explicam-me que falaram com o médico dele e que combinaram que a partir de agora irei passar pelo menos duas horas por dia com ele. Eu até agradeço o favor que me fazem. Parece que de ontem pra hoje houveram melhorias, pequenas, mas melhorias no estado de saúde dele. Os médicos concordaram em deixar-me ficar com ele e á medida que entro no quarto agradeço a Deus ou o que quer que seja pela oportunidade. O voto de confiança que depositam em mim é enorme! Sou depositada no mesmo lugar que ontem. Agora a impressão não é tanta! Ainda assim custa-me olhar para o sofrimento do rapaz que tenho á frente. Não que ele demonstre alguma coisa. Encontra-se num estado adormecido, pacífico. Queria tanto que ele acordasse...
-Calum sou eu.- profiro meio a medo.- Voltei e nem tão cedo te livras de mim...- lágrimas formam-se no meu olhar. Já perdi a conta as vezes que chorei neste dois dias.-Babe a minha mãe já sabe que me pediste em casamento. Acho que é bem capaz de te arrancar os tomates.- sorrio com a minha própria afirmação. Sei que se ele me estiver a ouvir vai achar piada. Não deixa de ser um sorriso amargo. Relembro-me de todos os momentos que passamos juntos. De todas as promessas que fizemos, de todas as coisas de dissemos um ao outro, do sentimento... Não consigo aguentar isto. É tão difícil, não quero viver numa vida onde não o tenha presente, não vou aguentar se assim o tiver que ser. Encosto a cabeça á mão dele. Esta está quente e contrasta com a pele fria do meu rosto. Pode ser que o choque térmico o acorde. Olho para ele. Permanece adormecido. Porque é que ele não acorda?! Porque é eu ele não volta?

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Double update!! Já não publicava á tanto tempo e só hoje é que me lembrei disso. Sorry ;). Bom vou ser breve e só queria deixar um comentário aqui porque vocês merecem. Obrigado por lerem, aqueles que ainda leem e obrigada aos novos leitores! Eu fui beijocas da anocas cara de chulé( não sei o que me deu e nem sequer rima enfim)

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora