-Ana?- ela volta a perguntar.- Estás aqui?
-Sim mãe!- apresso-me a responder-lhe.
-E agora?- sussurra ele.
-Veste-te.- digo. Ele apressa-se a levantar-se e a vestir a roupa.
-O que é que a tolha faz aqui fora?- pergunta a minha mãe.
-Hum....eu deixei-a cair.
-És sempre a mesma coisa.- diz ela.- Nem num sitio publico tu és arrumada.
-Oh mãe não me chateies!- digo e vasculho a casa de banho à procura de alguma coisa para vestir.
-O que é que estás aí a fazer?- pergunta ela.- Ainda estás a tomar banho?
-Não, estou a lavar os dentes.- digo em tom de desculpa.
-Então porque é que tens a porta fechada?- ela volta a perguntar. Percebo que desconfia de alguma coisa, pois o seu tom de voz é de poucos amigos.
-Hum...porque é que eu tenho a porta fechada?
-Sim! Por que raio é que tens a porta fechada?
-Então... é porque... não gosto de lavar os dentes com a porta aberta.- digo.
-Ana, tens a certeza de que não se passa nada?- Sinto que ela se aproxima da casa de banho, pois ouço os seus paços do lado de fora.
-Calum, vai lá para dentro.- digo-lhe e ele enfia-se no poliban. Agarro na camisola que ele tem na mão e visto-a. Corro a cortina e vasculho o lugar à procura de uma escova de dentes. Encontro-a e ponho pasta de dentes nesta, mesmo a tempo de a porta se abrir. Escovo os dentes, e tento adotar uma expressão descontraída, apesar de o meu coração estar mais acelerado que eu sei lá. Olho para ela e encolho os ombros, voltando a olhar para o meu reflexo no espelho. Ele semicerra os olhos e repara na camisola que tenho vestida. Esta dá-me até quase aos joelhos, pelo que não dá para ver que não tenho roupa interior.
-De quem é essa camisola?- ela pergunta num tom de voz inquiridor.
-Do Calum.- digo numa voz descontraída.
-E porque é que tens uma camisola do Calum vestida, posso saber?
-Hum talvez porque ele é meu namorado.- digo e faço uma careta de como quem diz duh?
-E como é que tens uma camisola do teu namorado, posso saber?
-Talvez porque ele ma deu, não?- volto a fazer essa careta e acabo de lavar os dentes.
-Sim, mas eu não me lembro de te ter trazido essa camisola.
Cuspo a água que tenho na boca e respondo-lhe.
-Mas trouxeste. Estava no monte de roupas que me trouxeste.- digo.
-Estava?- pergunta.- Não me lembro disso.
-Estava mãe. Então diz-me lá de que outra maneira é que eu poderia ter arranjado a camisola dele?
-Não sei.- diz ainda não muito confiante do que lhe digo.
-Vês?! Não há outra maneira. Eu nunca saí daqui e ele não se despiu aqui ou coisa parecida.- Sinto que estou prestes a corar devido ao facto de ter estado, nem à menos de cinco minutos com ele, nesta mesma divisão, naqueles preparos. Tenho de me controlar e para disfarçar saio da casa de banho, em direção à pilha verdadeira de roupa. Vejo que ele espreita para dentro da casa de banho e quase tenho um mini ataque cardíaco. Para a distrair agarro-me à cabeça e finjo uma tontura. Não é muito bem pensado, porque segundos depois ela já esta fora do quarto a gritar por alguém. Aproveito o tempo que tenho e visto-me rapidamente, dou a camisola ao Calum e tiro-o da casa de banho. Quando ele está prestes a passar a porta a minha mãe entra no quarto com um médico ao lado. Quando lhe vê, quase que grita, mas depois lembra-se de que nem à menos de três minutos eu estava a sentir-me mal.
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Distance ( Calum Hood fan fic)
Roman pour AdolescentsComo pode ser possível conheceres alguem que vive a dezassete mil seicentos e cinquenta e seis quilómetros de ti?! Ana é uma estudante de ciencias que vive num país pequeno com apenas dez milhões de habitantes. A sua cidade natal é um desterro já pa...