Capítulo 46

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Estou instalada numa espreguiçadeira a ver o mar. O Calum está ao meu lado. Olho para ele. Tem os olhos fechados e ressona baixinho. Tenho vontade de rir, mas depois tenho uma ideia.

...

-Gastón, segure nisto para mim.- Entrego-lhe o meu telemóvel que entretanto filma toda a cena. Ele tem as duas mãos estendidas pousadas nos braços da cadeira. Com cuidado encho cada uma das suas mãos com chantilly. Tento ao máximo não rir para não estragar a partida. Com uma pena fasso movimentos circulares em volta do seu nariz. A Natalia segura numa tarte com a mão, á sua frente. Ele franze o nariz na esperança de sacudir a pena. Continuo com a tortura até que uma das mãos dele lhe cubra a cara. Quando o creme lhe toca ele acorda e levanta-se fazendo com que embata mesmo no meio da tarte. Todos nos rimos e ele tenta tirar os bocados de doce do rosto.

-Cal sorri!- digo apontando para a câmera.

Quando se apercebe levanta-se e persegue-me enquanto tento fujir. Á medida que me segue vai limpando a tarte dos olhos e isso faz com que tudo fique uma desgraça. Quando me agarra, pela cintura, esfrega o cabelo e a cara no meu pescoço, o que resulta em eu ficar toda suja.

-Calum!!!!!!- grito.

-Tu é que pedis-te!- diz ele enquanto abana a cabeça mais.

Pedaços de tarde voam para a minha cara e cabelo enquanto o faz. Rio-me pois faz cocegas. Ele também se ri. Agarro o seu cabelo e isso faz com que as minhas mãos fiquem imundas com chantilly. Lembro-me que a câmera ainda está a filmar.

-Gastón já pode parar!- digo a rir.

-Mas menina, como é que isto se desliga!?- diz ele.

-E só carregar no botão.- digo. Agora o Cal está a levar-me para dentro.- Põe-me no chão!!- grito e rio ao mesmo tempo.

-Não!- grita ele com um sorriso.- Vais aprender a não me pregares partidas!

-Calum!!!- volto a gritar. Ele pousa-me no chão.

Ele desaparece dentro do barco e eu fico à espera. Entretanto o Gastón dirige-se a mim para me entregar o telemóvel. Paro a gravação e ponho o telemóvel numa mesa ali perto.

-Hey pssst!?- ouço e depois viro-me. Sinto algo molhado e fofo ao mesmo tempo bater-me na cara. Tenho a cara toda coberta de tarte. Rio-me. Limpo a tarte dos olhos para encara-lo a olhar para mim e a rir.

-Smile for the câmera baby!- diz ele. Tiro tarte da cara e atiro-lhe. Ele baixa-se mesmo a tempo e a tarte acaba por embater na cara na Natalia. O Gastón afasta-se ainda com o telemóvel do Cal na mão. Filma toda a cena. Eu e o Cal começamos uma luta de comida. Há tarte espalhada por toda a parte.

-Mas o que é que se passa a...- sem querer um de nós atira um pedaço enorme de tarte à cará do capitão interrompendo-o. Paramos os dois de fazer o que estamos a fazer e entreolhamo-nos preocupados. Ele pega no bocado que tem na cara e atira-o para p chão. Depois vai-de embora zangado.

-Omg estamos feitos!- digo para o Cal.

-A ideia foi tua!- diz ele apontando para mim.

-Sim mas tu também ajudas-te.

Ele regressa com as mãos atrás das costas.

-Ao ataqueeeeeeee!!- grita ele quando nos atira com uma tarte a cada um. São tartes mini. Rapidamente pegamos em pedaços de comida do chão e continuamos a luta.

...

Já tomei banho. Estou agora a maquiar-me. O Calum insistiu que nos vestisse-mos em separado. Já estamos em terra. Depois da brincadeira da tarte o capitão deixou-nos mergulhar no mar para nos limpar-mos. No barco não têm condições para se tomar banho. Seco o meu cabelo quando acabo o serviço e estico-o. Tenho base, rímel e gloss. Não é muito mas eu gosto assim, muita maquiagem faz-me a pele pesada e eu não gosto dessa sensação. Visto o meu vestido quando acabo de esticar o cabelo. O meu vestido é azul bebé. É cai-cai e fluido. Na zona do peito é enrugado e a saia é caída e fluida. Dá-me pelo joelho e é lindo. Quando cheguei ao quarto tinha-o em cima da cama. Juntamente com este haviam umas plataformas de verão. Vesto o vestido e calço os sapatos. Devo ter ganho uns bons dez centímetros. Alguém bate à porta.

-Já está pronta?- perguntam.

-Ainda não, mas está quase.

-Muito bem. O menino Hood já está preparado. Ele espera-lhe junto à piscina.

-Ok, obrigada. Eu vou já ter com ele.

Coloco o colar que ele me tinha dado no pescoço. Verefico mais uma vez a minha aparência no espelho e saio do quarto. Caminho pelo corredor da casa e dirijo-me à parte traseira desta. O jardim está todo iluminado por velas. Um enorme piano que não estava ali antes, encontra-se agora no enorme relvado. Sentado ao piano está um senhor que toca uma doce melodia. Passo a soleira da porta da varanda e sou ajudada por um empregado muito bem vestido a descer as escadas que dão para o jardim. Encaminho-me para o jardim e passo pela piscina que se encontra mesmo em frente á porta por onde saí, contornando a casa. Antes de pisar o relvado o pianista acaba a maravilhosa melodia que estava a tocar. Agora um quarteto de cordas dirige-se para onde o piano está. Eles sentam-se em cadeiras e a banda sonora da Bela o Monstro é tocada pelos cinco. Caminho sozinha e ouço alguém cantar.

-Tale as old as time

True as it can be

Barely even friends

Then somebody bends

Unexpectedly

Just a little change

Small, to say the least

Both a little scared

Neither one prepared

Beauty and the Beast

Sigo sozinha e lá ao longe avisto uma mesa para duas pessoas. O caminho é iluminado por velas de cada lado e pétalas de rosa, vermelhas e brancas estão espalhadas pelo chão. Avisto-o de fato lá ao longe. Sorrio e encaminho-me para ele. Chego ao pé dele e ele tem uma rosa na mão. Estende-me a flor e beija-me a cara. Sorri e dou uma pequena gargalhada. Encaminha-me para a mesa e puxa a cadeira para eu me sentar. Depois senta-se. A música de fundo ainda é ouvida. Não podia estar mais feliz. O meu namorado é sem dúvida a coisa mais amorosa que existe.

-Estás tão linda!- diz ele a sorri.

Coro com o seu elogio.

-Obrigada, tu também não estás nada mal.

-O quê!? Este farrapo velho?- diz ele enquanto passa as mão nos braços como se tivesse a tirar o pó.

Rio-me com o que diz e reviro os olhos.

-Sim mesmo com esse farrapo velho!

Ele também se ri. Apoio a cara numa das mão e observo-o. Ele pega-me na outra mão e vai brincando com esta. Um empregado vem e isso faz-nos interromper o contacto. Ponho-me direita e dou espaço ao senhor para ele colocar um prato á minha frente. Este está tapado pelo que não fasso a minima ideia do que seja a comida. Ao fim de uns segundos levanta a tampa e eu avisto a minha comida favorita. Isso faz-me ficar logo com fome e as minhas glândulas salivares dão sinal de vida, fazendo-me água na boca.

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora