NOVE

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13 de agosto de 2016.

— Como ele bateu em você?

Era sábado. Duas da tarde.

Estava em minha casa com Bianca. Assistíamos a um filme de comedia do Eddy Murfy. Não comíamos pipoca com refrigerante e sim biscoitos de chocolate e refrigerante. Contei a Bianca o que aconteceu comigo ontem, é claro que ela ficou chocada e muito mais chocada quando soube que Romeu entrou em minha casa, e trouxe uma torta de chocolate. Que na verdade estava de lamber os dedos. Eu poderia fazer uma torta daquelas, ficaria ainda muito melhor! Bianca não a quis provar, dizia que estava envenenada, que eu deveria expulsar ele da minha casa e jogar a torta fora. Era o que eu deveria ter feito! Não é?

— Mas a minha mãe iria ficar louca comigo.

— Tinha que dizer toda a verdade.

— Eu pensei nisto, Bianca, pensei em tudo. Mas algo a mais aconteceu.

Ela me olhou fixamente. Sentei-me ao sofá e bebi um gole do refrigerante de uva.

— Fala, Júlio.

— Ele me ameaçou também.

Contei a ela sobre o que ele tinha me dito a respeito de eu abrir a boca para alguém. Minha casa corria perigo e eu também.

— Meu Deus, Júlio. Isso é caso de polícia! — ela se levantou.

— Sim eu sei. Mas ele tem amigos, Bianca. Eu não estou seguro o suficiente.

Ela se sentou novamente.

— Temos que fazer alguma coisa. Alguma coisa bem rápida, antes que as coisas fiquem piores.

Eu a olhei sem respostas. Engoli em seco e cocei a cabeça.

— Ok. Mas primeiro vamos ver o resto do filme. — me posicionei no sofá e comi alguns dos biscoitos e voltei a assistir ao filme.

Bianca me olhou desgostosa e bufou. Posicionou-se no sofá também e voltou a assistir ao filme.

Romeu e JúlioOnde histórias criam vida. Descubra agora