VINTE

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Assim que abri a porta de casa, a tarde, encontrei minha mãe e Bianca assistindo um filme e comendo pipoca. Minha mãe se levantou e me abraçou forte. Perguntou como foi o passeio e tudo mais.

— Ah, — comecei. — Foi ótimo. — sorri.

Ela me deu um beijo na bochecha e subiu com a minha mala e me sentei ao lado de Bianca deixando minha mochila ao chão.

— Como foi lá? — ela me perguntou.

— Foi bem. Me diverti muito.

Ela olhou para a escada para ver se minha mãe estava descendo.

— E por acaso deu alguns beijinhos? — ela sussurrou dando risadas.

— Beijinhos? — me lembrei do beijo que Romeu me deu. Aquele beijo que me estremeceu por completo. — Não. Ninguém iria me querer.

Ela deu risadas.

— É, é verdade.

Atirei a almofada branca em seu rosto e ela me devolveu em dobro. Ainda dávamos risadas.

— O que você vez no sítio, Júlio? — minha mãe descia as escadas, se sentando ao outro sofá.

Eu olhei para Bianca e devolve meus olhares para ela.

— Nós, tomamos banho de piscina, almoçamos, fizéssemos alguns trabalhos em grupo sobre ciência e biologia...

— Eca! — Bianca fez uma careta de nojo. — Trabalhos escolares? Ainda bem que eu não fui.

— Mas deveria ter ido! — minha mãe a olhou com repreensão.

— Mudando de assunto, — Bianca ignorou minha mãe. — Ficou tudo bem entre você e o...

— Quem? O Romeu?

Elas se entreolharam.

— Não se preocupem. Está tudo bem, sim. Ele ficou do lado dele e eu do meu lado.

— Vocês não dormiram no mesmo quarto não foi? — minha mãe se adiantou.

Eu a olhei. Um pouco nervoso.

— Não, mãe. Está tudo bem. Eu dormi com o Albert e o Antônio.

— Ah sim. Ainda bem. — ela sorriu. — Mas, o Romeu não voltou a ti chatear, não é? Porque aquele garoto é um demônio. Tanto ele tanto seus pais.

— Não, mãe, está tudo bem. Entre eu e Romeu... — eu parei de falar por alguns minutos me lembrando do beijo que ele me deu. — Está tudo acabado. — sorri.

Minha mãe trocou sorrisos com Bianca.

— E por acaso você ficou com alguém? — minha mãe perguntou. Bianca deu risadas.

Mãe! — sorri, um pouco envergonhado. — Por favor.

— Ela ti vez uma pergunta, Júlio. Sim ou não? — Bianca sorriu de deboche.

Eu olhei para as duas. Com risadas.

— Não, eu não fiquei com ninguém, ok?

Elas mostraram-se desapontadas.

— Não fiquem com essas caras. Não havia ninguém que me interessava lá. — sorri.

— Será mesmo? — minha mãe piscou para Bianca. As duas trocaram risadas.

— Mudando de assunto. — disse com sorrisos. — Como foi o show? — perguntei a Bianca.

— Simplesmente o melhor do mundo. — ela gritou de alegria. — Eu fiquei tão pertinho deles. — sorriu.

— Ficou mesmo lá na frente?

— Não. Fiquei a uns cinco ou seis metros, mas... — deu risadas. — Foi o melhor.

Minha mãe me olhou com um sorriso.

— E você levou sua mãe?

— É claro que não. — ela bufou. — Eu estava prestes a convidar minha mãe quando estava andando na rua à tarde e vi uma menina que estudou comigo há uns dois anos. Eram colegas e ela gostava muito da banda. Então, fomos juntas. — sorriu.

Minha mãe me olhou boquiaberta.

— Você escolheu ir ao show com uma estranha do que com sua mãe?

— Ela não era uma estranha. Era minha colega. E mesmo assim nos divertimos muito.

Minha mãe balançou a cabeça em negativo.

— Júlio, o que vai querer agora?

— Comer alguma coisa e dormir. — sorri.

Romeu e JúlioOnde histórias criam vida. Descubra agora