TRINTA E TRÊS

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Romeu me buscou em casa alguns minutos depois que meu pai saiu. Eu nem me importava mais com a hora, era bom ficar alguns minutos em casa, sozinho enquanto ele não havia chegado. Principalmente para colocar a cabeça para pensar e refletir sobre o que fazer.

Meu pai. Esse era o tal ponto.

Aquele desgraçado não me procuraria se eu continuasse do mesmo jeito ou se eu fosse um mendigo. Aquele papo de "eu estava com saudades e me arrependo do que fiz" era tudo uma lorota. Ninguém iria acreditar se passasse pelo o que eu passei.

Quando entramos no restaurante, grande, chique e muito lindo, eu tive que tirar aquelas más lembranças da cabeça. Não queria que o meu almoço harmonioso fosse destruído. Quando me sentei na cadeira de madeira branca, Romeu me olhou e sorriu com espontaneidade. Estava lindo naquela roupa. Vestia um blazer preto sobre uma camisa branca, gola V. uma calça jeans escura e tênis de bico. Estará realmente elegante. Eu sorria para ele e tentava não deixar de respondê-lo quando me perguntava se eu estava bem hoje, e o porquê de estarmos aqui, por esse ser o restaurante mais caro da cidade.

— Eu estou bem. — sorriu de lado. — Só que não estou com o mesmo animo de antes.

Ele me olhou profundamente. Segurou minha mão e sussurrou:

— Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa?

Sorriu forçado.

— Não. — minha resposta veio com um gemido. — Meu pai me visitou hoje.

Ele franziu o cenho.

— Seu pai? Achei que vocês eram brigados há algum tempo.

— E éramos. Pelo menos eu acho. Meu pai disse que estava com saudade. Estava arrependido do que tinha feito no passado e queria que eu voltasse a falar com ele.

— Parece que ele quer mesmo se reconciliar.

— Quem dera! — bufei. — Meu pai nunca iria vir até mim se não soubesse que... — eu parei de falar. Tinha me esquecido do por que marquei esse jantar com ele. — Eu estou rico. — sussurrei.

— O QUÊ? — ele gritou. Atraindo olhares de algumas pessoas de nós olharam com nojo.

Elevei meu dedo aos lábios e fiz "shh" um pouco alto. Também atraindo alguns poucos olhares.

— Como assim, Júlio?

— Eu vou ti explicar tudo, ok? Mas vamos comer enquanto isso.

O garçom veio até nós. Era branco, alto dos cabelos pertos com um corte diferente. Vestia um terno muito elegante e trouxe com sigo o cardápio do restaurante.

— O que os senhores desejam?

Eu olhei no cardápio por alguns segundos, conhecia alguns dos pratos, já havia trabalhado em restaurante antes.

— Eu vou querer um Spaghetti cremoso. E para meu acompanhante, um salmão ao shoyu.

Ele pegou os cardápios e os colocou em baixo do braço.

— E para acompanhá-los na bebida?

Olhei para Romeu.

— Gosta de vinho?

— Sim. — respondeu rapidamente.

— Um Valentini, por favor.

Romeu e JúlioOnde histórias criam vida. Descubra agora