VINTE E SETE

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Dia 05 de setembro de 2016.

Na segunda feira, Romeu ainda estava em minha casa. Eu não fui para a escola. Fiquei cuidando dele e lhe dando os remédios que Bianca receitou que ele iria precisar. Ele me olhava fixamente algumas vezes, acho que estava querendo dizer algo, mas não conseguira. Ainda estava com o braço enfaixado. Ele comia com um pouco de dificuldade. Sentia-se fraco às vezes e um pouco de moleza ao corpo.

— Você vai ficar bem. Acredite em mim. — sorri.

— Espero que sim. Você estando aqui posso ficar melhor. — sorriu de volta. Ele passou sua mão fraca e fria em minha perna sobre meu short jeans fino. Eu suspirei e me arrepiei um pouco. Sorri forçado e tentei mudar de assunto.

— Quer comer mais alguma coisa?

Ele suspirou, incomodado.

— Não faz isso comigo, Júlio. — sussurrou. Baixo demais. — Sabe o que eu sinto por você. E sei que sente a mesma coisa. Não se afaste. Não fuja de mim.

Eu me aproximei dele.

— Não estou fugindo. — sussurrei. — Só tenho medo.

Ele mexeu em meus cabelos e me deu um selinho um pouco demorado.

— Ainda com isso? Não irei ti fazer nada, ninguém ti fará!

— Mas olha o que aconteceu com você. Seu próprio pai...

— Padrasto. — me corrigiu. — Felizmente.

— Tudo bem. Entendo. Mas mesmo assim eu tenho medo por você e medo por mim. Primeiro seu padrasto faz isso com você quando soube de nós, imagina o que as outras pessoas farão!

Ele se endireitou na cama.

— Eu não tenho medo das outras pessoas. Sei que enfrentarei muitas. Mas irei enfartá-las sim, pra ficar perto da pessoa que amo! — sorriu. Daquele jeito que me cativava e hipnotizava. — Mereço um beijo por minhas frases de bravura? — deu risadas.

— Não. — sorri debochado. — Mas vou abrir uma exceção pra você. — ele aproximava de mim. Ainda mais, querendo colar seus lábios aos meus.

O beijei intensamente. Brincava com seus cabelos enquanto ele tentava me agarrar. Eu sorria entre o beijo enquanto ele brincava com minha língua.

Meu telefone tocou. Interrompendo nosso beijo. Romeu bufou desgostoso eu o olhei com um sorriso.

— Calma, já volto para você. — dei risadas.

— Eu quero que volte agora. — ele sussurrou em meu ouvido me agarrando por trás. Eu dei risadas baixas e atende ao telefone.

— Alo? — sorria. Enquanto ele mordia lentamente meu pescoço.

— Júlio, sou eu, Claudia, você disse que iria fazer aquela tal entrevista com as pessoas do Movimento Black. Eu queria saber se era hoje.

Lembrei-me da tal entrevista.

— Ah sim. — suspirei. — Sim. Seria hoje. Que horas você pode me encontrar?

— Daqui a algumas horas. A partir das três da tarde. Na porta da escola. Tudo bem?

Olhei para o relógio: 12h30min.

— Sim, tudo ótimo.

— Bianca me disse que iria com vocês.

Franzi o cenho. Bianca nem mesmo me disse que iria.

Romeu e JúlioOnde histórias criam vida. Descubra agora