TRINTA E DOIS

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Dia 20 de setembro de 2016.

Uma semana havia se passado. Depois que me levaram para o hospital, o doutor disse que meu caso não era ruim. Receitou alguns remedos para eu melhorar e depois fui liberado. Depois que a polícia levou Felipe e Jennifer para a cadeia, minha mãe e os pais de Bianca o acusaram por ter me agredido e por ele ter acabado com a fachada da casa de Bianca. Ele acabou pegando um ano e meio de cadeia. Pegaria menos se não manda-se o juiz catar coquinhos. Os gêmeos estavam sendo procurados ainda. E Jeniffer estava fazendo trabalhos comunitários nas ruas e nas escolas, porque ainda era menor de idade. Todos aqueles que idolatravam Jennifer por ser a maioral, a garota mais linda e popular da escola, agora riam dela. Bianca fazia questão de rir em tom alto para que todos saibam.

Depois que retornei para casa, vi o carteiro em minha porta. Eu pequei as cartas e agradece. Ele se foi e entrei em casa.

Havia quatro ou cinco cartas sobre contas e cartões de créditos. Mas havia uma das cartas que era para mim. Que engraçado. Nunca recebe cartas antes. Sorri forçado e parecia que não era uma simples carta, e sim um envelope com um CD dentro. Não havia nome e nem uma mensagem. Somente: para Júlio Pereira. Eu liguei o DVD e coloquei o CD dentro. Depois de alguns segundos que estava carregando, a imagem de minha avó apareceu. Estava mais velha do que o costume. Sento-se ou em um sofá vermelho, atrás havia uma parede branca com um grande estante de xícaras caras.

— Já está gravando. — olhou para o outro lado. Voltou para a câmera e tentou sorrir. (tentou) — Olá, Júlio. Se você está vendo isso é porque eu tive sorte desse vídeo chegar até você. Se não, eu sinto muito. Eu sei que nós nunca fomos muito próximos e que muitas vezes você queria me matar.

— Isso é verdade. — murmurei.

— Mas eu estou aqui para lhe dizer algumas coisas. A primeira, eu tenho uma doença maligna. Irei morrer daqui a duas ou três semanas. E segunda, junto com a minha doença, eu soube que herdei 30 milhões de reais de meu falecido pai que eu nem sabia que tinha. É claro que eu não queria lhe dar esse dinheiro, mas eu não posso mais estar com ele porque irei morrer. Também não posso deixá-lo para meu filho único porque ele vai desperdiçá-lo em pouquíssimo tempo. Por tanto, quero deixá-lo com você. Desculpe-me por nós nunca termos nos relacionado muito bem. E eu espero que um dia possa me perdoar e aproveitar esse dinheiro com os seus sonhos.

O vídeo parou. Eu estava em estado de choque. Isso era real? Todo esse dinheiro? Para mim?

Eu olhei para dentro do envelope que tinha alguma coisa escrita. Era a senha do meu dinheiro no banco. Pequei o telefone e liguei para minha mãe.

— Oi, filho.

— Mãe. Que horas você vai chegar?

— Lá para as oito da noite, por quê?

Olhei não relógio. Eram 14h15min.

— Mãe, não pode voltar um pouco mais cedo. Aconteceu uma coisa aqui.

— Você está bem? Aconteceu algo com a casa?

— Eu estou bem. A casa também, mas... Eu não sei... Mãe. Só venha mais cedo, ok?

— Ok. Vou tentar.

Faltamos alguns minutos para as sete e meia, minha mãe chegou às presas. Eu estava na sala com o CD que recebi em mãos. Ela se sentou ao meu lado olhando em volta de tudo.

— Aconteceu alguma coisa?

— Sim. Uma coisa que ninguém esperaria.

Minha mãe ficou confusa.

Romeu e JúlioOnde histórias criam vida. Descubra agora