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  Paramos perto do carro e me beijou o pescoço, passou suas mãos pela minha cintura me puxando para perto, nossos olhares se encontraram e sua mão foi a minha nuca enquanto a outra me pressionava para ele. Meus cabelos foram puxados com firmeza e doçura, e seus lábios tocaram os meus pedindo passagem sua língua invadiu a minha boca, o gosto de bebida foi sentido, mas não recuei se era para me embebedar que seja de sua boca. Harry se afastou e ambos pegamos ar, nossas testas estavam juntas e suas mãos permaneciam no mesmo lugar.
  — Espero que goste de filme de terror — meu coração foi à garganta, não era muito fã. Harry pegou minha mão me levando com ele. Enquanto passávamos pelo jardim enorme que era ao redor daquela casa, floresta, alguns pontinhos negros andavam por ali, sinto receio quando me lembro de Frederick, o que será que fizeram com ele? Afasto meus devaneios, pois, hoje ele teria tirado um dia para nós e eu tinha que aproveitar, pensar em Frederick me deixaria triste e definitivamente está fora do que eu quero. Já no Mercedes-Benz de Harry saímos pelos grandes portões, e depois de muitos quilômetros, estávamos nas ruas de comércios e bem movimentadas.

~*~

  No estacionamento do shopping, estou à espera de Harry que fala com alguém no telefone um pouco afastado. Enquanto brinco com a pulseira no meu pulso, percebo o olhar de alguns garotos que estão no canto em grupo, são quatro e não param de me olhar enquanto fumam e bebem. Nem se quer disfarçam, não olho não quero problemas com Harry, ainda sim, de soslaio consigo ver como conversam um com os outros e a gargalhar alto, vestem roupas iguais, porém, de cores diferentes, calças largas, blusas grandes e um casaco que de todos são iguais, com certeza jogadores da escola. Ouço passos e levanto meu olhar para Harry a direcionar o seu ao grupo de rapazes que o olhou igualmente, a postura reta dele mostra alerta, seus ombros tensos, seu maxilar apertado, suas sobrancelhas franzidas e suas mãos em punhos, era o jeito de demonstrar perigo para outras pessoas, intimidando-as. Harry me olhou e rapidamente aquele frio sumiu, seu toque suave em minhas mãos, denunciou a gentileza que ele pode ter, não parece o Harry de segundos atrás que com um simples toque me quebraria em pedaços, é só sua armadura, pois, o soldado que havia dentro ninguém imagina que tinha o toque tão suave.

  Ao entrar no shopping à primeira coisa que vi me surpreendeu. Havia uma foto enorme dele sobre uma das vitrines, em cima da mesma havia um nome talvez dessa marca de roupas que Harry estava pousando. Eu estou descobrindo que ele não só tinha duas personalidades também tinha duas vidas, claro quem olharia para ele e diria que era um homem do crime? Essa é a forma que criminosos usam, seja social, faça as pessoas acreditarem que um criminoso do nível dele não andaria por aí e sim se esconderia, ele pode ser o mais procurado pela autoridade, mas nunca pegariam um empresário que vive trabalhando e não tem tempo para contrabandear nem mesmo matar alguém, incrível como ele confia nos seus empregados para fazer isso por ele enquanto pisa na cabeça da justiça como pisa numa barata. Andamos por todo o shopping até chegar a um lado mais calmo, restaurante.
  — Eu quero te levar para comer algo que eu raramente como e duvido muito que você já comeu. Algo que você vai gostar, não sou muito bom com encontros então. — Ouvi bem? Encontro! Isso era um encontro? Harry coça a nuca e parece pensar.
  — Senhor — o olho e ele também — encontro é para casais, não? — Harry tem um sorriso pequeno e me analisa curioso e confuso, é bonito o ver assim. Ele é bonito.
  — Nós — fez uma ênfase apontando para nossos peitos — somos um casal, não somos? — ao ouvir aquilo meu coração acelerou, não combinamos sobre sermos um casal, só estamos nos conhecendo, minhas bochechas ganharam uma quentura me deixando vermelha. Mas eu não disse nada o que deu para entender que era isso que eu queria, se eu não quisesse, tinha impedido o que vinha a seguir, um beijo. — Então espero que goste de pimenta — o olho e ele sorri enquanto anda sem me olhar de volta. Pera aí acabamos de virar uma coisa de repente e ele vai agir como se fosse normal?
  — Não sou fã — digo mais para mim do que para ele, estou tão confusa.
  — Agora será — Harry segura minha mão e enquanto andávamos um flash cegou-nos os nossos olhos e Harry apesar da frieza que seu semblante agora tem acenou um tchau para o paparazzi que tirou mais algumas fotos. Andamos até a praça de alimentação e sento esperando Harry voltar com nossos pedidos, observo a nossa volta as pessoas e também as lojas com variadas coisas a venda. Meus olhos retornam para a mesa e também para Harry que vem em minha direção já com o pedido em mãos.

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Um Último Gemido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora