Harry e eu saímos da casa e entramos fomos até os carros, me disse que iriamos dar um passeio pela cidade e ver bastantes atrações. Londres está toda branca coberta por neve e por sua luz neutra que é o dia nublado. Na rádio passava Lionel e Harry cantarola enquanto eu observo sua voz, tem algo tão leve e tão agressivo ao mesmo tempo, uma voz que dá a todos os estilos, quanto o calmo quanto o pesado. Harry canta baixo, mas com bastante emoção na sua voz, enquanto acompanha o ritmo da música e observa tudo em volta. O carro estaciona em frente a um shopping, assim que saímos segura minha mão firme, eu percebo que me sinto observada, era como se neste mesmo lugar estivesse uma pessoa nos perseguindo e isso me fez ficar a olhar tudo a minha volta em desconfiança, anda rápido e olha tudo a nossa volta, como se sentisse a mesma coisa que eu estou sentindo.
Paramos na praça de alimentação e Harry foi fazer nossos pedidos, enquanto eu faço uma varredura por todo o lugar observo que no canto esquerdo há um homem, de terno e óculos como se fosse um segurança, porém, no horário do almoço.
— O que foi? — ouço a voz de Harry me fazendo o olhar.
— Sentiu uma sensação ruim? Uma sensação de estar sendo observado ou seguido? — me olha no fundo dos meus olhos e o vejo franzir as sobrancelhas.
— Sim — seu cenho volta ao normal — há um homem ao seu lado esquerdo. Perseguiu-nos desde que saímos de casa. Deve ser um dos seguranças de Cameron.
— Mas ele não mo...
— Não — Harry suspira — ele não estava em nenhum dos carros — parece pensativo enquanto remexe sua comida. Coloco uma garfada da minha a boca e me deixo pensar nas possibilidades de Cameron tentar algo contra Harry.
— Senhor — ouço um "hm" da parte dele — eu ainda quero continuar a aprender a atirar — Harry me olha de imediato, seus olhos me perfura como se procurasse algo, no fundo do meu espírito.
— Por que quer tanto atirar? — ele apoia seus ombros na mesa e me observa.
— Não quero sempre parecer uma garotinha indefesa — como enquanto observo seus olhos demonstrarem varias luzes pela iluminação.
— Mas você é uma garotinha indefesa. Minha garotinha.
— Sou sua. Ainda sim, não quero ter sempre alguém para me proteger de algo e se acontecer alguma coisa e você não estiver comigo? — seu semblante muda e fica sério.
— Não confia em mim? Eu não vou deixar ninguém lhe tocar — suspiro e como mais. Tomo um gole do suco de morango e o olho.
— Não quero que sempre esteja a me proteger. Quero fazer algo — Minha voz sai quase igual uma súplica, respira fundo e come sua comida. Demoramos muito para acabar, Harry a observar o homem sempre que podia de um modo casual, eu a ficar incomodada com a sensação horrível que é ter olhos em cima de mim. Quando por fim acabamos nossa refeição Harry se levantou pegando meu prato.
— Tudo bem eu te ensino — sorri largo ao ouvir o que acabou de sair de sua boca.
— Obrigada!
Como dito Harry está nos levando para um teatro, teria uma grande orquestra tocando Jazz e um cantor de ópera. Eu sempre amei jazz e ópera do fundo da minha alma, mais que Ac/DC ou outra banda como Nirvana, ou LinkPark. Estou alegre só de enxergar de longe o grande lugar. Já são mais ou menos cinco da tarde e, já escurece. Ando de mãos dadas com ele, fala-me sobre os pontos que gosta na cidade e somos surpreendidos por um moço com um bigode peculiar.
— A primeira foto por cinco dólares a segunda de graça? Vamos aproveitar esse espírito natalino e tirar uma foto como o lindo casal que formam? — Harry me olhou e tirou cinco dólares do bolso nos posicionamos e o primeiro flash foi dado. — Tão lindos. — Harry se vira para mim e me olha sorrindo de lado, o segundo flash ilumina nossos olhos e nossas fotos estavam dentro de um envelope — eu nunca vi um casal que transmite tanto amor. Quantos vocês — o homem de boina sorri para nós antes de andar ao lado oposto e sentir minhas bochechas queimarem. Nossos dedos foram entrelaçados enquanto eu guardava nossa foto na minha bolsa. O teatro está a nossa frente, estamos numa praça que está lotada por sinal. Quando chegamos à beira da entrada do teatro Harry tirou os ingressos de seu bolso e entregou ao homem que liberou nossa passagem, é magnífico aquele lugar, as poltronas vermelhas e pequenas luzes iluminando o cenário, eu e Harry sentamos em um lugar alto e confortante com um privilégio de vista eu observo todos os instrumentos nos seus lugares.
Depois de alguns minutos comentando com Harry sobre os instrumentos e como o cenário estava lindo, as luzes apagaram e todos os instrumentistas entraram junto ao maestro e palmas foram ouvidas. Logo a música começou, me apoio no ombro de Harry deixando que a música me leve a outro mundo, talvez as lembranças de minha mãe, quando mesmo com doze anos ainda brincava com bonecas junto a ela ou muitas vezes a vi beber vinho, ler um bom livro enquanto escutava um bom Jazz, era como em filmes, em frente a lareira a usar óculos. Meu grande estilo musical do Rock ao Jazz pertenceu a minha mãe, muitas vezes ficava vendo performance de Elton John ou até mesmo fitas velhas de Janis Joplin na televisão, ou Óperas que estouravam os tímpanos. Era uma época muito boa, quando Otto não chegava e estragava tudo parando o vinil e jogando coisas ao chão. Paro de pensar nele para que meu dia com Harry não seja estragado por minha culpa, aliás, ele teve a boa vontade de me trazer a esses lugares mesmo quando não merecia.
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Um Último Gemido - Livro 1
RomantikA vida de Anna muda assim que encontra um homem na sua sala de estar, seu pai que trabalha para a máfia inglesa deve muitos zeros para esse homem perigoso, tal que levará sua filha como pagamento. Mas o que Annastacia não sabia era que a partir dess...