Um Último Gemido - Livro 1

21

  — Certo — ouço certeza no que digo, mas não sei o que irá dizer, talvez só confirmasse por curiosidade em saber o que irá me propor.
  — Você aceita ser mandada? Aceita obedecer a mim?
  — Sim. — Puxa uma forte respiração enquanto não mantém contato comigo.
  — Certeza? Você irá me obedecer, goste ou não sou seu superior e se não obedecer, será punida — confirmo e ele suspira — as punições. Irei te punir do meu acordo do que eu achar melhor seja tapas, algo sexual, um mandado ou castigos — fico sem reação — nos nossos jogos teremos algo que identifique que você está ao limite. Como você está sentindo dor, terá que falar algo que não seja na nossa relação, não pode dizer algo que tem haver com sexo ou com punições. Por exemplo, como nossas cores preferidas. Quais são?
  — Rosa e preto.
  — Quando chegar ao seu limite psicológico ou físico, dor, câimbras, desconfortos, grite rosa. Se quiser que eu pare, não esta gostando ou não tem prazer no que faço, grite preto, entendido?
  — Sim.
  — Isso acontece com a punição ou brincadeira sexual — escuto bem o que diz, por mais que seja anormal, não vi nada ainda que pudesse ser tão horroroso a ponto de ele ter que se tratar — irei claramente respeita-la e parar. Isso tem haver com sexo. Mas tudo não é em volta de relação amorosa, é como se fôssemos trocar. Você me agrada é fiel e obediente e em troca te dou amor, carinho, proteção e também lhe agrado, mas quero que saiba que não é porque está me agradando, eu realmente te darei afeto, isso não é um jogo só de corpos e desejos. Você só tem a mim e eu só tenho a você. — Olho meus dedos.
  — E por qual motivos você daria amor e carinho, há uma pessoa que nem conhece? — um sorriso desenha em seu rosto, curto e frio.
  — Pelo mesmo motivo de existir muitos amores frios por ai, mas eles fazem por que é monótono. Pessoas hoje namoram porque outras namoram, então não fazem amor, não dão amor, porque na verdade sintam algo, é só monótono. É difícil achar alguma coisa verdadeira. Mas eu estou disposto a dar uma verdade para você. — Fico quieta, não tenho o que dizer, na minha mente passa a vida da minha mãe e do meu pai, em meio a sociedade, eram tudo o que deveriam ser em casa. Eles tinham um amor monótono. — Vamos às regras? Lembrando, nessa parte se você não gostar de algo pode falar, eu tiro da lista — segura o celular e eu observo, não sei se estou arrependida, mas se vou continuar, não estou — não me dê as costa, principalmente quando eu falar; não bata em mim se eu não autorizar; não minta; o que eu quero eu consigo; eu posso sempre provocar; sem egoísmo; sem dizer não; sempre pedir permissão; não me ignore e sempre me responda ou me chame por "senhor" nunca como Harry — me olha sério — em caso de algum lugar público ou evento, senhor Vitsky; lembre-se que o Harry sempre vai proteger você; nunca recuse uma punição, um mandado ou um agrado a mim; nunca diga que me odeia porque eu amo você. Seja boa comigo, e serei bom para você — enquanto fala fico pensando se leva mesmo isso a sério, como uma pessoa tem esse tipo de fetiche? Como ele decorou tudo isso? Engulo em seco, a questão de tudo é: Harry me sequestrou ou só queria um brinquedo sexual? Lembrando-me da sua conversa com o rapaz no escritório, acho que nenhum dos dois. — Respeito qualquer decisão sua, as suas punições serão sexuais ou não, mas não irei me usar para punir você, não agora até que me autorize para isso.
  — Como irá me punir sexualmente sem você?
  — Brinquedos — o olho e está sério. — Como vibradores e consolos, quanto oral quando anal — engulo em seco.
  — Não gosto da ideia do anal — era tão desconfortante falar isso para ele, está tão neutro e sério perante esse assunto, quantas vezes ele já fez isso e quantas garotas já ouviram isso? Aturar regras porque ele não gosta de uma resposta errada, parece coisa de outro mundo. Não posso o responder errado ou serei punida por cinquenta tapas.
  — Irei te torturar através disso, você não pode recusar uma punição, certo? — confirmo e o mesmo suspira — você aceita tudo isso? — eu pedi não foi?
  — Aceito — as regras parecem muitas, mas se prestar atenção é praticamente tudo o que já faço, as regras do seu jogo parece à lista de obrigações que eu seguia para estar bem com meu pai. Harry sume da cozinha e suspiro. Me levanto pondo um copo de água e assim que acabo de beber aparece um papel em mãos, me entrega e leio poucas coisas para perceber que é tudo que me falou, parece um contrato, só havia uma coisa riscada, uma única coisa que não aceitei de muitas que deveria recusar, ele não estará entrando em mim, mas tudo isso é sexo, tirando a parte que ele diz que nem tudo gira em torno do desejo do corpo, é sexo e ele poderia ser preso por eu aceitar isso, devo lembrar que ele me deu escolha e eu aceitei.
  — Tenha em consciência que eu verei você uma hora ou outra então não fique com vergonha se eu pedir para tirar a roupa, não precisa ter vergonha de mim — Harry se levanta e pede para que eu o siga e o faço, logo para de frente a porta do quarto — quero-te nua.