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  Eu e Harry tínhamos voltado do centro de Londres depois de levamos Débora e Cristal no aeroporto e agora estávamos no jardim da grande mansão, Harry veio o caminho todo quieto, pensativo e ansioso e nem atendeu as ligações do seu celular, apenas o desligou e jogou para longe de si. Estranho, segura minha mão e analisa cada coisa ao nosso redor a cada passo que dávamos, não tem nenhum sinal dos seguranças da grande casa, o jardim está todo verde. Ouvimos um disparo e Harry me olhou, observando tudo ao redor andamos rápido pelo jardim e entramos na casa com cautela até ouvimos um falatório.
  — Abaixa! — Harry correu comigo até seu escritório e lá fechou a cortina da porta de vidro. O olho assustada, pois, a casa foi invadida e Harry parece procurar algo na secretaria. Quando não acha apenas volta andar para a porta.
  — Não! — num grito baixo e sussurrado seguro sua mão e o mesmo me olha com sobrancelhas juntas, do cós da calça tirou uma pistola e me fez sinal de silêncio para mim.

  Da porta de vidro por trás das cortinas está eu, observando Harry a andar cautelosamente, porém, antes de qualquer coisa é atingido por algo que o fez ficar atordoado e ser pego, me afasto da cortina e escondo minha cabeça entre meus joelhos me escondendo e sentindo as lágrimas. Resolvo olhar novamente e os seguranças do homem que tinha uma arma a cabeça de Harry estava lá fora caídos pelo segurança do Harry. Porém, Harry era a vítima agora e estou escondida em seu escritório apenas assistindo. Está na hora de agir, cansei de sempre que está em apuros Harry vir e me salvar, agora é minha vez de sair do esconderijo e retribuir o que tem feito por mim. Vou até sua secretária e abro algumas gavetas, deixo cair algumas canetas o que faz meu coração acelerar pelo barulho, olho para a porta por alguns minutos e deixo que minha respiração volte ao normal antes de me abaixar.
  — Ai! — Bato minha cabeça na mesa quando me levanto e ao olhar para debaixo da secretária que Harry trabalha vi uma pistola.

  Caminho em passos lentos a procura de onde estariam, um dos seguranças de Harry que está vigiando os seguranças do velho que o toma o mesmo como vítima me viu, coloco um dos dedos nos meus lábios pedindo silêncio e o mesmo assente, pedi também para que ficasse no andar de baixo por segurança de alguém escondido subir e o mesmo concordou avisando os outros. Subo as escadas lentamente ouvindo as vozes abafadas de ambos, minhas mãos tremem enquanto seguro o revólver, respiração acelerada e coração quase saindo pelas minhas costas, nunca havia atirado de verdade, a cada passo dado tentava me acalmar, era muita adrenalina para processar. Quando virei um dos grandes corredores pude ver o velho gordo com a arma apontada na cabeça de Harry e meu batimento acelerou tanto que consegui o ouvir, o velho direcionava Harry para algum lugar, nunca estive nesse lado da casa, talvez porque é fácil se perder nela e por ser demasiada grande não tive um tempo para explorá-la.
  — Solta a arma — as palavras saíram rápido de minha boca, não tão rápido quanto ambos se viraram, mas tentei fazer com que a mesma não saísse trêmula.
   — Oh! — o homem soltou uma gargalhada alta.
  — Solta a arma! — disse mais firme.
  — Ou o q... — assim que destravo o revólver ele para de falar e tira o sorriso de sua boca.
  — Vai! — sorriu mantendo seu olhar para mim e pude ouvir a sua risada abafada pela garganta e boca fechada num sorriso de orelha a orelha, atiro na sua perna fazendo o mesmo gritar em dor e soltar a arma, o impacto em minhas mãos do tiro quase fizeram a minha arma cair, pude ver que deveria segurar mais forte o revolve. Harry não tirou os olhos de mim, está surpreendido com minha ação, chuto o revolve para os pés do mesmo que segura o velho o mantendo em pé   — vira devagar — num movimento brusco dei um passo à frente — eu disse devagar! — grito e me olha. Olhos avermelhados e retorcidos em ódio.

  Descemos para encontrar os outros e todos seus seguranças o olham, talvez tenham ouvido os meus gritos, estão amarrados e aos pés dos seguranças de Harry. Falando em Harry o mesmo sentou o velho na cadeira que ali tinha e se retirou para o sofá.
  — Agora você, vai me contar todos seus planos contra o senhor Van Vitsky.
  — Ou vai fazer o que? — me apoio no seu joelho ouvindo um suspiro de dor do mesmo e pego sua carteira e retiro duas fotos talvez de seus filhos.
  — Simples. Seus lindos filhinhos ficarão órfãos — fiz um biquinho vendo o mesmo engolir em seco.
  — Eu iria roubar todas suas assinaturas.
  — Para? — eu era ótima em interrogação por assistir bastantes filmes e séries assim. Queria ser investigadora.
  — Colocar em documentos de sua empresa.
  — Você iria falsificar colocar em documentos para as ações de Harry ser em seu nome? — ele parecia surpreso pelo meu chute, havia visto isso em filmes.
  — E ele iria ficar sem nada e eu ganharia tudo — ele completou — como sabia?
  — Eu não sabia — lembrei-me de umas das citações de Harry para mim quando matou Frederick. Mesmo esse homem não fazendo mal a mim, iria causar mal a pessoa que eu amo — bom nesse caso — destravo a arma apontando para sua cabeça.
  — Disse que não ia me matar.
  — Errado, eu falei que seus filhos ficariam órfãos. Mas não prometi que não te mataria — atiro no mesmo vendo seu corpo desfalecido cair para trás e com o barulho da arma fecho os olhos. Suspiro todo o ar que prendi nos meus pulmões e olho todos que me olham e logo em seguida ouço cinco disparos. Os seguranças do Freddie, o homem morto no chão, também haviam falecido.
  — Tratem deles. — Harry levantou e me olhou — obrigado, pequena — sorriu para mim, depositando um beijo na minha testa como se tudo isso foi normal.
  — Não acredito que o matei — o olho chorando — eu o matei Harry! — minhas mãos tremem e não tenho reação a não ser olhar para o peitoral de Harry coberto pela T-shirt cinza que usa.
  — Era ele ou eu — o olho não acreditando no que ouvi.
  — Harry deixei crianças órfãs. Sem um pai, eu sei o que é perder alguém por negócios. Isso é horrível — sinto suas mãos me puxarem deixando meu rosto deitar sobre seu peito.
 — Não eram negócios — ouço da sua voz baixa — era um troco.

Um troco?

Um Último Gemido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora