Anna
Estávamos indo para casa, Débora parecia totalmente desconfortável com alguma coisa, sentia-me na obrigação de perguntá-la se estava bem pela simples simpatia. Assim que a vi com um sorriso radiante não me parecia uma mulher fechada assim, está incomodada com algo. A pegava a me observar às vezes, mesmo relutante na pergunta, pois me lembro de bem do que Harry disse em Nova York - que ele era o reflexo da sua mãe - me pego a pensar que realmente.
— Está tudo bem? — digo a olhando pelo retrovisor e a mesma desperta de algum pensamento que estava tendo.
— Sim querida, estou — diz e sorri forçado. Harry me olha e parece sério, no entanto seu olhar traz certo orgulho. Quando o carro parou, todos resolvemos andar até o calabouço, Débora e Cristal iam à frente e falavam, Shawn e Harry estavam comigo.
— Depois que você saiu do nosso negócio tem ficado mais complicado, mas estamos indo. Você era a cabeça cara — Shawn da umas tapinhas nas costas de Harry.
— Eu sei que devemos nos reunir, mas não dava para misturar o negócio da família com o meu — que negócio? Então não era só Harry a ser da máfia? Olhando para eles que se falavam me pego a pensar que realmente não os conheço.Mais tarde sai do quarto depois de Harry, não conseguia dormir assim como ele não estava conseguindo. Precisava de um copo de leite e talvez um sanduíche. Ando pelo corredor escuro ainda me habituando com tudo isso, não sei por que ter uma casa tão grande e ser só. Desço o primeiro degrau e já escuto vozes, pelo jeito não sou só eu e Harry a estar sem sono.
— Você é louco! Está trazendo um problema do passado! — Débora diz em um grito baixo, paro meus passos, pois a conversa não parece algo calmo e sim preocupante.
— Para mim não é problema algum — sua voz soa tão calma que eu chego a desconfiar de ele não está irritado já que sua mãe parece.
— Harry nos livramos dela para evitar a guerra que tivemos. — Quando os olho na sala Harry agora parecia nocauteado, parecia que foi golpeado por uma faca ao estômago.
— Se livrou de Anna para que Otto não fizesse guerra? Não se livrou de Anna para que ele fosse morto?
— Anna era filha dos Jones. — Débora se senta. — Foi levada a um orfanato, portanto pegamos ela para nós. Mas para evitar a guerra entre nós e os franceses. A demos para Otto, queria que os franceses o matassem, então não poderíamos estar com ela — O que? Como assim?
— A trouxe de volta. Como Túlio prometeu — Débora ri
— Harry não pode cumprir tudo que seu pai não conseguiu. — A mesma revira os olhos — o que fez com Otto? Ele já teria vindo atrás da filha...
— Ele não é pai dela! — sua voz cerra, como se reprimido estava o ódio — ele só é um bêbado que não soube cuidar dela. Se estivesse com nós, comigo, não teria sofrido n... — Harry se calou.
— O que fez com Otto? — Débora se levanta. conhecia meu pai? Por que parece tão abalada? O que está acontecendo?
— Não fiz nada — sinto o deboche na sua voz — só terminaram o que meu pai começou — agora quem parecia abalada era ela.
— Matou meu pai? — os dois morenos me olham e Harry assume sua postura, sinto ódio, quero bater em nele por mentir para mim. Na verdade, por não me dizer. Pensava que esse ódio por Otto era por saber o que fez comigo. Não assuntos de família, mas o que mais me atormenta é o fato de eles saber mais de mim do que eu mesma — você quer me explicar tudo? — o encaro e sinto as lágrimas na parede da minha garganta, por algum motivo meu coração está acelerado sinto-o como se fosse fazer um buraco em minhas costas. A adrenalina é muito e o pouco que ouvi era muita coisa para processar. Harry suspira e olha para Débora.
— Vamos ao meu escritório — sua voz soa mansa, passou por sua mãe e atravessei a sala a passos largos para acompanhá-lo, não antes de deixar um olhar para a mulher no meio do tapete. Quando entramos no lugar eu o olhei.
— Mentiu para mim? — sentia as lágrimas.
— Foi par... — começo a golpear seu peito mesmo sabendo que minhas agressões não fazem nenhum efeito em si, no começo deixou, depois segurou meus pulsos e me olhou nos olhos. — Não queria te contar, para não se magoar. Não queria te ver triste.
— Me magoou agora! — grito — perguntei sobre meu... Sobre Otto, me disse nada, matou ele.
— Não o matei.
— MAS MANDOU! — As lágrimas descem, Harry parecia abalado, dilacerado.
— Senta. — Sinto a magoa da sua voz, é a primeira vez que o vejo assim, parecia que também está triste, mas pelo quê? — Quando tinha dois anos o meu pai e minha mãe, matou seus pais, por negócios — sento-me sobre a poltrona e Harry atrás de sua secretaria. Um cigarro é posto em seu lábio e um copo de uísque é cheio — se importa que eu fume? — agora parecia que eu era uma completa estranha, abano minha cabeça que não e o mesmo me olha acendendo seu cigarro. — Na noite do incidente Débora te trouxe, com o pensamento de te dar para Otto, já que ambos planejaram algo para assassinar seus pais biológicos. Assim um dos homens que já foi o melhor amigo de meu pai, seu tio, viria e mataria Otto, um homem a menos na nossa lista de inimigos. Leia isso — Harry me dirige um papel.
— Fui adotada com dois anos?
— Falsifiquei isso. Mas, sua data de nascimento é essa e seu nome é Laura. Quando tinha dois anos sua família morreu. Você foi à única sobrevivente e minha mãe a pegou para esse plano. — Estou confusa, tento processar como tudo aconteceu, Débora matou meus pais biológicos para me entregar para alguém para que minha família tirasse esse alguém do seu caminho? Eu era uma criança!
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Um Último Gemido - Livro 1
RomansaA vida de Anna muda assim que encontra um homem na sua sala de estar, seu pai que trabalha para a máfia inglesa deve muitos zeros para esse homem perigoso, tal que levará sua filha como pagamento. Mas o que Annastacia não sabia era que a partir dess...