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  — Mas bem, Harry disse que hoje chegará um vestido para você, antes de ele viajar tem uma festa na sua empresa para ir. Falou que às seis horas chega um motorista para te buscar — sorriu para mim que estou com certeza sem entender.
   — Por que ele compra meus vestidos? Tenho muitos — cerrei os olhos e ela continuou seu trabalho — fora que devem ser uma fortuna.
   — Harry não liga para o dinheiro menina, se ele gasta doze mil em seu vestido, isso vem em dobro para ele com outras ações, não se preocupe — ela sorriu
   — Doze mil? — começo a pensar — o que ele poderia fazer a mais com doze mil do que comprar um vestido?
   — Harry faz muita coisa. Doa boa quantia para instituições e orfanatos — ela me entrega o chá — é um homem de bom coração — sorri.

   Mais tarde, assim como Mary disse chegou o vestido, estou louca de curiosidade, mas deixo para ver quando for vestir, estou no escritório de Harry a terminar os desenhos que antes eram pequenos traços, desenhar sempre foi apenas um hobbie meu e tenho grande facilidade em fazer o que penso. Toques na porta foram ouvidos e Mary apareceu.
   — Menina Anna, alguns empregados estão te esperando para se arrumar — confusa a olho e ela sai. Empregados? Deixo os desenhos sobre a mesa de Harry e caminho para fora do seu escritório.
   — Oi? — digo e vejo os três olhares vir para mim.
   — Senhor Van Vitsky mandou-nos para estar a seu favor — um dos rapazes falou — iremos ajudá-la com o vestido, cabelo e maquiagem — continuou a explicar e sei que minha expressão deve ser a mais confusa no momento.
   — Tudo bem — tento parecer normal, como se isso já é de costume, aliás, sempre que saí era eu que me arrumava.
   — Vamos? — suspirando concordo subindo as escadas. Tomo um banho enquanto as duas mulheres estão em meu closet e o rapaz espera ao lado de fora. Quando sai vestia apenas uma lingerie e o vestido está à minha frente, com vergonha das moças deixo que minha toalha caia para que o vestido deslize facilmente em mim. Enquanto elas o ajusta no meu corpo me olho no espelho.

 "Rosa é minha cor preferida".

   A voz de Harry surge na minha mente e isso me faz sorrir instantaneamente, hoje ele não estava de rosa e se eu vou ser levada a ele não virá para se arrumar, a cada dia me surpreende mais com seu gosto peculiar em ternos e combinações com meus vestidos que não espero nada a mais vindo dele. A maquiagem pronta e os cabelos longos em um penteado simples todos os três me olham.
   — O penteado dela não está muito infantil? — uma das mulheres disse e os outros dois se olharam.
   — Perfeito para uma garota de dezoito anos — ouço a voz de Shawn e o olho, sorri para ele e envergonhada olho para os empregados que parecem surpresos — obrigado, podem ir — todos se retiraram, e Shawn sorri para mim. — Hoje eu e Harry iremos viajar, sabe disso eu sei, mas queria te dar isso — aparece à minha frente uma pequena caixinha e o encaro.
   — Não é meu aniversário — seguro a caixa.
   — Não precisa ser. É apenas um agradecimento por mudar aquele homem duro que está a sua espera — o encaro confusa.
   — Harry nunca foi duro — abro a caixinha para me deparar com uma pulseira — é linda — sorri para ele — Obrigada Shawn.
   — Por nada — sorri — o motorista está a sua espera, e tenho certeza que Harry também — o abraço e de imediato recebo um abraço em troca. Descendo as escadas junto a Shawn vi Mary que me olhou com um brilho nos olhos sorrindo.
   — Está linda! — sorri para ela lhe dando um abraço — agora vá, Harry não gosta de atrasos e sei bem que sabe disso.
   — Me desejem boa sorte? — Sorri
   — Muitas — Shawn gargalhou — irá precisar — sinto sua aproximação — paciência com as mulheres dando encima de Harry também — engulo em seco com o cochicho de Shawn ao meu ouvido e só de imaginar as belas mulheres que estarão lá, me sinto pequena.

*

   Quando o carro parou olho o grande edifício conhecido por mim, o barulho da festa já é escutado, ando até a entrada do prédio e já vejo a estrutura de Harry a conversar com alguma moça desconhecida. Consigo ver o jeito atirado da mulher enquanto o rapaz dos olhos verdes apenas olha seus olhos. Assim que me viu disse algo para a loira que me olhou, se despediu com dois beijos na bochecha e caminhou até mim enquanto arruma o botão de seu terno, caminha e me analisa dos pés a cabeça, não pude deixar de notar o sorriso de lado que surgiu em seu rosto, com sua mão em minha cintura me deu um beijo no canto do pescoço o que levou meu corpo a arrepiar.
   — Ficou perfeito em você — sua voz rouca foi ouvida e o olhei.
   — Você tem ótimo gosto — aproximei nossos lábios ganhando um beijo seu.
   — Vem quero lhe apresentar para alguns amigos — isso me leva até o dia que fomos à festa em Nova York, quando lhe perguntaram se iria me apresentar aos seus amigos e disse que não era preciso. Também as muitas louras que tinha no local, me remetia à pequena discussão que tive naquela noite ou até mesmo a punição que recebi.
   — Annastácia, esse aqui é Charlie, um dos meus braços direito nesse lugar — olho o homem alto que se virou para mim, vestie um terno preto com linhas vermelhas discretas, um topete pequeno para trás e traços suaves, diferente de Harry que tinha traços marcantes.
   — A garota que roubou seu coração e enterrou em um lugar secreto? O prazer é todo meu — estendeu sua mão. Por que olhando nos seus olhos, pude ver algo a mais que gentileza?

Um Último Gemido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora