Depois de comemos, subi para meu quarto para tirar o cheiro de comida de mim e tentar ter um fim de noite bom ainda. Depois que sai do banho pude notar que em minha cama havia um lado ocupado e sorri por saber que dormiria bem hoje.
Pela manhã quando acordei Harry já havia levantado e pelo horário ainda tinha minutos antes de sair de casa. Então me deixo espreguiçar na cama enquanto tomo coragem para descer. Quando me levanto dou de cara com um céu nublado e triste, um dia bonito e frio, ponho minhas sandálias nos meus pés e caminho para casa de banho, passo apenas uma água no rosto e lavo meus dentes, saio para os corredores e vou para à sala de estar. Vou à cozinha e preparo um chá enquanto saboreio torradas integrais, na geladeira a um papel onde diz que a consulta com Estevão foi remarcada para hoje à noite, preparo todo o café, já se foi tempo o suficiente para que ele já esteja pronto.
Pego as xícaras e caminho para o escritório onde nos meus ouvidos tem som de vozes altas e instrumentos e na minha frente um homem de terno sentando numa poltrona.
— Gosta de ópera? — observo os olhos verdes a me encarar.
— Não — diz e resolvo ir até o mesmo.
— Então por que escuta? — me sento a uma poltrona junto a ele e lhe entrego a xícara de chá.
— Meu pai escutava quando estava preste a negociar — suspira — odeio ópera, mas me lembro de que sempre se saía bem nos negócios depois de ouvir.
— Sorte de uns, é o azar de outros — tomo um gole do meu chá ouvindo seu suspiro pesado.
— Tenho negócios a tratar Anna, negócios muito ruins daqui a dias — me olha — irei a Los Angeles e não posso te levar. Irei participar de negócios em família como meu pai fazia apenas eu, Shawn meus tios e primos. Depois do velório de um amigo da família.
— Eu sinto muito — coloco uma de minhas mãos no seu ombro.
— Não sinta — me olha — todos iremos morrer um dia. De forma boa ou ruim — se levanta. — Eu só quero que use isso — tirou uma pistola de dentro de uma gaveta da sua secretária — a seu favor — me entrega — estará a sós com Mary e alguns seguranças. Estou desconfiado de alguém aos arredores da casa e não quero ter que receber uma ligação que você está morta — observo o revolve muito bem antes de segurá-lo e encaro o homem à minha frente. Perfeito, obrigada pela informação e por me deixar ainda mais aflita! — você sabe atirar e sabe como manipular alguém. Qualquer coisa peça para Dallas te levar a mim. Mais sendo algo grave Annastácia. — Fala tão sério que chego a sentir arrepios com um simples gesto — hoje irei trabalhar até tarde. Mary chegará antes do almoço não muito tarde — pega seu blazer. — Mas quero que se cuide — caminha até mim me dando um beijo a bochecha e entregando à xícara pela metade.
— Por que Estevão não veio ontem? — o encaro e me olha nos olhos.
— Teve um imprevisto no caminho — diz e saiEnquanto saia do seu escritório observo o revólver a minha mão, se minha mãe visse o que estou me tornando, morreria de desgosto. Nunca quis que eu me perdesse nesse mundo, mas pensando bem, eu quis e estou gostando.
Mas tarde, como Harry disse, Mary chegou e estava muito alegre para contar como foi à viagem e para responder suas perguntas, e claro perguntar como foi suas férias, mas antes que eu fosse ter com ela, estava a desenhar algo, algo que apareceu na minha mente, nunca fui tão boa nos desenhos, mas o que fazia era algo que alguém entendesse, e tenho certeza que Harry poderia transformar isso em algo. Terminando alguns traços da joia no papel arrumo meus longos cabelos e deixo em um coque solto, ainda sinto o desconforto que sentia pela manhã por conta da cólica e espero muito que ainda tenha chá.
— Oi Mary! — digo alegre indo em sua direção vendo a mulher caminhar para perto de mim com um sorriso caloroso.
— Como senti sua falta menina — seus braços me acolhem e vejo o quanto senti sua falta também.
— Eu também senti Mary, muitas — sorri para ela e olhando seus traços, me fez lembrar Meredith. Não fico surpresa como criei um laço com Mary em poucos dias aqui dentro. Criei com Harry em poucos dias com ele. São pessoas ótimas de apegar.
— Como foi à viagem com Harry? — me sento sobre a mesa a vendo fazer seu trabalho.
— Foi ótima, eu juro que pensava que seria um tédio, porque mal o conhecia para mim era só um homem chato que ficava lendo — dei de ombros
— E agora o conhece? — o conheço mais que uma pessoa que vive com ele há anos.
— Sim.
— Conheceu Harry o bastante em um mês? — cada detalhe.
— Fala como se ele fosse um mapa. — Dou risada, mas logo paro. — Mas como disse, é um mapa, penso que cheguei ao fim, mas nem estou na metade — dou uma risada pequena, mas quando vejo seu olhar paro.
— Harry é cheio de mistérios menina. Pode ter te contato coisas, mas nunca fala tudo. Não que eu ache você insuficiente, no entanto, por que Harry contaria tudo de sua vida em apenas umas semanas de convivência? — não queria dizer o que me contou, porque é de sua intimidade, não sei se Mary sabe do que eu sei, mas, ao mesmo tempo, me deu duvidas e se estiver mais coisas? Ou, se ele mentiu sobre si? Eu não sei, não devo pensar nisso, porque terei dúvidas, e dúvidas geram perguntas e se eu fizer as perguntas, Harry poderá pensar que quero me intrometer demais na sua vida ou que não acredito nele, porém, o que ele teria mais para me contar?
— O que fizeram em Nova York? — Se senta comigo.
— Fomos ao parque, a cinema, me levou para comer varias vezes, me deu dinheiro para roupas, tivemos dias de filmes, me ensinou a atirar — sorri.
— Quando era mais novo, seu pai era muito rígido com armas, lembro muito bem, das uma às cinco da tarde Harry atirava, não parava nem para um copo de água. Sempre quis dar orgulho para o pai, eram bastante próximos, fazia questão de ir para todos os negócios.
— Por que resolveu vir junto a ele? Por que não ficou com Débora? — ouvi um suspiro de Mary e ela me olhou profundamente.
— Débora é suja, sofreu nas mãos do marido, mas também o fez sofrer. Tudo isso na frente de Harry. Harry poderia odiar os pais, mas é um homem bom ao contrário da sua família. Tem aquela casca dura por fora menina Anna, mas é uma manteiga por dentro — sorriu.Eu sei bem.
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Um Último Gemido - Livro 1
RomanceA vida de Anna muda assim que encontra um homem na sua sala de estar, seu pai que trabalha para a máfia inglesa deve muitos zeros para esse homem perigoso, tal que levará sua filha como pagamento. Mas o que Annastacia não sabia era que a partir dess...