Desci e não estava na sala, à luz do escritório estava acesa, coloquei água para ferver para um chá, enquanto espero olho para a floresta escurecendo aos poucos, até quando ficaremos aqui? Parece que se passou tanto tempo.
Com o chá em mãos subo para o quarto sentando na poltrona que ele estava uma hora antes, com a xícara em mãos, o vento que entra da varanda leva meus cabelos para os ares e minha pele se arrepia, só então percebo que está ali, me olha, talvez desde que entrei , deixa o copo de uísque em cima da escrivaninha e caminha até mim.
— Anna — meus olhos encontram os seus — eu te machuquei? — olho para o chá respirando fundo, sentindo o cheiro da hortelã.
— Já falei q...
— Não tem permissão para falar — confusa o olho, está torturado, balança a cabeça de um lado para o outro com calma e respira fundo virando as costas, não só conheci seu lado insano hoje, mas estou conhecendo a sua dor sobre isso — me conta a verdade, acene, saberei se mentir — então desvio meu olhar quando volta à atenção, tomo um pouco do chá, minha bunda está doendo e sentar aqui está sendo uma tortura quando deveria ser uma maravilha, olho em seus olhos por fim e aceno. Sim, você me machucou papai. Olhou para o teto, suas mãos afastaram seus cabelos da testa e virou-se de costas, sussurra coisas que não ouço, mas soca a parede.
— Era isso que eu não queria! Eu sabia que a qualquer hora iria acontecer — controla seu tom, mas seus impulsos a raiva o levam a socar a parece, levanto rapidamente ao ver sangue respingar na tintura branca.
— Harry! — vira-se para mim e recuo um passo, seu peito sobe e desce e agora estou com medo, olho sua mão, ensanguentada a pingar no carpete, parece não se importar com a dor, deveria alguém que sente prazer em tortura? Ele tem mil coisas para apontar para mim, me dizer que eu procurei isso, que é culpa minha, que ele não queria e eu o obriguei, que eu toquei no seu ponto fraco.
— Me diz que não se arrepende, só pra me culpar menos — incrédula eu não resisto e solto uma gargalhada.
— Eu não me arrependo — por mais que era isso que ele pediu para ouvir, não reagiu bem, pareceu que eu dei-lhe um belo soco na cara, pois os passos que recuou, abanou a cabeça de um lado para ao outro e sentou na poltrona. — Eu pedi.
— Calada — ao mesmo tempo em que era seu fetiche, o abominava. Parece um viciado em drogas que odeia seu vício, mas o ama.Sento-me na cama, iniciando ali uma série de pensamentos aleatórios, ele se levanta bebendo o resto do seu uísque e voltando a varanda, é louco o que temos, e não quero pensar nisso novamente, ele mesmo já me disse para esquecer e deixar acontecer, estou deixando e descobrindo que tudo isso é muito intenso, lembro-me da sua ex namorada, Emma eu acho, o que ele fez a ela que quis deixar seu vício?
— Voltamos para Londres amanhã. — Volta para o quarto e o olho.
— Não seria daqui alguns dias?
— Terminei o negócio mais rápido. Não quero mais ficar aqui. — Sai do quarto me deixando a só.Harry subiu novamente muito mais tarde, eu não consegui pregar os olhos, agora, me pego a pensar sobre meu pai, onde estaria e o que está a fazer. Suspiro e me levanto sentando e encarando Harry sentado na poltrona no fim do quarto lendo algumas coisas. Documentos talvez, a abajur ilumina seu rosto, parece cansado, seus cabelos estão muito maiores e sua barba aparece mais grossa, usa óculos enquanto as sobrancelhas estão franzidas.
— São quatro da manhã deveria está dormindo — sua voz ecoa por todo quarto, mas não tira os olhos dos papéis.
— Não consigo dormir — passo minhas mãos sobre meu cabelo o afastando. Harry me olha por cima dos óculos e tira-os, guarda os papéis e caminha até mim, o mesmo se abaixa e passa suas mãos sobre meu rosto, me deito sobre ela e ouço sua voz:
— Eu gosto tanto de você — gosta? — você é muito especial para mim — seus dedos entram em meus cabelos e o olho sorrir, lembro que a última pessoa a ver Otto foi ele, e que nem mesmo me despedi.
— O que fez com meu pai? — Harry parece que foi pego de surpresa, tira suas mãos de meus cabelos e levanta — está bem? — não me responde, anda para longe e senta na sua poltrona.
— Vai dormir.
— Por...
— Eu disse para ir dormir! — sua voz sai autoritária e seu olhar para mim me mostra que não quer mais conversar, concordo e volto para o meio da cama me deitando. Ele não quis falar nada, pois há alguma coisa, agora o que? O que ele fez para meu pai? Qual foi o castigo dado a Otto pela sua traição? Onde ele estaria?
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Um Último Gemido - Livro 1
Storie d'amoreA vida de Anna muda assim que encontra um homem na sua sala de estar, seu pai que trabalha para a máfia inglesa deve muitos zeros para esse homem perigoso, tal que levará sua filha como pagamento. Mas o que Annastacia não sabia era que a partir dess...