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  Harry me olhou e sorriu, um beijo foi depositado na minha testa e sua postura voltou ao normal.
  — Obrigada — sorri vendo sua satisfação.
  — Irei sair com Shawn. Se comporte e para sua segurança não saia daqui. Volto antes de irmos — assim deixa o quarto e apenas fica o seu perfume e sua voz na minha cabeça, se isso era um calabouço sem perigo algum, agora mesmo que se tornou minha prisão, sem proteção contra o perigo.

   Mais tarde já havia tomado banho, ouvi algum bate boca e deduzi ter vindo do quarto de Débora. Talvez conversasse com alguém ao telefone. Meu quarto estava bem trancado, aliás, Cristal havia saído, vi pela janela um carro no portão leste. Já são cinco horas e olho o vestido a minha frente, por que algo tão luxuoso apenas para um jantar? Me continha apenas com os vestidos que eu tinha no meu closet, suspiro e visto a grande peça. Até que coube bem em meu corpo, me olho ao espelho e ouço o barulho do portão se abrindo, corro para a janela para saber quem é, o som do carro é pouco audível, lá vem ele. Meu coração acelerou e senti o rubor das minhas bochechas apenas em pensar em seus olhos sobre mim. Meus cabelos estão soltos e já iria preparar a maquiagem, caminho até o closet atrás de algum salto que possa me deixar com um ar mais velho. Não quero que me olhem como se realmente fosse nova, se serei uma dama, por que não toma lugar de uma? Pego um Scarpin Nude e coloco aos meus pés, passo um pouco de perfume e me sento à frente da penteadeira, apenas um pouco de base e corretivo, passo também a sombra marrom bem claro por minha pálpebra móvel e depois um branco com brilho, por último o rímel para ressaltar meu olhar, decido prender meus cabelos em um rabo de cavalo alto e coloco uns brincos não muito grandes. Quando olho para o relógio falta apenas quinze minutos para descer, vejo se não falta algo em mim, o vestido está certo, os saltos, a maquiagem e o perfume, consigo passar um ar mais velho do que dezoito anos. Caminho até o quarto tomando uma inspiração antes de soltar com calma pelo meu nariz, pego a pequena bolsa que cabe apenas meu batom e um espelho, e seguro a maçaneta da porta. Sobre salto e sinto minha respiração e coração desregular, olhando para o amarelado da porta sinto que minha mão treme e quando giro a maçaneta recebo um olhar da cabeça aos pés, e dos pés a cabeça. Harry não me disse nada e estou ficando cada vez mais nervosa, seu olhar é tão misterioso, não disse nada, é apenas seu olhar. Não dava para saber pelas suas expressões se aprovou ou se não aprovou.
  — Desse jeito acho que não preciso levar minha dama para um jantar de negócios — disse ao meu ouvido, ao sentir suas mãos em minha cintura me pressionando um arrepio passou todo meu corpo — está muito ousada — morde meu lóbulo — minha princesa — Harry se afasta e não havia percebido seu traje, está com um terno rosa discreto igual ao meu vestido, tem flores, um gosto único do mesmo. O olhando assim, não parece alguém da máfia, apenas o dono da Imperius que tem uma parceria com um estilista famoso, então pensando bem, se os paparazzi nos vir, estamos indo a um jantar discreto entre amigos de empresa, bem pensado querido, marcado no meu caderno, check.
  — Está lindo! — sorri para ele que segura minha mão.
  — Digo o mesmo — beija o dorso das minhas mãos nunca tirando seus olhos dos meus. Logo que tirou minhas mãos de seus lábios a colocou entre seu braço.

  Quando descemos as escadas, recebemos um sorriso de Cristal que acaba de entrar pelas grandes portas e um olhar de Shawn que levantou e fez uma careta de surpreso.
  — Uou Van Vitsky! Não é muita areia para seu caminhãozinho não? — Gargalhou.
  — Diria que é muita pedra valiosa para uma pessoa só — me olhou.
   — Estão lindos! — Cristal caminha até nós sorrindo, me olha de baixo para cima e para em meus olhos, lembro que Cristal deveria ter visto isso muitas vezes, mas com seu pai e sua mãe. Percebo que ao canto, no bar está Débora a apenas nos olhar, por que tem essa intriga com seu próprio filho? Deveria estar orgulhosa pelo menos.
  — Irá se arrepender de levar ela — é o que sai de sua boca, Harry sorri para sua mãe não deixando que o irrite, conheço bem esse lado de Harry, também conhece bem os gatilhos da mãe não irá ceder a algo que possa gerar uma briga.
  — Ela será uma boa negociadora ainda Senhora Jensen, uma dama a altura. — A palavra parece sair doce de sua boca e soa amarga nos ouvidos da mãe, que gesticula um sorriso de desdém sem nos olhar, apenas analisa seu telemóvel sem nenhum interesse, Harry aperta minha mão em volta do seu braço e sorri para mim. Jensen, não deve ter o nome do marido, já os filhos o usam com gosto.

Um Último Gemido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora