"O tempo que ficamos longe um do outro foi longo demais"
(Por trás daqueles olhos para sempre – C.M.Carpi – Daniel e Elena)
— Não estou a fim de sair Paty, que coisa chata. Você sabe ser irritante quando quer. – me joguei no sofá com as pernas encolhidas.
— Qual é Malu! Até Nica se animou, só está esperando sua confirmação. – me seguiu fazendo o mesmo.
— Adoro sair contigo, mas com esse mala do Roberto junto, estou fora. Totalmente fora. Sem a menor possibilidade de estar dentro.
— Amiga... Marcos tem toda razão. Diga ao Beto com todas as letras, que não quer nada com ele e se o babaca insistir, conversar com Dona Nena.
— Que lindo! Era só o que faltava. Não acha que ela tem coisas demais para se preocupar? Vou parecer a garotinha bobona que reclama do colega.
— Malu, o que aconteceu não vai se repetir. Nem todos os homens do mundo são iguais ao Leo.
Aquele nome me causava calafrios. Eu sei que ela podia ter razão, mas o medo era mais forte do que eu conseguia suportar. Sem contar que não quero meu nome envolvido nesse tipo de coisa de novo.
— Amiga, eu te amo. – segurou minha mão com ternura – Não vou deixar que aconteça de novo. Se ele ou qualquer filho da puta, fizer alguma coisa conta você eu arranco as bolas.
— Eu sei disso. Só que... não quero mexer nessa ferida. Não quero ter que passar isso. – cobri os olhos, tentando inutilmente afastar a terrível lembrança que me atormentava.
— Malu. – me abraçou. – Lembra do filme Gasparzinho? "Fantasmas assombram porque são assuntos inacabados". Você tem que superar isso.
— Estou fazendo isso. Virei a página. Segui com minha vida.
— Não, amiga, o que você faz é dar mais poder ao fantasma do medo. Quanto mais tempo levar para curar isso, mas difícil será para que seja verdadeiramente feliz.
— Eu não preciso de homem para ser feliz. – minha voz saiu fraca porque nem eu sabia se acreditava nisso, já que meus pensamentos e meu coração imploravam pela presença de Marcos, mesmo depois de tudo que vi.
— Falou a mulher viciada em filmes e livros românticos. Que suspira com cada final feliz.
— São só histórias. Não há nenhum mal nisso. – sorrimos sem vontade.
— Não há mesmo, mas já passou da hora de você ter a sua própria. E quanto ao Marcos? Você não aguenta vê-lo sem ter um frisson.
— Como se isso mudasse alguma coisa. O fato de desejá-lo, não significa que teremos alguma coisa. – bufei – Estou bem assim. E tenho mestrado, casa para reformar, viagem para programar. Preciso ter foco.
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Incomparável
RomancePara superar seus medos, Malu escolheu a saída mais viável: reprimi-los. Saciava seus desejos íntimos, fantasiando com personagens de romances eróticos, sem as complicações de um relacionamento, até desafiar-se a sair de sua zona de conforto, com u...