Capítulo 24

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"Essa garota guerreira e destemida. E eu sabia de tudo isso muito antes que ela própria soubesse. E por isso, eu a amei. Por isso eu a amava"

(Com outros olhos – Thati Machado – Arthur e Lana)

Aquela coisa de obra estava acabando com minha sanidade

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Aquela coisa de obra estava acabando com minha sanidade. Sério!

Se soubesse que seria assim, não tinha começado. Ou pelo menos, já que a casa precisava de reparos urgentes, teria ficado na casa dos meus pais. Vivia implorando a Deus que me desse paciência. Porque se me desse forças fatalmente mataria o Marcos.

Como uma mulher pode se manter firme, com aquele deus de Ébano morando em sua casa, trabalhando no mesmo lugar, sorrindo daquele jeito, exalando sensualidade 24 horas por dia e ter controle pra não atacá-lo? Era uma porra de um calor que me consumia. Eu parecia um zumbi, dormir virou missão impossível. Minha boceta literalmente queimava, ficava tanto tempo molhada, que passei a usar absorvente íntimo.

Marcos trocou definitivamente de horário, então adeus café da manhã. Fez um acordo com dona Nena, pra largar tarde e deixou a pizzaria. Com isso, trabalhava na obra pela manhã e nos fins de semana. Depois de trocar toda parte elétrica e hidráulica, foi que o tal "pesado" começou. Eu não entendia patavina de coisa nenhuma, mas papai ficava surpreso com o seu cuidado e dedicação em cada visita. O quarto deles foi o primeiro, seguidos por escritório e banheiro.

Milena passou a dormir comigo, ele na sala. Perdi a conta de quantas vezes velei seu sono da escada, até ser pega. Nossa convivência era amistosa e cordial, mas as trocas de olhares e toques furtivos, nos deixavam mais acessos que a cidade de Las Vegas. Meu corpo clamava desesperadamente pelo seu, precisava fazer alguma coisa ou acabaria no manicômio.

Aquela tortura me enlouquecia. Caralho, que situação. Odeio admitir, mas finalmente entendia o que ele quis dizer com "não podemos ficar sobre o mesmo teto". O safado ficava sem camisa, com a porra de um shorts esportivo azul caneta surrado, pairando abaixo da cintura, deixando a mostra as curvas dos ossos da bacia, o cóccix (evidenciando aquela bunda redonda e carnuda), as coxas torneadas. Entrava com material, saía com entulho, exibindo músculos e masculinidade.

Também não era flor que se cheire. Usei os menores shorts, os vestidos mais curtos, as blusas mais decotadas e transparentes possíveis. Achei justo dividir essa angústia, ele que se vire pra manter o "sublime" na cueca. Minha vida se resumiu a trabalho, estudo, dança, limpar poeira, jogar coisa velha fora e sentir tesão. Ainda corria o risco de ser processada pelo Greenpeace, por tentar acabar com a água do planeta, com tanto banho para apagar meu fogo.

Juro que não sou masoquista. Mas no fim de tudo, não sabia o que fazer. Como agir, me portar. Esperei que tomasse iniciativa, até perceber que ele esperava o mesmo. Sem contar que nunca estávamos sozinhos. Até que finalmente, Milena foi a uma festa com meus pais e ia dormir por lá. Essa era a chance que eu precisava. Sugeri dar uma volta, para espairecer. Ele sorriu daquele jeito "vou te devorar" e propôs que fossemos a pizzaria que trabalhou.

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