Capítulo 4

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"Fechei os meus olhos e encostei a cabeça em seu ombro. Aquele era um lugar reconfortante. Ali, com ele, eu estava segura, protegida." 

(Um doce de confeiteiro - Janaina Rico - Daniel e Renata) 

Terminava de apagar o quadro quando a voz máscula e sexy vinda do corredor, cantando "Dependente" do grupo Sorriso Maroto, demonstrou tanto sentimento, que pensei o quanto estava apaixonado

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Terminava de apagar o quadro quando a voz máscula e sexy vinda do corredor, cantando "Dependente" do grupo Sorriso Maroto, demonstrou tanto sentimento, que pensei o quanto estava apaixonado. Senti uma presença e virei, foi quando o vi. Vestindo calça jeans e camisa pólo bem justa com o logo da escola, sapato preto, luva amarela nas mãos, com fone de ouvido.

Empurrava um carrinho de serviço, me olhou constrangido, como se tivesse sido pego fazendo algo errado. Rapidamente tirou as luvas, colocou sobre o carrinho, enrolou os fios de qualquer maneira e enfiou no bolso traseiro da calça.

Então, a primeira mágica aconteceu: um magnetismo que jamais pensei existir me dominou de tal forma, que fiquei boba. Muda. Esqueci até de respirar. Não sei se sentiu o mesmo ou me achou louca e por isso, não se aproximou, só sei que ficamos ali, imóveis. Por segundos infinitos. Apenas olhando dentro dos olhos um do outro até que uma vassoura despencou do carrinho, sem mais nem menos, quebrando o encanto. Como se um Anjo sacana, tivesse se atrapalhado enquanto nos observava. Rapidamente pegou a vassoura, cortando nossa conexão. Foi tão forte, que até me desequilibrei. Nada que senti foi igual.

Quando nossos olhos cruzaram-se novamente, tive a impressão de que meu coração sairia pela boca. Ele limpou a garganta, talvez para disfarçar o constrangimento.

— Desculpe senhora. Volto outra hora para limpar a sala.

Apoiou as mãos na alça do carrinho, puxando-o para trás. Não podia deixá-lo sair assim, não depois daquilo, não sem saber mais sobre esse homem. Criei coragem e caminhei em sua direção.

— Imagina... Eu que atrapalho seu trabalho.

Ele parou, envergonhado. Uma timidez linda, que me encantou e meu Deus... Como é alto, senti-me uma anã. Havia um crachá preso na camisa, aproveitei a oportunidade.

— Eu já estava de saída... – olhei diretamente, tentando ler seu nome, mas me perdi no sorriso arrebatador da sua foto.

— Eu posso esperar aqui fora, para não atrapalhar, senhora. – sua frase mais pareceu uma pergunta que uma afirmação.

— Por favor, entre. – caprichei no sorriso – Você é novo, não sabe que corrijo e organizo material para o dia seguinte.

Parou por um instante avaliando-me, e acabou entrando.

— Na verdade eu sei. Fui avisado pelo meu supervisor.

Mudei de expressão tão rápido, que doeram as bochechas. Por um momento, achei que estivesse me vigiando. Não sei como explicar, mas gostei de imaginar isso.

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