Capítulo 34

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"Naquele semana, eu descobri muita coisa sobre mim e sobre a vida, mas não tive todas as respostas que queria. Era como se tudo ainda se encaixasse."

(Pecadora – Nana Pauvolih – Enrico e Isabel)

(Pecadora – Nana Pauvolih – Enrico e Isabel)

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Pedi outra reunião de família. A conversa que tivemos foi dura, porém necessária. Principalmente papai, precisava entender de uma vez por todas que suas atitudes, excessivamente controladoras, não ajudavam. Essa coisa de pacto entre os homens é lindo na teoria, mas nos deixar de fora só passava a impressão de que mulheres são seres fracos e manipuláveis.

— Eu juro que nunca foi minha intenção. – papai segurou minhas mãos aflito – Vocês são fortes e tão cheia de vida. Me perdoa Maria Lucia.

Nunca vi Carlos Perez tão arrasado. Acreditei, pois sei o quanto valoriza e respeita as mulheres, foi criado por Yolanda, um exemplar de determinação, força, coragem, dignidade e amor.

— É só meu jeito torto de proteger minhas filhas, minha esposa, meus genros... Minha família é tudo para mim.

Seu argumento por agir assim por proteção, não convenciam ninguém. Mamãe também tinha suas queixas, ficar de fora não nos deixava imunes aos problemas. Aprendi minha lição na pele, por isso contei tudo o que sabia e minhas suspeitas, quanto as ameaças que sofri nos últimos meses.

Montamos uma estratégia e a primeira ação foi abrir uma ocorrência na delegacia de mulheres, assim teríamos o amparo da lei. Foi Paty, depois de assistir o famigerado vídeo, quem rapidamente matou a charada. Nem tinha me ocorrido que meu rosto não aparecia, e podemos usá-lo como prova, já que a macabra encenação no carro, só através do testemunho de Marcos e Milena.

Para que tudo desse certo, era primordial Leo manter-se afastado para não ser associado ao crime. Ele vivia numa colônia de reabilitação em Paraty, com entrada e saída monitorada, sempre acompanhado, por isso, não foi ao enterro da mãe. Sua namorada também era interna na instituição e juntos lutavam para livrar-se do vicio das drogas.

Não sei se um dia serei capaz de perdoá-lo, mas apesar da absurda e dolorosa justificativa para cometer tamanha atrocidade, compreendi que seu estado de abstinência, algo tão critico quanto estar drogado, aliado a sua mente fraca e deturpada, foram os grandes responsáveis por seu descontrole. Como ele mesmo disse: "Sou um doente, e dependência química não tem cura, apenas controle".

Contamos tudo para nossos amigos, que prontamente nos ajudaram. Instalamos câmeras de segurança no lado de fora do estúdio e o portão passou a ficar trancado. Baixei aplicativo de rastreamento no celular e deixei de sair sozinha. E isso foi só o básico.  

  

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