Para superar seus medos, Malu escolheu a saída mais viável: reprimi-los.
Saciava seus desejos íntimos, fantasiando com personagens de romances eróticos, sem as complicações de um relacionamento, até desafiar-se a sair de sua zona de conforto, com u...
"Era o que me bastava para sentir cada célula do meu corpo queimar. Naquele dia, eu seria dele. Da maneira mais completa e prazerosa possível. Pelo menos era o que eu esperava."
(O Professor Livro 1- Tatiana Amaral – Alex e Charlotte)
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A aula terminou e Paty não deu as caras. Fui para o auditório apressá-la. Sou a ansiedade em pessoa, contando os minutos para o grande encontro. Ela quer me ajudar a ficar linda e casual, apagar a imagem de riquinha que Marcos faz de mim. Verdade seja dita, minhas roupas não ajudavam muito.
Quando virei o corredor, reconheci a voz de minha aluna, ressentida e triste, discutindo com alguém. Não me agradou saber que algum infeliz lhe fazia sofrer. Parei para ouvir.
— As meninas que conheço, fazem ou dizem que fizeram sexo. Não sou esse tipo de garota.– uma pausa – Pra eles sou apenas uma virgem nerd. – sua voz, nitidamente embargada.
Eu podia sentir toda dor de suas palavras, como se fossem minhas.
— Não quero ser melhor que ninguém, nem ter o estilo de vida delas. Mas quero uma vida diferente da que tenho hoje, e principalmente bem diferente da vida que minha mãe teve. Tenho sonhos, mas quero me divertir e ser uma adolescente normal, pelo menos de vez em quando. É pedir muito? Amo você, mas não é por ser adolescente que vou agir como uma inconsequente. Você precisa entender que quando digo não, é por que não vai rolar mesmo.
— Se você está dizendo. – a voz do Marcos fez meu coração disparar.
Sem querer acreditar fechei os olhos com força. Como se fosse possível fazer com que meus ouvidos se fechassem também, mas isso não aconteceu. Eu continuava ouvindo-o dizer aquelas terríveis palavras para minha aluna.
— Você vai ter que ser mais convincente. Sei bem como é. – deu um risinho debochado – Já passei por essa idade e sei como os hormônios agem. Você diz isso agora, mas quando sentir um cara roçando em você, dizendo palavras bonitas, quero ver seu autocontrole.
Uma lágrima despencou dos meus olhos, junto à decepção. Queria fingir que tudo era um engano, mas não consegui.
— Ok! Já chega! Tenho que voltar ao trabalho. Vem aqui, me dá um beijo. E não faz essa cara. É uma ordem...
Foi quando minha ficha caiu: Aquela intimidade toda entre Marcos e Milena... Eles tinham mesmo um lance. Meu Deus, que horror! Ele a estava forçando. Vai ver, até já se aproveitou de outras garotas.
Senti tanto nojo dele que embrulhou meu estômago. Tive dificuldade de respirar. Como podia fazer isso a uma menina? Uma menor? Senti um ódio tão grande que foi impossível me conter. Eu estava em chamas.
Precisava fazer alguma coisa. Tinha que dizer umas verdades aquele canalha desgraçado que estava nos enganando. Eu não podia deixar que aquilo acontecesse, não com ela. Como se uma força superior tivesse se apossado do meu corpo e dos meus sentidos corri em sua direção como um leão disposto a devorar a caça.
