Capítulo 31

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"Algo dentro dela se quebra, irrompe, arranca de seu corpo a vontade de ficar só. Deseja descobrir, sentir, sorrir, viver. Não pelo home, alguém sem rosto ou sem nome, mas por ela mesma."
(Tardes Sensuais – Conto Palavras & Gemidos – Danilo Barbosa – Eduardo e Marina)

" (Tardes Sensuais – Conto Palavras & Gemidos – Danilo Barbosa – Eduardo e Marina)

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— Ah! – Paty suspirou – Adoro esse filme!

Nosso sábado estava uma delícia. Pipoca, Netflix, Paty, Marcos e eu, esparramados no sofá novo de três lugares, desses que vira cama de casal. Ganhei um monte de almofadas da minha alma gêmea, para combinar com o cinza chumbo do estofado, já que a capa vermelha que presenteou-me no inicio do ano, não cabia neste.

— Coisas de dona Helena. – Marcos referia-se a mãe sempre com muito carinho – Ela me deu de aniversário a fita desse filme.

— Coração de Cavaleiro é mesmo incrível. Adorei sua escolha Amor. – beijei seus lábios carnudos – Agora é minha vez.

— NÃO! – Paty tentou tomar o controle da minha mão – Pelo amor de Deus irmãozão. Não deixa! – estiquei o braço para o outro lado impedindo que alcançasse – NÃO! Ela só escolhe filme épico ou romance mela cueca.

Travamos uma luta pelo controle da TV, mas foi Marcos que tomou da minha mão.

— Ei! Vocês já escolheram. – fiz beicinho – Isso não é justo.

O interfone tocou e Marcos levantou apressado para atender. Não esperávamos ninguém aquela hora da noite. Milena tinha a chave, além disso, preferia ficar na casa dos meus pais no fim de semana, ajudando com os preparativos do casamento e curtindo com as amigas que vez no condomínio. Finalmente minha cunhada tinha uma vida adolescente. Quando ele retornou, lançou-me um olhar cúmplice.

— Temos visita. – franzi a testa buscando explicação – Paulo.

— O QUE? – Paty gritou – O que esse mala veio fazer aqui?

Sem dar explicações, Marcos saiu para receber o amigo no portão. Paty subiu as escadas correndo como um foguete e fui atrás, fechando a porta do quarto enquanto ela se jogava em minha cama.

— Calma Paty.

— Não acredito! – socou o colchão – Meu dia estava bom demais pra ser verdade. Não quero papo com esse babaca. Quando for embora eu desço.

Paty é a pessoa mais visceral e doce que conheço. Tem fraquezas e decepções como qualquer ser humano. Capaz de chorar "oceanos de lágrimas" e gargalhar sem medo de parecer maluca (isso quando não faz os dois ao mesmo tempo). Com ela não há meio termo, é sempre dez ou um milhão.

Tio Xande costuma dizer: "é coisa de sagitariana". Não! Patrícia é mais que um signo. É seu próprio Sol. Destemida, obstinada, corajosa. Já botou muito brutamontes para correr. Herdou da família, a filosofia de combater as injustiças (sentiu muitas na própria pele) e nunca se fazer de vítima. 

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