Para superar seus medos, Malu escolheu a saída mais viável: reprimi-los.
Saciava seus desejos íntimos, fantasiando com personagens de romances eróticos, sem as complicações de um relacionamento, até desafiar-se a sair de sua zona de conforto, com u...
"Um sorriso lhe escapou quando se lembrou daquela tarde. Teria sido mais um dia vazio como muitos outros, mas o garoto apareceu para mudar tudo da forma mais deliciosa, e um tanto assustadora, que ela já tinha sentido em toda sua vida."
(Noites Sensuais – Conto "Quando a noite chegar" – Bya Campista – Lucca e Helena)
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Preguiça!
A palavra chave do dia.
Acordei me sentindo cansada, como se tivesse apenas cochilado. Estava nua na minha cama, apenas enrolada no lençol, não tinha forças nem para me espreguiçar. Meu estômago cobrava seu pagamento, o ronco que emitiu foi assustador. Não tive outra escolha a não ser me arrastar para fora do quarto e calar seu clamor.
Não fazia ideia da hora, meu celular ficou na bolsa e provavelmente estava desligado por falta de bateria. Então éramos dois. Ele só tem mais sorte que eu, podia ser ligado na tomada e logo estaria 100% novamente. Criei coragem para tomar um banho, só para ter certeza que a tal dona preguiça não desceria pelo ralo. Vesti uma calcinha e um vestido leve. Era o máximo que meu corpo suportaria carregar. Desci as escadas sem vontade, era uma merda ficar assim, ainda bem que domingo não precisava fazer nada. Quero dizer, na minha casa, porque meu dever de filha dizia que tinha que almoçar na casa dos meus pais. Se eu desse desculpas para não ir, ferrou. Eles apareceriam aqui e depois toda bagunça seria minha.
Quando cheguei ao último degrau, minhas pernas travaram. A porta da sala estava totalmente aberta. Um calafrio tomou conta da minha espinha. Forcei meus ouvidos e escutei um ruído vindo da cozinha. Entrei para ver o que era e tomei um susto tremendo. Dei um grito, um pulo e três tremeliques. Sentado a mesa, estava Will vestindo apenas uma bermuda. Descalço, sem camisa, cabelos molhados e celular na mão. Ele também se assustou, claro. Quem não se assustaria com uma maluca gritando na sua frente?
— Calma amor. Sou eu. – me abraçou desesperadamente.
— Meu Deus! – seus braços fortes me embalaram, acalmando nossos corações – Que susto!
Puta que pariu como sou tapada! Esqueci completamente dele. Um beijo doce brindou meus lábios, suas mãos afagaram meus cabelos molhados e acariciaram minha face corada de vergonha.
— Você está bem? – beijou minha testa e buscou meu olhar para confirmar meu estado.
— Sim... eu... é... A porta... Porque está aberta? – lutei para não surtar.
— Fui no carro, pegar minha mochila.
— Mochila? Que mochila?
— Sempre ando com uma mochila no porta malas do carro, com roupas e nécessaire para minha higiene.
— A porta... Ela não pode ficar aberta.
Corri para trancá-la. Depois da última tranca finalmente voltei a respirar.