Capítulo 1

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  Pensava no quanto minha vida mudaria daqui para frente enquanto encarava a tela do computador do meu escritório. Eu não estava arrependido nem nada, até porque sempre quis ser pai, porém a situação não foi a mais desejada, a pessoa que engravidou não era alguém que eu via um futuro conjunto e também não estava nos meus planos ter filho agora, queria comprar meu próprio apartamento, me estabelecer financeiramente, casar, e aí sim pensaria em filho, mas eu jamais fugiria da responsabilidade e nem deixaria Suzana sozinha nessa.
 
  Fui tirado dos meus pensamento por meu telefone tocando na mesa.
 
  - Alô?- atendi.
 
  - A senhora Suzana está aqui- disse minha secretária do outro lado da linha.

  - Diga para ela entrar- desliguei o telefone.
 
  Suzana entrou pela porta, sorridente, e segurando algumas sacolas nas mãos.

  - Olá!- ela disse

  - Oi, como você está?- me levantei e a abracei.

  - Muito bem, comprei algumas coisinhas para o bebê, olha!- nos sentamos e ela me mostrava tudo empolgada.

  Suzana e eu nos conhecemos há alguns meses atrás, uns quatro mais precisamente, e a partir daí começamos a ficar. Ela era diferente das outras mulheres que me relacionei pelo fato de ser mais velha que eu, enquanto eu tinha 32 anos, Suzana tinha 38, beirando os 39, e essa foi uma das coisas que me encantou, principalmente por sua maturidade. Mesmo não tendo um relacionamento sério, ela costumava frequentar minha casa, já conhecia minha família e já estava bem entrosada, porém eu não me sentia pronto para um relacionamento sério, então o destino resolveu me dar uma rasteira, e em uma noite, pós Réveillon, acabou ocorrendo esse imprevisto que foi a gravidez.

  - Porque tudo branco?- questionei.

  - Porque ainda não sabemos o sexo do bebê!- ela respondeu.

  - E quando vamos descobrir?- estava curioso

  - Só tem dois meses, Breno, é cedo ainda- ela falou calma- Bom, eu vou deixar você trabalhar, só vim te mostrar isso.

  - Vai jantar lá em casa hoje?- convidei

  - Vou sim, aí levo as coisas e mostro para sua mãe- ela falou já se levantando e me deu um selinho- Tchau, bom trabalho!

  - Tchau!- sorri para ela enquanto voltava para minha mesa e ela se direcionava para a porta.

  As horas passaram e finalmente chegou a hora de ir embora. Arrumei minha mesa do jeito que gostava, desliguei tudo e fui para minha casa. Chegando lá, minha mãe e minha irmã estavam na sala.

  - Oi, filho! Falou com a Suzana hoje?- minha mãe perguntou assim que entrei.

  - Oi, mãe. Tá tudo bem comigo- falei ironicamente- Falei sim, ela vem jantar aqui hoje.

  - Que bom, vou preparar uma comida bem saudável para o meu netinho- minha mãe estava toda boba com a notícia da gravidez.

  Fui para o meu quarto, troquei de roupa e voltei para esperar Suzana na sala, que chegou uns minutos depois.

  - Olá!- ela disse ao entrar

  Minha mãe e minha irmã a cumprimentaram calorosamente.

  - Como você tá meu bem?- minha mãe perguntou passando a mão na barriga dela.

  - Bem, graças a Deus!- respondeu.

  Minha mãe preparou o jantar, e então fomos para a mesa comer.

  - Breno, eu fui no seu escritório pra falar algo e no fim acabei nem falando-Suzana falou depois de tomar um gole de sua água.

  - O que foi?- falei um pouco apreensivo.

  - Minha sobrinha vai vir passar um tempo na minha casa, ela chega semana que vem, e como tem o aniversário da sua mãe, gostaria de saber se poderia trazê-la, até para vocês conheceram ela já.

  - Claro que pode, aqui em casa sempre cabe mais um- minha mãe respondeu.

  - Não sabia que tinha uma sobrinha- falei e logo deu uma garfada na comida.

  -Sim, ela é como uma filha para mim. Minha irmã morreu dois meses depois do nascimento dela, então eu comecei a cuidar dela junto com o pai, é como se fosse minha filha- respondeu.

  - Ela mora aonde?- Bruna perguntou.

  - Ela mora em Belo Horizonte com o pai. Assim que minha irmã morreu, ele começou a namorar a uma mulher que tratava minha sobrinha como filha, tanto que hoje em dia ela a chama de mãe.

  - E você não se importa?- perguntei

  - Não! Como disse, ela realmente a criou como mãe, e o pai dela nunca escondeu a verdadeira história, então sou bem tranquila quanto a isso. E mesmo morando longe ela segue sendo meu bebê- ela deu uma risadinha no final.

  - Como é o nome dela?- minha mãe perguntou

  - Paula! Ela é um amor, vocês vão adorar conhecer ela- Suzana falou toda empolgada.

  O jantar terminou e nós ficamos conversando por um tempo, até que Suzana resolveu ir embora e eu fui para minha cama descansar do dia corrido de trabalho.

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