Capítulo 16

532 28 1
                                    

  Fui rapidamente em direção a Paula para socorrê-la.

  - Hey! O que tá acontecendo?- cheguei já tirando a mão da mulher do braço de Paula.

  - Essa vadia beijou o meu namorado- ela olhou brava para Paula.

  - Desculpa, ela tá muito bêbada, não sabe o que tá fazendo- puxei Paula para trás de mim para protegê-la caso a mulher quisesse avançar nela.

  - E você acha que isso é só bebida?- ela olhou com desdém para Paula.

  - Olha moça, me desculpe, mas quem te deve fidelidade é seu namorado, não ela.

  - Mas ela podia respeitar, né?

  - Ninguém chega com uma placa escrita 'namorando' na balada, e outra, eu estava observando e ela estava bem quieta dançando, ele que chegou agarrando ela- tentava defender Paula a todo custo.

  - Me desculpe- nós olhamos para Paula- Me desculpe por você não dar conta e seu namorado precisar procurar outras- ela começou a rir.

  A mulher iria avançar nela, porém eu protegi o corpo de Paula com o meu fazendo seu tapa acertar meu ombro.

  - Olha aqui, eu não vou permitir que você agrida ela- a olhei irritado.

  - Então me beija só para eles verem como é bom ser traído- ela me puxou pela camisa, porém eu me soltei e voltei para a frente de Paula.

  - Eu não quero beijar você, e ela não é minha namorada. Por favor, resolva os problemas com seu namorado longe de nós.

  Peguei Paula pelo braço e levei até as mesas.

  - Que vergonha, hein!- falei assim que Paula se sentou- Bebe!- dei uma garrafa com água para ela.

  - Não quero.

  - Pega- segurei seu rosto e virei a água em sua boca, a fazendo beber- Você viu que quase apanhou né?

  - Ela é muito irritada.

  - Você ia gostar se beijassem seu namorado na sua frente?

  - Eu não gosto quando vejo a Suzana te beijar na minha frente, então eu supero- ela falou olhando para o copo de vodca encima da mesa.

  Eu paralisei ao ouvir aquilo, sei que estávamos bêbados ao ponto de não lembrar disso amanhã e até de falarmos coisas que não deveríamos. Porém meu pai sempre disse: "uma pessoa bêbada faz o que não tem coragem de fazer quando está sã" e eu sempre acreditei em tudo que ele fala.

  - Porque você não gosta?- queria uma explicação.

  - Quero mais vodca- ela estendeu o copo para mim.

  - Não tenta mudar de assunto- puxei uma cadeira e me sentei próximo à ela.

  - Porque não, simples- ela deu de ombros.

  - Ok, não vou te forçar a falar nada- eu passei a mão em seu cabelo.

  - Que horas são? Será que ainda dá tempo de eu beijar mais alguém?

  - Não, já deu de confusão por hoje, única boca que você pode beijar se quiser é a minha- eu mordi o lábio olhando para sua boca.

  - Não me testa, Breno.

  - Deixa eu te contar uma coisa. Eu também não suporto ver você beijando outras pessoas na minha frente.

  - Não gostou de eu ter beijado o Rafael?- ela queria me provocar.

  - Não, eu odiei- olhei no fundo de seus olhos.

  - Eu não faço mais, juro juradinho!- ela falou como se fosse criança e eu ri.

  - Acho bom, também prometo nunca mais beijar Suzana em sua frente- eu passava o dedo contornando sua sobrancelha.

  - Tá bom- ela falou um pouco mais baixo.

  - O que tão fazendo sentados?- Bruna chegou gritando, outra que já tava ruim.

  - Paula Carolina se meteu em confusão.

  - Desculpa gente, mas não foi minha culpa- ela pôs as duas mãos para cima.

  - Vamos indo? Já são 6:00 da manhã- Bruna informou.

  - Você não vai dirigir, né?- Paula perguntou.

  - Tava pensando em chamar um motorista de aplicativo e buscar o carro amanhã.

  - Ótimo, aí chegamos vivos- falei rindo e Bruna me bateu.

  - Eu peço- Paula disse e pegou seu celular- Onde a gente tá mesmo? Divinópolis né?- ela tava louca demais.

  - Claro que não, maluca, deixa que eu escrevo- Bruna pegou o celular da mão dela e chamou o motorista.

  Nós fomos até a porta e encontramos Rafael próximo a mesma.

  - Já vão?- ele passou o braço no pescoço de Paula.

  - Sim, já tá bem cedo- Bruna falou.

  - Então tchau- ele segurou o rosto de Paula e mordeu seu lábio inferior.

  - Tchau, moço- Paula escapou de seus braços e foi para fora da balada juntamente comigo e com Bruna.

  - Vocês ficaram?- Bruna perguntou me pegando de surpresa.

  - Sim- Paula respondeu me deixando mais surpreso ainda.

  - Como puderam?- Bruna me olhou incrédula.

  - Ué, nós estamos solteiros, e foi apenas uma recaída de ex- Paula me deixou aliviado ao explicar que falava de Rafael.

  - Ah, você tava falando do Rafa?- Bruna perguntou confusa.

  - Sim, pensou que fosse de quem?- Paula perguntou entrando no carro.

  - Não, ninguém não- ela sorriu e entrou também.

  Fomos o caminho todo em silêncio, único som que se ouvia era Paula cantando a música de maneira totalmente equivocada. Muitas vezes eu me pegava rindo e a observando pelo retrovisor.

  - Enfim em casa!- Bruna se atirou no sofá.

  - Gente, posso ficar aqui? Não quero chegar nesse estado lá na casa da Suzy- Paula se sentou e tirou o sapato.

  - Claro- respondi tirando o tênis.

  - Onde que eu vou dormir?- Paula questionou.

  - Breno, ajuda ela aí que eu não vou nem conseguir tirar a roupa, to com sono demais. Boa noite!- Bruna foi para o seu quarto.

  - E aí, moço?- Paula me olhou.

  - Você tem três opções, dormir no quarto da minha mãe, dormir no colchão, no quarto da Bruna, ou a última e mais interessante de todas, dormir no meu quarto, na minha cama, até encima de mim se você quiser- propus com um sorriso safado no rosto.

  - Não me atenta, Breno- ela se levantou do sofá, veio até mim e deu uma fungada no meu pescoço me arrepiando dos pés à cabeça.

  Logo ela se afastou e foi até o banheiro. Ao vê-la entrando lá, todos os pensamentos da festa vieram à tona, a oportunidade de tentar algo havia chego, e eu com certeza agarraria a chance com unhas e dentes.

•Unexpected•Onde histórias criam vida. Descubra agora