Capítulo 33

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  Logo que Paula saiu correndo atrás de Suzana, eu me sentei em sua cama pensando na merda que havia acontecido por minha culpa. Eu me sentia a pior pessoa do mundo por gerar isso na vida de Paula e Suzana. Ambas eram mulheres que eu me importava muito e não queria que nenhuma ficasse magoada, porém para viver o que eu queria alguém sairia chorando.

  Fiquei pensando em tudo isso e, quando ouvi uns passos na escada, resolvi me direcionar para o quarto que dividia com Suzana para que elas não me encontrassem. Eu não estava fugindo da culpa, apenas não queria piorar as coisas no momento.

  Fiquei com o ouvido na porta tentando ouvir o que era dito, porém nada estava nítido. Resolvi sair do quarto para ouvir melhor, porém a única coisa que ouvi foi a despedida de Paula e logo a porta se fechando. Desci as escadas correndo e me deparei com uma Suzana inconsolável no sofá. Me preocupei muito por ela e pelo bebê também.

  - Hey, não fica assim- a abracei.

  Eu sei que parecia ridículo por eu ter sido a pessoa que causou tudo isso, mas eu precisava consolar, precisava acalmar Suzana.

  - Ela se foi!- ela se agarrou a mim e continuou chorando.

  - Quando a gente voltar para Goiânia vocês conversam.

  - Aí que tá o problema, Breno- ela se separou de mim e limpou os olhos- Paula foi para Goiânia só pegar as coisas dela. Sua próxima parada é Belo Horizonte.

  Eu fiquei sem rumo ao ouvir essa frase. A chance de eu nunca mais ver Paula era grande, e isso fez meu coração apertar e meus olhos arderem.

  - Mas ela tem assunto com a empresa ainda.

  - Ela não é irresponsável, vai dar um jeito- Suzana encostou as costas no sofá e nós ficamos em silêncio.

  Eu reparei que aquele silêncio era para tardar a conversa que seria inevitável de acontecer.

  - Vamos falar sobre isso? Gostaria de me explicar- falei.

  - A Paulinha estava tão transtornada que nem conseguiu me explicar nada, tadinha- era notável que Suzana não estava com raiva de Paula- E vocês nem me devem explicações.

  - Claro que devo!- afirmei- Nós estávamos ficando e eu quero te contar para você não achar que foi feita de trouxa e que nós tínhamos um caso por suas costas.

  - Não foi o que aconteceu?- ela me olhou.

  - Não. Eu vou te explicar tudo o que aconteceu.

  Me levantei do sofá e puxei um banco que havia na sala para sentar de frente para Suzana e explicar tudo olhando em seus olhos.

  - Quando você me contou que tinha um sobrinha, eu achei que fosse uma criança pelo jeito que falou dela, só que então naquele dia você chegou com Paula lá no salão e eu não pude deixar de admirar, ela é uma mulher extremamente linda- Suzana concordou com a cabeça- Eu sempre fui um cara impulsivo, que quando eu queria, eu fazia, independente da situação, então quando eu vi Paula, meu primeiro pensamento foi "eu quero pegar ela"- reparei uma mudança no semblante de Suzana- me perdoe pela sinceridade.

  - Não, é bom ficar sabendo da história sem mentiras, continue- ela sorriu para mim.

  - Eu pensei isso, só que eu também pensei que ela era sua sobrinha e eu não poderia fazer isso pois eu prezo muito a família e eu não queria destruir a sua, então eu segurei. Mas haviam trocas de olhares, um secando o corpo do outro com os olhos, e essas foram coisas que instigaram cada vez mais e teve uma hora que eu cheguei no meu limite, e isso foi naquela festa que a Paula não voltou para a casa- ela fez um sinal de que lembrava do dia- Naquele dia que estava decidido a ver no que isso poderia dar, então comecei a investir nela e acabou rolando um beijo lá em casa.

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