Capítulo 36

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  - Posso te abraçar?- foi a primeira coisa eu falei ao entrar na casa.

  Paula se levantou e foi para perto de mim enquanto eu fechava a porta.

  - Lógico que pode!

  Me aproximei dela e a puxei para os meus braços, a abraçando como se aquilo que me fizesse respirar.

  - Senti muito a sua falta- a apertei mais forte.

  - Eu também, desculpa ter sumido, mas precisava de um tempo- ela separou do abraço e me olhou nos olhos.

  - Eu te entendo, linda- sorri e passei a mão em seu cabelo- Esse cabelo ficou lindo.

  - Obrigada, você também tá lindo, mais gostoso que nunca- ela disse me deixando vermelho- Virou tímido agora?

  - Sempre fui- ela riu- Vamos conversar agora?- perguntei sério.

  - Claro- ela se sentou no sofá e me chamou para sentar ao seu lado- Quer falar sobre o que aconteceu?

  - Sim, eu necessito saber como você ficou esse tempo todo. Eu fiquei muito mal sem notícias.

  - Na verdade eu não conseguia nem comer direito, passava o dia e a noite trabalhando para poder esquecer tudo que havia acontecido. Essa história mexeu muito comigo, pensar em Suzana chorando por minha causa quebrou meu coração, mas eu não podia me entregar a isso, precisava viver minha vida, então comecei a trabalhar mais que nunca- ela contou.

  - E por que você resolveu fazer essa linda surpresa e aparecer?- perguntei sorrindo.

  - Eu tava trabalhando tanto que acabei dormindo no meu escritório, cheguei em casa já era bem tarde. Quando entrei na cozinha, o celular da minha mãe tocava incessantemente e eu resolvi atender sem ver quem era. Era Suzana, ela parecia estar sentindo muita dor, então eu resolvi não desligar o telefone. Aí ela disse que ia ganhar o bebê, que me amava, nunca esteve brava comigo e me queria com ela e que eu conhecesse seu filho. Então eu engoli o orgulho e resolvi vir- ela explicou.

  - Foi a melhor coisa que você poderia ter feito. Quando você foi embora eu conversei com Suzana, contei tudo detalhado para ela e deixei claro que não tínhamos um romance nas costas dela, mas algo que aconteceu naturalmente. Ela entendeu de boa, única coisa que ela ficou triste foi do jeito que você foi embora e as coisas que falou para ela, como se você fosse culpada de muitas coisas, mas ela não estava brava e nem magoada- contei para Paula.

  - Ela não brigou com você?

  - Pelo contrário, ela só me perguntou porque eu não tinha falado antes que estava apaixonado por você, ela disse que entenderia de boa. Inclusive disse que sua felicidade faz a dela.

  - Mas você entende o porquê de eu ter sumido, né?- perguntou.

  - Lógico que eu entendo, linda!

  - E você? O que andou fazendo?- me perguntou.

  - Academia e trabalho, apenas- nós rimos.

  - Não foi encher a cara?- ela perguntou brincando.

  - Desde que você foi embora eu não pus uma gota de álcool na boca- contei a ela.

  - Eu também não, que engraçado, né?

  - Sua mãe te deu o recado?- perguntei falando sobre o dia que Paula foi embora.

  - Sim- ela mordeu o lábio inferior.

  - Eu cumpri com a minha palavra. Estou há três meses sem beijar ninguém, simplesmente porque a boca que eu queria beijar não estava aqui- olhei intensamente em seus olhos.

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