Capítulo 15

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  Eu entrei no banco da frente, ao lado de Bruna, e Paula atrás junto com as amigas de minha irmã.

  - Até que enfim, achei que só chegariam amanhã- Bruna falou e logo me olhou desconfiada, eu apenas neguei discretamente com a cabeça e vi que sua expressão aliviou.

  - Desculpa, Bruna, eu deveria ter começado antes- Paula falou.

  - Relaxa, Paulinha, eu to só zoando- ela sorriu para Paula e logo deu partida indo em direção a balada.

  - Já tem um objetivo para hoje?- Uma das amigas de Bruna perguntou a Paula.

  - Um tá bom, mas se der dois tá ótimo- as quatro riram.

  - De que vocês tão falando?- perguntei.

  - Homens, irmãozinho- Bruna respondeu rindo.

  Eu apenas revirei os olhos. Chegamos ao nosso destino e encontramos Rafael em um local que havia mesas acompanhado por algumas pessoas.

  - Oi!- ele cumprimentou cada um de nós- Linda como sempre- ele sorriu para Paula.

  - Obrigada.

  - Vamos beber que hoje é por minha conta!- Rafael disse indo para a mesa.

  Nós estávamos bebendo bastante, tanto que o grau chegou mais rápido que o normal para muitos ali, e Paula foi um desses.

  - To a fim de um remember- Rafael falou para mim enquanto observávamos Paula dançar- Será que rola?

  - Acho difícil, ela tem cara de quem não pega cara repetido- falei tentando convencê-lo a não chegar pois sabia que no estado que ela estava, beijaria.

  Resolvi ir dançar para não ter que ouvir Rafael. Fui para o lado de Paula que me puxou para dançar.

  - Você dança muito gostoso- ela falou próxima ao meu ouvido devido a música alta.

  - Você acha?- ela assentiu- Posso te mostrar outra coisa que faço gostoso também?- perguntei em um tom sedutor encarando sua boca.

  - Não- ela falou com uma voz manhosa, demonstrando um 'Deus me livre, mas quem me dera'- Querer, até que eu quero, mas eu não posso- ela continuava dançando.

  Paula estava muito louca, dava pra ver que a quantidade de bebida que havia tomado já havia subido a cabeça e ela já não tinha mais senso.

  - Eu também quero- continuei dançando, porém mantendo uma distância.

  - Com licença, primo- Rafael chegou se posicionando ao lado de Paula- E aí, gata?- ele deu um beijo em seu pescoço.

  - Eu quero beijar na boca- ela riu olhando para Rafael, nunca tinha a visto tão bêbada.

  - Pode beijar a minha se quiser- ele aproximou seu rosto do dela e meu sangue correu frio.

  - Não, quero bocas novas- ela virou de costas para ele, que colou seu corpo atrás do dela e começou a dançar.

  - Mas eu quero a sua boca- ele beijou o pescoço dela e foi subindo para o rosto, logo segurou seu rosto com a mão, o virou para o lado e alcançou a boca e Paula com a sua.

  Eu estava pronto para interromper alegando que ela já tinha dito que não queria, porém travei ao ver a língua de Paula entrar na boca de Rafael, então, irritado, resolvi ir beber todas no bar só para aquele filho da mãe gastar um monte.

  Eu bebia tudo muito rapidamente, tão rápido que no quinto copo eu já pude sentir que havia batido, e eu estava em um estado bem alegre. Bebi mais alguns copos e voltei para a pista, Paula continuava lá beijando Rafael e eu fiquei ainda mais irritado ao ver a mão dele descendo até sua bunda.

  - Acho que já deu, né?- puxei Rafael.

  - Você tá louco? Não viu que tá atrapalhando?- Rafael empurrou meu braço.

  - Olha o estado dela- comecei a rir, afinal, estava muito louco também.

  - Olha o seu então. Quer saber? Fica com ela, vou ir buscar uma melhor- seu tom de desdém fez meu sangue ferver, e eu só não parti para cima dele ali porque sabia que não daria conta.

  - Quer beijar na boca ainda?- Perguntei a Paula que dançava com um copo de vodca pura na mão.

  - Depois!- ela piscou para mim e continuou dançando sozinha.

  Eu fiquei na pista, mais observando seu corpo se movendo em compasso com a música do que realmente dançando. Aquela mulher tinha uma sensualidade tão natural que era notável que ela não tentava ser sexy, apenas era, e isso me fez querer agarrar ela ali mesmo, porém eu sabia que não podia, tinha que ser tudo de maneira profissional.

  - Quer ir no banheiro comigo?- estava tentando achar um jeito de tirá-la da pista para beijar sua boca.

  - Quero não, to bem!- ela não entendeu minha investida.

  Eu bati a mão na testa e resolvi me sentar, já havia entendido que ali não rolaria nada, nós estávamos muito loucos, acredito que o suficiente até para deixar acontecer.

  Fiquei observando a pista e reparei que outro cara estava chegando em Paula, tinha seu corpo grudado e uma mão em seus cabelos. Paula virou de frente para ele e beijou sua boca. Revirei os olhos, aquela mulher me daria muito trabalho. Continuei observando até que algo de estranho aconteceu. Vi que uma mulher ia em direção deles com uma cara muito irritada, e quando ela chegou lá e puxou forte o braço de Paula eu percebi, Paula estava completamente encrencada!

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