Capítulo 32 (especial)

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  Desde que eu conheci o Breno, houve algo nele que me encantou profundamente. Nunca descobri se era o sei jeito brincalhão e sério quando necessário, se era aquele olhar que me arrepiava dos pés à cabeça, mas havia algo que sempre prendeu minha atenção em Breno.

  No primeiro beijo que eu dei nele eu já estava decidida a deixar rolar caso ele investisse em mim durante a festa, o que não aconteceu, e acabou me deixando frustrada. Aí quando surgiu a oportunidade, que eu vi que realmente ele era a fim de mim, eu agarrei com unhas e dentes e comprovei o que não queria que fosse verdade, o desejo não era passageiro.

  Eu resolvi deixar tudo que rolou em off para não dar problemas, porém aqui nessa viagem tudo pareceu que ficou mais intenso. Breno havia mudado seu jeito comigo, parecia mais fofo, carinhoso e ele foi me conquistando, sem querer, aos poucos.

  Teve um dia em que sonhei com ele a noite, sonhei que estávamos em uma casa, havia uma mulher com um bebê no colo, e eu e Breno olhávamos para ela, até que ele me olhou e disse " um dia vai ser o nosso, mor". Foi nesse dia que eu descobri que tudo havia passado do limite do físico e havia atingido o emocional. Eu estava apaixonada por Breno, tanto que tive coragem de contar minha história de vida para ele, coisa que não havia feito nem para minhas irmãs.

  Quando rolou a conversa na praia eu me senti muito aliviada de poder pôr para fora tudo que eu estava sentindo, e fiquei ainda mais feliz em saber que ele também sentia. Dormir nos braços dele foi a coisa mais gostosa que aconteceu. Porém quando eu acordei no dia seguinte sem Breno ao meu lado, e me lembrei o porquê de ele ter saído, minha consciência pesou. Eu passei o restante do dia sem conseguir olhar no rosto de Suzana. Cada vez que ela dirigia a palavra a mim eu ficava me sentindo suja, não estava mais aguentando aquela pressão, e quando Breno apareceu parecia que tudo havia piorado. Eu não conseguia olhar nos olhos de ninguém dentro daquela casa, parecia que todos estavam me julgando pelo que eu havia feito, era como se eles soubessem. E esse foi o motivo de eu ter ido passar o dia e a noite na casa de Lucas.

  Depois que Breno me ligou e eu resolvi me afastar, eu tentei deitar novamente ao lado de Lucas e dormir, porém eu me sentia culpada por enganar ele também. Resolvi que iria naquele momento para pegar o primeiro avião que fosse para Goiânia. Fui embora da casa de Lucas sem dar muita explicação e tentei ser o máximo silenciosa ao chegar em casa, porém fui descoberta por Breno.

  Eu estava tentando de tudo para que ele se afastasse de mim, seria melhor para nós dois esse afastamento, porém o nosso imã nos impedia de fazer isso. Quando Breno me puxou para me beijar eu não aguentei. Tudo que eu sentia por ele veio à tona e eu esqueci completamente da culpa, porém o beijo maravilhoso que ocorreria ali foi interrompido por uma voz que me fez gelar por dentro.

  - Suzy?- falei quando me separei de Breno e me virei, vendo a mulher ali com uma cara de indignação.

  - A gente pode explicar- Breno falou.

  - Não precisam explicar nada- ela sorriu sem humor e saiu.

  - Suzy, espera!- fui atrás dela, até que estávamos no pátio da casa.

  - Eu to me sentindo tão mal- ela tinha lágrimas escorrendo pelo rosto, o que partiu meu coração.

  - Não, eu que me sinto péssima- senti meus olhos arderem.

  - Durante todo esse tempo eu te tratei como uma filha, sempre te dei todo o carinho possível, te trouxe para dentro de minha casa e você ficou com o pai do meu bebê. Mas vocês estão certos, são jovens, têm que curtir a vida- ela olhava nos meus olhos, o que me quebrava mais ainda.

  - Olha só, eu não queria, eu tentei fugir disso, mas foi inevitável.

  - Você é adulta, eu te trato como se fosse uma criança, mas nós sabemos que você não é. Quando você não quer, você diz 'não' e acabou, então me poupe desse papo, Paula- era a primeira vez em minha vida toda que Suzana me chamava assim, isso fez me choro sair descontroladamente.

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