Capítulo 10

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  O domingo já não havia começado bom, a ressaca de ontem à noite fez com que meu humor não ficasse dos melhores.

  - Filho, vamos fazer uma festa para comemorar seu aniversário?- minha mãe propôs durante o almoço.

  - Ah não, mãe, meu aniversário já passou e eu não gosto de comemorar- falei.

  - Mas será a única oportunidade que você vai ter para falar com todos seu parentes, inclusive sobre a gravidez- minha mãe tentava me convencer.

  - Tem o da Bruna- falei.

  - O bebê já vai ter nascido, oh cabeção- Bruna falou.

  - Tá mãe, o que você quer fazer?- perguntei.

  - Não precisa ser nada grande, pode ser só um jantar para todos, aí vem seus parentes de BH também- ela falou

  - Quando?

  - Semana que vem. Avisa a Suzana e Paula já.

  - Ih, duvido que a Paula venha- pensei alto.

  -Por quê?- minha mãe me olhou desconfiada.

  - Deu uma treta entre eles ontem- Bruna falou e eu a olhei irritado.

  - O que você fez, Breno?- minha mãe me olhou brava- Melhor nem me contar que eu não quero estragar meu dia. Ah, esqueci de falar, o primo de vocês vem para Goiânia hoje e quer jantar conosco.

  - Quem?- questionei.

  - O Rafael- eu revirei os olhos ao ouvir esse nome- Para de implicância, Breno.

  - Implicância nada, sempre que eu levava uma namorada para eles conhecerem ele paquerava a menina.

  - Mas tenta relevar filho, só hoje.

  - Tá bom.

  - Eu liguei para a Suzana, ela me deu certeza que viria, porém disse que talvez Paula não venha.

  Respirei fundo ao ouvir isso, realmente eu havia estragado minha relação com Paula, e minhas chances com ela desceram por água abaixo.

  O dia foi passando tranquilo, Suzana veio aqui para minha casa ficar conosco, ela disse que Paula não tinha vindo pois estava com trabalho acumulado, o que estranhei por ser domingo.

  - De noite a Paula vem?- perguntei curioso.

  - Eu não tenho certeza. Desde ontem ela tá meio estranha, acho que a confusão na balada foi séria. Vocês não viram?- ela perguntou para mim e Bruna.

  - Infelizmente não, mas ela tá bem mesmo?- Bruna perguntou.

  - Tá sim, só que ela tá um pouco cabisbaixa, e até me chamou de tia hoje, coisa que só faz quando fez besteira ou quer algo.

  Minha mãe ouvia o diálogo apenas olhando para mim com olhar de reprovação, acredito que ela ligou os fatos e descobriu que a "confusão" que a Paula tinha se metido estava relacionado a mim.

  - Eu vou ir arrumar as coisas pois daqui a pouco seu primo chega- minha mãe disse e foi para a cozinha.

  Enquanto Bruna e Suzana conversavam, eu agradecia mentalmente por Paula não comparecer ao jantar, afinal, ela era gata demais, e as chances de Rafael ficar paquerando ela durante o jantar eram muito grandes.

  A campainha tocou e eu fui abrir a porta. Estava com a pior cara possível achando que era Rafael, porém quando abri dei de cara com a mulher que me tirava a concentração.

  - Achei que não viria- sorri para ela que apenas me olhou rapidamente e entrou.

  - Oi- ela disse.

  - Você veio!- minha mãe veio da cozinha e a abraçou.

  - Eu jamais faria essa desfeita com a senhora- ela sorriu para minha mãe.

  As duas foram para a cozinha, aparentemente Paula não estava aguentando nem estar no mesmo ambiente que eu e isso não era nada bom.

  A campainha tocou novamente e dessa vez não tinha saída, com certeza era Rafael. Quando abri a porta já dei de cara com o homem de cabelo castanho e olhos verdes.

  - Primo!- ele falou empolgado e me abraçou.

  - Oi, como vai?- tentei ser simpático.

  - Muito bem- ele entrou.

  - Deixa eu apresentar, essa é Suzana, a mulher que está esperando meu filho, e esse é meu primo, Rafael- reparei um troca de olhares estranho entre eles.

  - Chegou!- minha mãe chegou na sala e o abraçou- Seja bem-vindo!

  - Obrigada Maria Olívia!

  Paula chegou logo depois da minha mãe, e quando viu meu primo, ficou olhando com a mesma cara que Suzana.

  - Rafael?- ela parecia confusa.

  - Paula?- ele não estava diferente.

  - Como vocês se conhecem?- Bruna perguntou.

  - Longa história- Paula tentou desconversar.

  - Na verdade a gente namorou bastante tempo, três anos para ser mais exato- ele falou isso e meu queixo caiu involuntariamente.

  Definitivamente, esse caso familiar está ficando cada vez mais complicado!

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