Capítulo 8

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  Já havia posto minha roupa e estava no sofá esperando Bruna se arrumar.

  - Anda logo! A Paulinha tá nos esperando- gritei para ela.

  - Ela nem deve estar pronta ainda- falou chegando na sala.

  - Até que enfim, bora!- peguei as chaves do carro, documentos e fomos para o carro.

  Chegamos em frente ao prédio e eu desci para interfonar para Paula, porém foi atendido por Suzana.

  - Diz para a Paula vir logo- falei

  - Ela já tá descendo- Suzana respondeu.

  Não deu nem cinco minutos e Paula saía pela porta do prédio.  Meu queixo só não caiu quando a vi porque fiz força mental para que não acontecesse. Paula estava mais linda que o normal, vestia um vestido preto de mangas longas marcando todas suas curvas e um batom vermelho que fez sua boca ficar ainda mais desejável, coisa que eu achei que fosse impossível.

  - Gostou?- ela girou me mostrando a roupa.

  - Tá linda- eu sorri, recebendo um lindo sorriso em resposta.

  Fomos para o carro e pouco tempo depois chegamos na balada. Ao entrar no locar pude ver vários olhares se voltando para Paula, alguns demonstravam desejo, outros apenas admiravam sua beleza, e de muitas mulheres demonstrava inveja de sua beleza natural e surreal ao mesmo tempo.

  Fomos para perto do bar esperar meu amigos e ficamos conversando.

  - Hey!- ouvi uma voz conhecida.

  Meus amigos estavam chegando com a animação de sempre. Todos foram devidamente apresentados, afinal, não eram todos que haviam conhecido Paula.

  Começamos a beber nos dispersamos pelo local. Procurei Paula com os olhos e a vi dançando no meio da pista, e notei que ao seu lado estava Jordan, um dos meus melhores amigos. Pude perceber no olhar dos dois que estava rolando uma paquera e aquilo fez meu sangue ferver. Saí de onde estava e fui me sentar nos bancos do bar, tendo uma visão privilegiada do que acontecia enquanto tomava vários shots de tequila.

  Jordan aproximou o corpo de Paula e falou algo em seu ouvido, pela cara que ela fez era nítido o tipo de coisa que ele estava falando. Estava com vontade de ir lá e acabar com essa palhaçada, porém eu não tenho direito de me meter na vida de nenhum dos dois.

  Pelo menos umas quatro meninas haviam chegado em mim nesse momento em que fiquei ali, porém estava tão irritado que não consegui dar atenção a nenhuma. O tanto de bebida que eu tomei me fez ficar muito louco, eu me sentia corajoso, poderia me levantar e ir lá separar os dois, que estavam dançando colados, porém usei o resto de senso que tinha e permaneci sentado bebendo, até que vi Paula vindo em minha direção com cara de poucos amigos.

  - Seu amigo é fraco hein, credo!- ela pegou o copo da minha mão e bebeu.

  - Talvez ele não queira te pegar.

  - Ele quer, eu vi no olhar dele, mas ele não chega junto, não tenta, só me falta sair daqui sem beijar ninguém- ela pediu uma bebida.

  - Pode me beijar se quiser- o resto de senso já havia ido embora.

  - Eu to falando sério!- ela revirou os olhos e deu um tapinha no meu braço.

  Bruna veio até nós.

  - Porque tão aí sentados?

  - Observando- respondi.

  - Esperando ação- Paula disse.

  - Chega junto- Bruna a aconselhou.

  - Nunca! Se o cara quiser ele que venha- ela bebeu sua bebida- Já dei uns três tiros aqui, o que chegar primeiro pega.

  - Isso é jeito de falar?- já estava ficando irritado.

  - Sujo falando do mal lavado- Bruna disse isso e saiu rindo.

  Depois de uns minutos chegou um homem que falou algo no ouvido de Paula, ela se levantou, pegou sua bebida e foi para a pista com ele. Jordan veio em minha direção.

  - Cadê a Paula?- ele perguntou.

  - No meu bolso ela não tá- respondi irritado.

  - Calma, cara, só perguntei- ele se sentou também.

  - Você vai pegar ela?- fui direto.

  - Não vou mentir, fiquei com vontade, ela é gata demais e tal, mas não sei se vai ser legal pegar alguém que vai praticamente virar da família- ele explicou.

  - Concordo- fiquei aliviado ao ouvir aquilo.

  Olhei em direção a pista e pude ver uma cena que me causou um rebuliço no estômago, Paula estava beijando a boca daquele homem que a levou para a pista. Ele tinha uma de suas mãos nos cabelos dela e a outra em sua cintura enquanto ela tinha suas duas mãos atrás do pescoço dele. Fiquei um tempo observando até que resolvi levantar e ir para a pista, não era obrigado a ficar vendo aquilo.

  Enquanto eu dançava, uma mulher chegou para dançar comigo, e eu, que estava com raiva por Paula ter beijado a boca daquele homem, resolvi me deixar envolver por aquela mulher. Tudo estava de boa, quando de repente ela me beijou, eu segui o beijo, porém lembrei de Paula, de Suzana e do meu filho, o que me fez afastar a mulher.

  - Desculpa, não posso- eu falei para ela.

  Quando olhei para o lado, vi Paula me olhando com os olhos bem abertos e com a mão na boca. Ela fez um sinal negativo com a cabeça e saiu andando.

  Agora o caos estava instaurado, e no momento a única coisa que me importava era a opinião de Paula.

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