Capítulo 17

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  Quando cheguei até a porta do banheiro, vi que ela estava aberta e Paula estava de frente para o espelho cantando a última música que havia tocado antes de sairmos da balada. Paula estava dançando como se quisesse seduzir o espelho, as vezes apontava e algumas vezes ela chegava com o rosto bem pertinho e arqueava a sobrancelha. Jogava seu cabelo de um lado para o outro e em alguns momentos descia até o chão. Eu estava divido entre achar graça do que acontecia ali e me sentir seduzido por aquela mulher.

  - Pode entrar?- perguntei.

  - Claro, meu bem- ela respondeu me olhando pelo espelho.

  - Tudo bem aí?- perguntei e dei um beijo em seu ombro.

  Ela apenas assentiu com a cabeça e continuou dançando como se eu não tivesse aqui.

  - Posso fazer uma coisa que eu to com muita vontade?- perguntei passando a mão em seu cabelo.

  - Pode, pode- ela falou cantando.

  - Vou precisar que você faça duas coisas.

  - O que?- ela virou de frente para mim.

  - Encosta na parede e fecha os olhos- falei baixo.

  Ela arqueou uma sobrancelha e fez o que eu disse, se encostou na parede do banheiro e fechou os olhos. Agora só faltava o meu passo. Eu estava bêbado o suficiente para não ligar para o estado atual de Paula e ter coragem para fazer o que queria.

  Cheguei bem perto de Paula, fazendo nossos narizes se encostarem e nossas respirações se chocarem. Fiquei analisando suas expressões e ela não parecia querer sair dali, pelo contrário, parecia que ela queria que eu a beijasse logo. Resolvi tomar a primeira iniciativa. Dei um leve selinho em seus lábios apenas sentindo a maciez. Paula passou a língua por eles parecendo querer sentir o gosto.

  Botei minhas mãos na parede, ao lado de sua cabeça e novamente fui até sua boca novamente, só que dessa vez eu pus minha língua para fora e passei levemente pelo seu lábio inferior, não vendo resistência, passei de forma mais firme contornando sua boca. Fui pego de surpresa quando Paula pôs sua língua para fora e passou pela minha rapidamente, apenas dando para sentir a sua textura. Ela abriu os olhos e deu um sorriso safado, que me fez querer beijar ela de uma vez.

  Segurei seu rosto com uma mão e comecei a beijar sua bochecha, não me contentando, fui em direção a sua orelha e chupei o lóbulo da mesma, fazendo Paula apertar as unhas nas minhas costas. Visto que ela estava gostando do que acontecia, resolvi dar uma intensificada, desci meu rosto até seu pescoço e comecei dando beijinhos leves. Seu perfume me embriagava, então resolvi aprofundar e dar beijos mais lentos em seu pescoço.

  - Cheirosa- disse enquanto me perdia na pele macia de seu pescoço.

  Comecei a beijar o local como se beijasse sua boca. Paula pôs a mão em meus cabelos e começou a puxar, aprofundando mais minha boca em seu pescoço. Eu a beijava com urgência, então comecei a subir os beijos até chegar em sua bochecha novamente, tentava tortura-la para que ela pedisse mais, e eu sentia seu pedido enquanto seus dedos se perdiam entre meus cabelos e arranhavam minhas costas. Quando cheguei no canto de sua boca, parei o que fazia, afastei nossos rostos e olhei para suas expressões.

  - Breno- ela sussurrou ainda com os olhos fechados.

  - Que?- mordi o lábio esperando o pedido.

  - Boa noite- me surpreendi com sua fala, e principalmente com o que veio depois.

  Paula me afastou dela e saiu do banheiro indo em direção ao quarto de Bruna. Eu fiquei extremamente irritado por perder a chance de beijar sua boca. Tanto que dei um soco na parede. Fui para o meu quarto, tomei uma ducha, vesti apenas uma calça de moletom e me atirei na minha cama, ficando de barriga para cima, com os braços tapando os olhos.

  Eu tive a chance de beijar Paula e resolvi ficar enrolando, deveria ter feito o que tinha vontade e pronto, sem ficar tentando seduzi-la. Fiquei um tempo refletindo sobre isso até que senti um lado da minha cama afundar. Eu estranhei o movimento e então tirei os braços no rosto e olhei para o lado. A visão que tive foi a melhor. Paula, vestida com uma camiseta masculina que eu acreditava ser a que a emprestei e um short minúsculo, estava subindo em minha cama. E como se não fosse o suficiente, ela passou uma perna por cima do meu corpo, sentando no meu quadril e me encarando com uma cara de atrevida.

  Eu fiquei completamente sem reação, encarava o rosto daquela mulher como se fosse um sonho, e a confirmação de que era real veio no momento em que Paula jogou os cabelos para o lado, inclinou seu tronco para a frente e tocou meus lábios com os seus em um selinho. Eu continuava sem reação, porém quando me dei conta de que o que acontecia era real, eu resolvi agarrar a oportunidade.

  Não querendo perder tempo, eu segurei o cabelo de Paula na nuca e puxei seu rosto mais em direção ao meu, abrindo a boca para beijar ela. Assim que sentiu meus lábios se abrindo, Paula também abriu sua boca, permitindo que minha língua entrasse lá já dando de cara com a sua e explorando cada pedaço daquela boca que tanto desejei.

  Nosso beijo era urgente, eu mordia e sugava seus lábios como se eu necessitasse disso para sobreviver. Minha outra mão pousou na coxa de Paula e ficou explorando a área, acariciando e apertando sua coxa de cima a baixo. Quando Paula tomou o controle do beijo e botou sua língua em minha boca mostrando suas habilidades, eu não me controlei e subi minha mão até sua bunda, apertando e conhecendo o local que tanto admirei com os olhos e tanto desejei. Cada vez que me lembrava da cena que vi no quarto de Bruna, apertava ainda com mais força a corpo da mulher encima de mim.

  Paula finalizou o beijo mordendo a minha boca e levantou o tronco, ficando sentada encima de mim novamente.

  - Beijo gostoso- ela passou o dedo na minha boca.

  - Então prova mais- eu levantei meu tronco empurrei o corpo de Paula para o lado, a fazendo ficar deitada em minha cama, e então subi encima dela, me posicionando entre suas pernas, segurando uma delas com uma mão e me apoiando na cama com a outra.

  - Você não presta- ela mordeu a boca.

  - E você menos.

  Voltei a beijar ela. Era nítido a nossa necessidade sentir o outro com o tato. Enquanto eu segurava uma perna sua com a mão, Paula passava uma mão no meu cabelo e a outra variava entre arranhar minhas costas e apertar meu bumbum.

  - Gostoso- ela falou assim que comecei a beijar seu pescoço.

  - Vai dormir comigo?- olhei para o seu rosto.

  - Na verdade não, só vim te dar boa noite- ela empurrou meu corpo me fazendo deitar na cama novamente.

  - Você me beija desse jeito e vai embora?- perguntei.

  - Você queria isso, só realizei seu desejo. Boa noite!- Paula deu três beijos ao longo da minha barriga e finalizou dando uma lambida no meu lábio inferior- Durma bem.

  Ela sorriu para mim antes de sair. Quem visse aquele sorriso inocente não imaginaria o que essa mulher é capaz, eu não imaginava, e hoje consegui presenciar um pouco. Eu não tenho certeza do que vai acontecer amanhã, na verdade não faço nem ideia, mas uma coisa eu tenho certeza, esse foi o beijo mais gostoso que eu já recebi na minha vida e eu jamais esquecerei.

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