7 ¶ Um homem de negocios

2.4K 261 20
                                    

Meu pai havia acabado de chegar de uma longa viagem de três meses e queria — urgentemente — me ver

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Meu pai havia acabado de chegar de uma longa viagem de três meses e queria — urgentemente — me ver. Nesse caso, tive que marcar um horário. Sim, para vê-lo eu precisava agendar. Ele era um homem ocupado, não tinha tempo para distrações. Não que eu fosse uma. Não é como se eu quisesse estar na presença dele por mais de dez minutos. Embora compartilhássemos dos mesmos planos para o futuro, tínhamos vidas e ambições completamente diferentes.

Eu estava à caminho do seu escritório, minha mãe fazia um café na cozinha junto com Bárbara, nossa governanta.

Caina, eu estava num dia péssimo. Havia tido aquela breve discussão com o Jay, depois com você, e pra completar bati na traseira de outro carro na volta pra casa. Resumindo, eu não estava com vontade de ver meu pai. Mas quando se tratava dele eu nunca tinha opção. Eu não podia simplesmente dar meia volta e fugir. Para ele isso era um desrespeito e covardia.

Dei duas leves batidas na porta do escritório, esperando sua autorização para entrar. Um minuto depois ouvi a voz baixa e autoritária. Se você achava que eu era arrogante e prepotente, é porque ainda não tinha conhecido ele.

— Boa noite. — o cumprimentei com um aceno de cabeça. Ele tinha a atenção centrada em uma papelada sobre a mesa, o óculos de grau o deixava ainda mais sério.

— Está atrasado.

Suspirei, olhando ao redor. Tudo estava intocável, da mesma forma que deixou quando viajou. Na sua ausência eu não me atrevia a entrar no escritório, além de não ter o que fazer ali, ele não gostava de "intrusos" no seu local de trabalho.

— Tive um incidente. Nada demais. — argumentei, cautelosamente. Subiu o olhar para mim, as grossas sobrancelhas unidas, denunciando a preocupação. Ele quase nunca me olhava, exceto quando dizia algo para chamar sua atenção.

— Devo me preocupar com esse "incidente"? — questionou com o tom acusatório. Neguei de imediato.

Qualquer chance, mesmo que mínima, de manchar a imagem perfeita do magnata respeitado na elite da sociedade, o fazia franzir o cenho e especular soluções. Ele me desertaria caso eu manchasse sua imagem.

— Eu já resolvi. Não se preocupe. — afirmei, sério. Ele assentiu. — Então, o que precisa falar comigo? Suzana disse que queria me ver.

— Não posso querer ver meu filho, Colin? Tenho que ter algum interesse por trás, é isso?

Dei de ombros, rumando até o frigobar no canto do cômodo. Nós dois sabíamos que era assim. Eu nem precisava dizer isso em voz alta.

— Só fiquei surpreso em querer me ver. Apenas isso. — murmurei enquanto buscava por uma cerveja.

— Certo. Como anda a faculdade?

E ali iria iniciar sua sessão de perguntas. Se havia algo mais importante que as empresas fundadas pelo meu avô, era a minha faculdade. Para meu pai era mais que fundamental eu ter notas excelentes, presenças garantidas e um aprendizado espetacular. Entende o por que de eu não poder ter distrações? Não era só minha vida em jogo. Era também todo o magnifico e perfeito plano que fora posto na minha vida.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora