40 ¶ Essa sou eu, Caina Díaz

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— Caina?

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Caina?

Eu tinha todos os motivos do mundo para ser quem era. A garota problemática em busca de aprovação, de perfeição. Havia cometido tantos erros, tantas burrices... Minha vida parecia sem rumo. Por muito tempo vivi debaixo das asas de Jay Sherman, e quando o perdi, também me perdi.

Então foi assustador quando alguém chegou na minha vida e me fez sentir tudo de novo. O sentimento bom, não só borboletas, como um zoológico inteiro na boca do estômago, as leves e abrangentes pontadas no peito, o coração acelerado e a ansiedade. A paixão. A intensidade e a pureza do amor. Sua nobreza me encantou, Colin.

Depois de trair o Jay eu comecei a questionar se devia ser feliz. O problema era esse: eu não achava que merecia ser. Qualquer sinal de felicidade eu ficava arrumando formas de me sabotar. Sei que sempre falava mal das pessoas que passaram pela minha vida, mas era eu quem acabava estragando elas... Porém, eu gostei de você. Era raro encontrar alguém que via além das nuvens, que oferecia o ombro, o colo. Havia poucas cores na cidade, ninguém dava mais bola para o firmamento, estavam todos vivendo sem notar os prédios se erguendo a volta e engolindo nossa capacidade de reparar nos detalhes.

Você coloriu minha vida, Colin. Você era tudo de bom, altruísta, determinado, confiável, respeitador... Uma pessoa boa. Eu te estragaria, sei que sim, mas o impulso do sentimento que sentia por você me levou até sua porta. Mesmo sabendo que uma hora eu recuaria, avancei. Avancei por ser egoísta, e não corajosa.

— Oi...

Você me encarava com um semblante assustado. Eu não devia estar ali. Na verdade, nem sabia exatamente como cheguei até sua porta. Horas atrás eu estava com Jay, deitada na cama dele preste a tirar a roupa, e de repente me vi como uma pecadora. Me senti no lugar errado, sendo tocada por mãos erradas, beijada pela boca errada.

Me vi nos braços errados.

— O que faz aqui, Caina? É tarde.

Eu sabia! Merda, como sabia!

Você não pareceu feliz me vendo ali e isso me deixou temerosa. Eu achei que ficaria feliz, afinal, não era isso que queria?

Fiquei tomada por uma nevasca interna, por conta das más condições sentimentais provocadas pela aridez de reciprocidade.

— H-mm... Achei que talvez poderíamos tirar o estresse um do outro.

Instantaneamente mordi o lábio inferior.

Como eu era idiota! Tem noção de como me sentia cada vez que abria a boca? Eu até queria ser uma dessas garotas que falam coisas fofas, te encantam com palavras e fazem você se apaixonar facilmente. Só que a única coisa que eu sabia fazer era ser absurdamente trágica. Relações humanas nunca foram meu forte.

Soltou uma risada fria após alguns segundos.

— Você é inacreditável, Caina. Você frustra todas as expectativas que eu já tive em relação a alguém pra mim. — seu semblante tornou-se sombrio. — Não preciso de uma foda às 4 horas da madrugada.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora