Você sempre acreditou fielmente que eu nunca lutava por nada na minha vida, que tudo que eu tinha fora me dado de mão beijada. Mas estava enganada. Eu lutei e aguentei demais pra conquistar minhas coisas. E mesmo que minha arrogância e imaturidade fossem insuportável pra você, foram elas que me mantiveram forte e seguro. Intacto. Toda a minha arrogância me manteve no controle.
Por te defender da ira do Jay eu levaria um esporro do meu pai. Quando eu cheguei em casa àquele dia, a notícia da briga já havia se espalhado e caído na internet.
"O filho prodígio se rebela''
"O herdeiro das empresas Hawkins se envolve em briga"
"A ira de Colin Hawkins"
Esses foram apenas alguns dos títulos dado às reportagens. Isso causou um alvoroço dentro de casa. Quando passei pela porta e encontrei com minha mãe sentada em um dos sofás encarando o quadro a cima da lareira, tive a certeza de que meu dia ainda não havia terminado.
— Oi.
Não me olhou. Possuía a expressão cansada, mesmo que a postura inabalável permanecesse intacta. Era uma mulher de classe, jamais descia do salto ou baixava a guarda. Sempre com a postura ereta e aparência intocável. A mulher perfeita para um magnata respeitado. Assim como meu pai, ela não demonstrava muito amor. Mas eu sabia que me amava, que tudo o que fazia era para meu bem e o de Lucas. Eu queria acreditar que sim!
— Seu pai está no escritório.
— Mãe...
— Vá, Colin! Ele não gosta de esperar.
Entende agora a pressão sobre mim? As consequências vinham como socos no estômago. O olhar de desgosto no rosto dela era sufocante. Eu tinha que ser o filho perfeito, tentar substituir os defeitos do Lucas porque alguém precisava manter o equilíbrio. Desde criança sempre foi assim, se o Lucas errasse, tudo bem. Mas se fosse eu, ah... isso não podia acontecer. Em hipótese alguma! Eu era o futuro dos Hawkins e ninguém além de mim podia dar continuidade a essa responsabilidade. Fui ensinado desde de cedo a superar todos e ser o melhor, porque se estivesse abaixo de alguém, perdia o meu valor.
Acho que nunca reclamei porque isso era tudo o que eu conhecia, não dava pra viver minha própria vida porque não tinha ideia do que fazer caso pudesse. Sonhos, desejos, vontades... Eram meras emoções humanas.
Relutei em bater na porta de seu escritório, meu rosto vermelho, meu lábio inferior rachado. Um futuro empresário não deve descer a certos níveis, e na visão do meu pai, envolver-se com pessoas como Jay era cair na decadência. Talvez você estivesse certa, afinal.
— Entre.
Lentamente girei à maçaneta da porta. Me preparei para encontrar seu olhar indiferente e ouvir seus sermões, ao abrir a porta e avistar Lucas sentado na cadeira em frente a mesa, só consegui imaginar o que ele fazia ali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como Perdi Essa Garota? - I
RomanceColin Hawkins estava com sua vida estrategicamente planejada. Centrado nos estudos e na grande paixão pelo futebol, ele se vê numa encruzilhada ao ter que assumir os negócios da família, sendo obrigado a abrir mão da liberdade e sonhos. No meio dess...