18 ¶ A viagem

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Dois meses se passaram após a noite do jantar

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Dois meses se passaram após a noite do jantar. Eu te ignorei o máximo de tempo que consegui, se eu te encontrava no corredor, passava distante, se eu te via no campo, tentava não te olhar. O que mais dificultou foi tua amizade com o Lucas. A cada semana vocês estavam mais próximos, sempre saindo juntos, voltando tarde. Ele não me contava para aonde iam, eu também não perguntava. Fingia que isso não me afetava nenhum pouco. Mas incomodava pra caramba.

Passaram-se dois meses desgastantes, eu foquei no fim do semestre e nas provas semanais. Finalmente havia chego o fim de semana que ocorreria a conferência na Coréia. Havia arrumado minha própria mala, sempre fiz questão de fazê-la com as próprias mãos. Afinal, se um homem não consegue ajeitar sua própria bagagem, ele não serve para os negócios.

Meu pai já estava na Coreia, então eu viajaria sozinho. Era 23:47 horas e meu voo sairia às 01:00 hora da manhã. O aeroporto ficava bem próximo da minha casa, o check-in já havia sido feito pela internet.

— Já está indo? — minha mãe perguntou ao entrar no meu quarto.

Assenti, apontando para a mala preta sobre a cama.

— Não levarei muitas roupas, voucomprar ternos lá. Sabe que odeio andar com mala.

Ela sorriu.

— Você sempre odiou bagagens, desde criança. Gosta de andar livre. — suspirou, tocando levemente meu rosto. — Às vezes é solitário demais estar sozinho. Devia arrumar uma companhia, filho. Uma mulher forte, de preferência. Uma mulher pode ser tudo sem um homem, mas um homem não é nada sem uma mulher.

Instantaneamente lembrei de você.

Percebi que me apaixonar era inevitável e fazia parte da vida, e uma das melhores partes. Não importava que você não pudesse sentir o mesmo, isso não tinha nada haver com meus sentimentos.

— Estou bem, mãe. Preciso ir ou chegarei atrasado.

Ela me fitou por mais alguns segundos antes de inclinar-se para depositar um beijo casto na minha testa.

— Boa viagem. — desejou enquanto eu me preparava para pegar a mala e sair. — Ah, Colin... Lucas irá com você.

— O Lucas? Por quê? Papai disse que ele ficaria.

— Você não tem dado muita atenção a ele, acho que é importante que façam a primeira viagem de negócios juntos. — explicou, calmamente. — Não se preocupe, ele não vai sozinho, então não ficará no seu pé. Só não o deixe se sentir sozinho.

Qualquer sombra de paz que eu tinha, evaporou. De repente minhas mãos começaram a suar e meu estômago a embrulhar. Engoli em seco, mesmo que não houvesse saliva.

— Quem ele vai levar?

Eu sabia quem. A resposta era muito óbvia, Caina.

Eu odiei o Lucas. Odiei. O odiei porque ele sabia o quão importante seria essa viagem pro meu futuro, e em como você roubava minha atenção, tirava meu foco. Com você lá, seria difícil me concentrar em outra coisa. Porque quanto mais eu te afastava, mais eu te queria, Caina. Cada cédula e órgão meu. Cada átomo do meu corpo.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora