49 ¶ Amor em meio a chuva

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Você vestiu aquela minha camisa azul velha que se acostumou à usar para dormir e sentou no meu colo

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Você vestiu aquela minha camisa azul velha que se acostumou à usar para dormir e sentou no meu colo. O cheiro que nela estava impregnado pertencia a você. Estávamos no balcão, sendo protegidos por uma tenda. Estar sentado naquele lugar me lembrava dos momentos com meus avós, do toque da mão da minha avó em meu rosto, daquele beijo na testa suave que fazia meu corpo estremecer.

Você pegou minha mão e colocou sobre o teu colo, acariciando-a com o polegar. Você não era muito de demonstrar sentimentos (apesar de dizer que era sentimental), você prestava atenção nos detalhes, cada passo, cada gesto, e posso dizer que foi o suficiente pra mim. Suspirei pausadamente, feliz porque causava em mim as sensações acalentadoras.

— Por que não respondeu minhas mensagens? Sei que às visualizou. Passou o dia me punindo por algo?

Eu estava péssimo, e vi que você também estava. Você ficou bem no fim da noite, eu permaneci estressado... Te afastei por não querer dividir minhas frustrações, e você não percebeu. Acreditou que eu estava te punindo. Mas por que eu te puniria, Caina?

— Nós dois temos definições diferentes do por quê não te respondi. Não estava te punindo, mas te protegendo. Não queria te tratar mal. Foi um dia duro. Os dias tem sido exaustivos e estressantes.

Sorriu e me olhou de soslaio. A chuva densa caía lá fora, o som das gotas se chocando com o corrimão do balcão chegava a ser prazeroso.

— Você é do tipo de pessoa que desconta a raiva nas pessoas que não tem nada haver? É isso?

Dei de ombros.

— Exatamente.

— Isso é muito errado, senhor Hawkins. — te olhei com um lado das sobrancelhas erguidas. Pousou o rosto em meu ombro, fechando os olhos e fungando em seguida. — Não faça isso. Não ignore minhas mensagens. Além de ser falta de educação, é desumano.

Minhas falhas talvez fossem maiores que as qualidades. Eu não sabia como te namorar, o que te presentear ou aonde te levar. Eu fazia o que vinha na minha cabeça, o que acreditava que te faria bem; como no nosso primeiro encontro. Pra você estava tudo bem, contanto que eu não te envolvesse no meu mundo de fama e negócios.

— Desumano? Você é a garota má que parte corações aqui, meu amor. — murmurei com diversão. Você sorriu e me beijou.

— Então tome cuidado, Colin. Corações como o seu são mais fáceis de partir. São aqueles que estão amando pela primeira vez. — avisou entre um sorriso inocente e um olhar angelical.

Eu não sorri de volta, Caina.

Meu corpo ficou tenso e meu maxilar travou. Imediatamente lembrei-me das palavras de Jay. Ele podia estar certo? Aquilo era um verdadeiro aviso prévio do que o futuro me reservava? Você era mesmo capaz de acabar com aquilo que tínhamos?

— O que foi? Não levou a sério o que falei, certo? Sabe que só estamos brincando. Não é sério. — disse ao notar minha expressão tensa e meu olhar sombrio. Você engoliu em seco ao analisar minhas feições. — Colin, diga algo! Está me assustando.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora