4 ¶ Te conhecendo

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Devo ter passado minutos com os olhos cravados em você, te analisando curiosamente, observando o mapa bem desenhado do teu rosto, os traços imperfeitos que te tornava perfeita

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Devo ter passado minutos com os olhos cravados em você, te analisando curiosamente, observando o mapa bem desenhado do teu rosto, os traços imperfeitos que te tornava perfeita. Você me lembrava um pouco uma garota que conheci quando criança, o nome dela era: Samantha. Mas todos a chamavam de Sam. Vocês duas possuíam do mesmo humor negro. Disfarçando os sentimentos atrás de comentários sarcásticos. Acho que nem faz ideia do quanto era divertido te observar distraída. Você tinha umas manias estranhas mas que eram absurdamente encantadoras. O modo como contorcia o nariz sempre que estava pensando me mantinha hipnotizado.

— O que está olhando, seu tonto? — seu timbre agressivo me fez despregar os olhos de você e olhar ao redor. Não queria que fôssemos pegos juntos, ainda mais depois de descobrir ser ex do Jay. Esse detalhe não implicava em muita coisa, é só que... eu não queria me envolver nos teus problemas.

Suas sobrancelhas estavam unidas e você me fitava com diversão. Me xingar parecia te fazer bem, então eu simplesmente não me importei. Permiti.

— Estou me perguntando como uma garota como você foi se envolver com Jay Sherman. — você riu. Seu sorriso acendia as maiores chamas dentro de mim, iluminava minha escuridão. Te fitei, curioso com o fato de rir tanto de um comentário tão monótono. Acho que eu não fui o primeiro a te fazer essa pergunta, não é? — O que é tão engraçado?

— O fato de Colin Hawkins estar sentado ao meu lado. — disse, fingindo empolgação. — Nunca pensei que seria importunada por alguém como você.

Faz noção do quanto despertava meu interesse cada vez que abria a boca, Caina?

— Não é como se fosse algo impossível.

Sim, deveria ser impossível. Eu não sentava com garotas debaixo de arquibancadas ou as seguia depois de serem humilhadas publicamente. Minha vida se resumia ao meu ciclo social, nada mais ao redor possuía minha atenção.

— Na verdade, é sim. — retrucou automaticamente, e deu de ombros. — Anda entediado com a maravilhosa e perfeita vida na elite? Resolveu fazer boa ação antes de se formar?

Foi interessante o modo como falou sobre minha vida. Percebi uma pitada leve de ranço em cada palavra, como se abominasse meu estilo de vida.

— É isso que as pessoas pensam? Que levo uma vida perfeita? — perguntei, curioso. Você persistiu com os olhos grudados nos meus, o divertimento que exibia no canto dos lábios me fez sorrir.

Dificilmente eu sorria. Eu não gostava. Não era um movimento que ocorria frequentemente na minha vida. Mas você Caina, você conseguia me fazer sorrir constantemente. Sorrir pra você se tornou tão natural quanto respirar.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora