19 ¶ A dona do meu coração

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Ficar naquele avião com você foi uma dolorosa tortura

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Ficar naquele avião com você foi uma dolorosa tortura. Lucas dormiu na maior parte tempo, e na menor, comeu. Quando pousamos em solo coreano e desembarcamos, finalmente consegui puxar o ar normalmente sem medo de sentir seu cheiro impregnando nas minhas narinas.

Um motorista nos aguardava ao lado de fora, nos levou diretamente ao hotel, onde nos hospedaríamos. Lucas estava muito empolgado, e eu notava isso nos olhos brilhantes e sorrisos empolgantes. Você também, Caina. E não procurava disfarçar. Era como duas crianças soltas em um parque de diversões, encantados com todos os prédios, as paisagens, as pessoas. Embora o tempo nublado não nos permitisse desfrutar mais, isso não pareceu incomodar vocês.

— Que incrível! — balbuciou assim que adentramos no saguão do hotel. — Parece até um sonho estar num lugar como esse. Só vi lugares assim nos filmes... Na realidade é muito mais bonito.

Lucas concordou.

— Vamos apenas deixar as malas no quarto. Precisamos urgentemente de um tour pela cidade. — disse e me olhou. — Você vem com a gente, Colin? A comida aqui deve ter ainda mais incrível!

Era uma pergunta tola, Caina. Nem se eu quisesse eu poderia. Infelizmente aquela viagem fora planejada com o intuito de me manter preso aos negócios. Diversão não estava incluso. Nem nas horas vagas.

— Eu vim a trabalho, se não se lembra. — respondi, rudemente. Vocês dois me encararam, desconfortáveis com meu humor. Suspirei em frustração. "A trate bem, Colin". — Podem ir, não se preocupem comigo. Tenho que trabalhar.

— Não é possível que não tenha tempo para se divertir. — comentou, curiosa. — Mal chegamos e já precisa ir trabalhar? A conferência não é só amanhã? Ainda pode fazer algo hoje.

Eu gostei de como, mesmo imperceptível, deixou claro que queria minha companhia. Só que dessa vez não tinha nada haver com você ou com  o Lucas. Tinha haver comigo e meu futuro como presidente das empresas. Precisava de todo o tempo livre para me preparar para enfrentar homens de negócios que seriam de extrema importância no meu futuro. Eles não perdoariam um erro meu, mesmo que mínimo ou insignificante. Lucas percebeu através do meu olhar.

Foi duro perceber - mais uma vez - que minha liberdade era algo ilusória.

— Caina, Colin precisa se preparar. Amanhã será muito importante, ele não pode desfocar. Tenho certeza de que se pudesse, ele viria com a gente.

Você me olhou, como se esperasse uma afirmação. Forcei um sorriso amarelo.

— Sim, se eu pudesse eu iria.

Talvez houvesse uma pitada de sinceridade na minha resposta. Bem lá no fundo, se cavasse bem, encontraria a verdade da qual eu tanto camuflava. Eu realmente senti a extrema vontade de jogar tudo pro alto e ir com vocês, me divertir como nunca e aproveitar cada momento. Aquele remoto desejo de viver um pouco antes de me prender ainda mais aos outros fez com que minha empolgação quanto a conferência sumisse.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora