Colin Hawkins estava com sua vida estrategicamente planejada. Centrado nos estudos e na grande paixão pelo futebol, ele se vê numa encruzilhada ao ter que assumir os negócios da família, sendo obrigado a abrir mão da liberdade e sonhos. No meio dess...
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Eu tive mil e um vislumbre de dias perfeitos ao teu lado. Mas o nosso jantar no terraço de um hotel em Seul fez com que todos eles soassem absurdamente fantasiosos. Eu estava tão ferrado, Caina. Podia sentir nitidamente na forma como meu corpo reagia a cada movimento seu.
Você terminou de comer mais rápido do que qualquer pessoa normal teria. E falava tanto, uma tremenda tagarela. Contava sobre lembranças distantes, trocando de assunto antes mesmo de encerrar os outros, eu tentava te acompanhar mas quando dava por mim já não sabia nem o que ouvia. Os olhos brilhavam ao contar dos desejos para o futuro. Os inúmeros sonhos (a maioria impossível), mas o jeito que falava, com determinação, me fazia acreditar que tudo era possível.
— Estamos algumas horas aqui e já sabe praticamente tudo sobre mim, enquanto eu não sei quase nada sobre você. Me fala algo sobre você, Colin. Algo que ninguém mais saiba. — pediu.
Eu sorri. Sorri porque, só havia algo sobre mim que ninguém mais sabia, Caina, e acredito que naquele momento, onde eu me encontrava tão vulnerável, você seria a última pessoa a quem eu contaria.
— Se algum dia eu estiver pronto para contar, prometo que será a primeira a saber.
Dizem que promessas devem ser cumpridas. E se elas tiverem o poder de te machucar? Ainda assim devemos cumpri-las?
Curvou os lábios num sorriso sorrateiro, duvidando das minhas palavras.
— Promessas são como um disparo. Quando você atira, não há volta. — filosofou. — Manterei isso em mente. Espero que não se esqueça!
— Ok, senhorita. — murmurei entre um riso. — O que cursa exatamente na faculdade? Acredito que nunca tenha perguntado isso, mesmo que já tenha deixado óbvio a paixão por carros e a loja da família.
Novamente o brilho nos olhos. Aquele brilho capaz de iluminar qualquer treva.
— Pra falar a verdade, você nunca perguntou nada que não tivesse relacionado aos meus problemas amorosos. — retrucou, risonha. — Mas respondendo a sua pergunta, curso engenharia mecânica. Estou no meu último ano e em breve começarei a enviar currículos. Seu pai não investe em mecânica, não é? Me avise quando investir. Já estou atrás de vagas.
Sorri.
— Aviso sim. O que pretende fazer quando concluir os estudos?
Enviou-me um olhar meio que óbvio. A resposta era bem óbvia.
— Construir carros!
Não fiquei surpreso com a escolha do curso, sua paixão sempre fora a mecânica, levando em conta o amor pela oficina do seu pai.
— Você parece gostar bastante disso...
Sabe quando a gente dá doce pra uma criança? Foi exatamente isso que fiz contigo. Era tão fácil te prender à uma conversa. Eu só precisava falar de algo que você amava, que rapidamente começava a se soltar, sem vergonha alguma.
