2 ¶ Quem sou eu

4.9K 434 45
                                    

No dia seguinte, ao chegar na universidade, os murmúrios sobre a confusão da noite passada foi o que mais percorreu aqueles corredores

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No dia seguinte, ao chegar na universidade, os murmúrios sobre a confusão da noite passada foi o que mais percorreu aqueles corredores. Todos queriam conhecer a misteriosa garota que bateu no Jay. Mas ninguém quis saber como você ficou, o por quê de ter feito o que fez e se superaria o término. Ninguém queria saber o que você sentia. Estavam preocupados demais em apenas fofocar, espalhar boatos e fazer especulações. Seus motivos se tornaram interrogações perdidas entre especulações

— O que acha sobre isso? — Kart indagou de repente. O olhei de soslaio, confuso com a pergunta.

— Sobre o quê?

Olhou ao redor, para o campus, onde vários grupos de classes diferentes ocupavam um único espaço. O ar gélido era até que prazeroso no horário da manhã. — Sobre o que aconteceu ontem na festa...

— Não é da minha conta. — respondi direto, encerrando o assunto.

Os garotos não perdiam seus preciosos tempos discutindo comigo. Não que eu fosse algum idiota arrogante, bem, eu era arrogante e até um pouco egocêntrico. Mas o fato é: eles detestavam meu mal humor, e por conta disso evitavam me importunar sem necessidade.

Continuamos a conversar sobre assuntos aleatórios, Yong sempre contando de suas descobertas culinárias. Seu pai possuía uma rede de restaurantes chinês espalhados pela Europa, ganhavam muito dinheiro no ramo da gastronomia chinesa. Ele tinha orgulho do filho, principalmente pelo mesmo ter optado espontaneamente seguir a carreira dos seus ancestrais.

Kart, ao contrário de nós, não seguiria com os negócios de família. Sua família tomava conta de vinícolas na Itália, a maior parte estava centrada exclusivamente próximo à Sicília. Ele queria se formar em direito e concorrer à um cargo de juiz. Mas não achei que conseguiria. Não que ele não fosse capaz. Ele era, mas precisava de mais dedicação e menos distração.

Valentin também não seguiria os passos do pai, um renomado cientista. E eu, eu estava no caminho certo, muito perto de me tornar um dos mais jovens a administrar um império. Minha família expandia os negócios em vários países, de rede de hotéis à imobiliárias, petróleo, joias e etc. Meu pai não se contentava em trabalhar com apenas um produto, ele queria sempre mais, e comigo obviamente não foi diferente.

— Olha quem está vindo aí... Não é a garota de ontem? — Kart me tirou dos meus devaneios.

Estávamos escorados no corrimão da escadaria que dava acesso a entrada principal da universidade. Apesar do tempo nebuloso, gostávamos de ficar ao ar livre. Os cochichos ao redor se intensificaram a cada passo seu, eu te olhei quase que automaticamente.

Você não era uma daquelas garotas que gritavam roupas caras e maquiagem perfeita. Você nem ao menos usava maquiagem. Vestia uma calça preta, blusa simples, branca, e uma jaqueta de couro azul tite. Seus cabelos soltos, como sempre costumavam estar. Caminhava de cabeça erguida, olhar sério e lábios friccionados. Ao seu lado, o mesmo garoto de antes, diferente de você ele não andava com tanta firmeza e confiança. Aparentava incomodado com tanta atenção que recebiam.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora