Colin Hawkins estava com sua vida estrategicamente planejada. Centrado nos estudos e na grande paixão pelo futebol, ele se vê numa encruzilhada ao ter que assumir os negócios da família, sendo obrigado a abrir mão da liberdade e sonhos. No meio dess...
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Após tantas palavras duras, você recuou um passo. Não soube distinguir o que se passava dentro da tua cabeça, quais pensamentos te assombravam, quais atitudes esperava. Não era fácil te quebrar. Não era fácil te afetar. Parecia impossível atravessar aquela barreira que havia construído em torno de si. Você dizia que eu era arrogante e egoísta mas não é bem assim. Eu nunca fui de acreditar em finais felizes, jamais mendigaria amor de alguém como você. Alguém indisposto a amar.
— Não se ache muito, Caina. Você não é alguém que eu deposite tanta confiança. Foi bom enquanto durou. Nos divertimos, ficamos, transamos... Mas a realidade chegou, certo? Em algum momento tínhamos que retornar ao nosso mundo.
Riu ao balançar a cabeça, desacreditada.
— Quer saber? Me enganei a teu respeito. — balbuciou, seca. — Boa noite.
Quando você voltou para o Jay, meu único problema foi estar sóbrio. Não me importei com o fato de ter que estar cedo na empresa na manhã seguinte, ou com a imagem séria de um CEO. Eu já não podia mais curtir a vida como alguém normal. Eu tinha uma imagem a zelar. E esse era um dos vários motivos pra me afastar de você: Tua ausência arrancando o meu controle.
— Oi, Colin... — uma garota se aproximou de mim durante meu caminho de volta a festa. Você estava com o Jay a poucos metros da área reservada. Eu podia te ver claramente.
Quando sentei em uma das almofadas, bem ao lado de Vale, a amiga da namorada, sentou ao meu lado. Ela era bem bonita, o tipo de garota que Kart levaria pra casa. Mas não eu.
Normalmente a evitaria e arrumaria uma desculpa para me afastar. Só que eu queria desesperadamente te fazer sentir o mesmo que eu sentia.
Talvez eu estivesse com ciúmes.
É óbvio que era ciúmes.
— Oi...
A olhei de soslaio.
— Oi.
A garota pareceu surpresa por eu respondê-la. Ela sorriu ainda mais, passando uma das mãos sobre meu ombro direito, confiante.
— Lola disse que você estaria sozinho hoje...
Franzi o cenho.
— Quem é Lola?
Apontou para a namorada do Valentin, que cochichava algo em seu ouvido.
— Minha amiga. A que está com seu amigo. Sou Talia. Muito prazer.
Talia e eu conversamos por quase toda a noite. Ela era legal, tinha um papo interessante e sabia se envolver sem vulgarizar. Não era nenhuma oferecida como havia julgado antes. Nos damos bem, Caina. E você percebeu isso, né? Viu que eu podia facilmente gostar de estar com outra pessoa, por isso fez com que ela se afastasse.
No meio da minha conversa com Talia, você apareceu. Se aproximou com a desculpa esfarrapada de falar com o Lucas, sentou perto dele e puxou conversa. Rapidamente se enturmou. Até mesmo Abie ficou empolgada ao conversar contigo. Vocês duas tinham o mesmo senso de humor negro, a facilidade de encantar as pessoas.
