50 ¶ O golpe fatal

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Em pouco tempo você me ensinou a ser capaz de enfrentar todos os meus medos, e a me importar com o problema dos outros

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Em pouco tempo você me ensinou a ser capaz de enfrentar todos os meus medos, e a me importar com o problema dos outros. Carregava comigo o mundo nas costas, mas ainda assim consegui pregar os olhos, e tudo porque você estava ao meu lado. Naquela mesma noite, Lucas bateu na porta. A chuva continuava tão intensa quanto antes, e ele estava ensopado. Eu quase não percebi as lágrimas que se fundiam com as gotas da chuva. Ele parecia desesperado, soluçando e tremendo.

Doeu vê-lo assim, Caina.

No fundo do poço.

Todos nós, pelo menos uma vez, já estivemos lá. É escuro, frio e assustador. Não há ninguém. Nada. Só a solidão.

— Colin... — balbuciou entre o choro.

Ele parecia preste a desabar, como se não suportasse mais o peso do próprio corpo. Foi duro de assistir.

— O que aconteceu com você?

Me encarou entre as lágrimas.

— E-ele conseguiu... Conseguiu fazer com que eu me sinta um lixo por ter me aceito. Ele conseguiu fazer com que eu me sinta arrependido. — despejou, pausadamente. Ele chorou ainda mais, jogando-se em meus braços e soluçando entre meu peito. Lembrei-me de quando tinha seus 5 anos e chorava por nosso pai não aparecer pra colocá-lo pra dormir. — Eu o odeio, Colin. Odeio tanto que dói!

Eu não pensei duas vezes antes de colocá-lo pra dentro de casa e sentar com ele no sofá. Eu estava com raiva do nosso pai, uma raiva desconhecida por mim. Acho que nunca senti tanta fúria, tanta frieza e indiferença em relação a alguém.

— Fique aqui.

Ele ergueu a cabeça instantaneamente.

— Aonde vai? Não vai pra casa, né? Por favor, Colin! Isso só pioraria minha situação. — chiou, claramente emotivo. Suspirei. — Lembre-se que não dá para intimidá-lo! Isso vai nos machucar ainda mais. Ele não sabe quando parar. Acabou com a minha vida uma vez e está acabando de novo, já estou cansado disso.

Para minha sorte, ou azar, você surgiu.

Ao abaixar o olhar para Lucas e constatar seu estado, você entreabriu os lábios e estreitou os olhos. Não hesitou em correr até ele e examiná-lo minuciosamente, agia como se fosse uma irmã mais velha, fazia o papel que eu deveria mas que simplesmente não conseguia. Toda vez que chegava o momento de eu demonstrar meus sentimentos pelo Lucas, eu travava.

— Por que está molhado, Lucas? O que aconteceu com você? Vai pegar um resfriado! — exclamou, preocupada. Você me olhou, erguendo um lado das sobrancelhas. — Pegue uma roupa seca pra ele. Não fique só olhando!

Lucas chorava freneticamente, as lágrimas começavam a vim secas, sem líquido. Soluçava entre a respiração pesada.

— O que fizeram com você?

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora