57 ¶ Você me deixou

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Lucas não disse uma palavra

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Lucas não disse uma palavra. Absolutamente nada. Controladamente levantou e dirigiu-se para fora. Separei os lábios na menção de pará-lo, mas simplesmente não tive coragem de dizer algo. O que eu poderia fazer que não causasse mais danos? Qualquer palavra que eu dissesse resultaria numa catástrofe. Enass e a irmã foram embora em seguida.

— O que significa tudo isso? — minha mãe indagou após um tempo. Ela encarava fixamente a mesa, o semblante sério. — Que direito os dois tem para decidir a vida do Lucas?

— É o certo a se fazer. — Ali Nijat respondeu. Ele levantou da cadeira ao mesmo tempo que arrumava o terno. — Essa decisão garantirá o futuro de ambas as famílias. Ninguém sairá perdendo, Eveline.

— Exceto meu filho Lucas. — rebateu, passou a fitar meu pai. Ela soava extremamente chateada. — Se permitir que isso aconteça, eu nunca vou te perdoar. Nenhum de vocês dois.

Minha mãe foi a terceira a se retirar.

— Temos um acordo. Não irei recuar. — Ali Nijat informou. Ele acenou. — Senhores. Senhorita. Nos veremos em breve.

Ele foi embora, deixando-me no caos.

— Está satisfeito agora? — esbravejei, indiferente. Ergui o olhar até meu pai. — O poder tem que ser muito importante pra você para preferir destruir a própria família do que perdê-lo. Tenho vergonha de ser seu filho.

Sem esperar uma resposta, me levantei e sai da sala. Fui direto para o meu quarto, a raiva que sentia acabou me fazendo esquecer que você e seu pai estavam presentes. Entrei naquela escuridão e fitei as janelas de frente a porta. Permaneci estático no lugar por longos minutos, sem saber exatamente o que fazer.

Não demorou muito para você bater na porta e entrar. Sentou na cama e me encarou. Seu silêncio me assustava porque eu não tinha ideia se sentia raiva ou estava gradualmente aprendendo a me ignorar.

— Fala alguma coisa. — pedi, sentindo teu olhar me queimando. O sufoco no peito fez com que eu respirasse com dificuldade.

— Qualquer coisa que eu diga agora, pode resultar em nós dois nos odiando. É melhor eu ficar calada.

Engoli em seco.

— Não! Preciso ouvir de você. Preciso que me diga no que me tornei.

Levantou e se aproximou. Ao te olhar nos olhos... Caina... Eu já tinha ouvido histórias de pessoas quebrando as outras com palavras, as matando com raiva e decepção. Mas vivenciar isso na pele é bem pior. Não há como descrever.

— Você se tornou um ser humano horrível, mas não culpe o mundo por isso. Culpe a si mesmo, por ser fraco o bastante para deixar que esse teu ''mundo" tenha arrastado os que ama junto contigo. — naquela altura você chorava. As lágrimas vieram como cachoeiras. Me senti pior ainda.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora