Colin Hawkins estava com sua vida estrategicamente planejada. Centrado nos estudos e na grande paixão pelo futebol, ele se vê numa encruzilhada ao ter que assumir os negócios da família, sendo obrigado a abrir mão da liberdade e sonhos. No meio dess...
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Naquela tarde na lanchonete, esquecemos quem éramos e apenas conversamos como duas pessoas normais. Não houve briga ou troca de farpas, você não era de um mundo diferente do meu. Lucas te fez sentir parte de nós. Ele tinha esse dom. O dom de tornar os piores inimigos em melhores amigos.
—... resumindo, você passou quatro anos em um internato na suíça? — indagou perplexa, me olhando sorrateiramente, como se - de alguma maneira - esperasse que eu desmentisse toda a história.
Lucas contava sua experiência no internato, cada detalhe com precisão. Ele não parecia se envergonhar de falar sobre o que passou, ou em como quase morreu por conta das drogas. Muito menos vergonha dos meses enfiado numa depressão profunda onde recorrer a remédios fora sua única salvação.
— Não foi ruim. Na verdade, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. — relatou, inexpressivo. Ele me olhou. — Não sei o que teria acontecido se eu tivesse continuado aqui.
— Mas você ficou quatro anos sem ver ninguém! Nem a família, amigos...
Lucas te interrompeu.
— Isso salvou minha vida, Caina. Não é o suficiente? Há decisões na vida que fazemos que nem sempre entendemos. — concluiu, sabiamente. Sorriu. — Já chega de falar de mim, quero saber algo sobre você. O que faz da vida? De onde se conhecem?
Eu apenas observei vocês dois enquanto tomava um refrigerante. Eu queria muita ouvir tua resposta. Você sorriu meio constrangida por se tornar o foco, passou uma mecha do cabelo para trás da orelha e baixou a cabeça, logo em seguida mordiscou o lábio inferior. Soava tão nervosa, mas ao mesmo tempo empolgada.
Quando eu te olhava tinha a impressão de estar em um outro mundo, um daqueles universos paralelos onde tudo é possível. Eu esquecia de todo o resto.
— Não há muito pra falar sobre mim... — começou num murmúrio, quase inaudível.
— Não acredito nisso. — rebati com os olhos semicerrados.
Você ergueu o olhar para mim, juntando as sobrancelhas, como se se questionasse o que eu esperava.
— E o que quer saber, exatamente? — indagou, como se minha resposta fosse um desafio. Dei de ombros, incerto. Saber qualquer coisa sobre você já seria o suficiente. Não havia nada específico. Mesmo assim, optei por ir pelo caminho mais árduo, aquele em que estaria arriscando uma tarde prazerosa.
— Conte sobre tua relação com o Jay.
Teu sorriso desafiador, murchou. Lucas te olhou, curioso e desconfiado. Ele não sabia nada sobre esse assunto, então também não entendia o quão imbecil eu estava sendo a ponto de te fazer entrar num assunto que obviamente te feria.
— Quem é Jay?
— Por que insiste tanto nesse assunto? Isso não te envolve em nada! — grunhiu, séria. — Jay e eu nos conhecemos desde criança, praticamente fomos criados juntos...
