43 ¶ O ponto final

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— Como a maioria aqui deve saber eu sou o filho mais novo do grande Hawkins, e estive ausente por uns anos, mas agora estou de volta

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— Como a maioria aqui deve saber eu sou o filho mais novo do grande Hawkins, e estive ausente por uns anos, mas agora estou de volta. O motivo por eu estar aqui é para assumir...

Sabe quando você tem a sensação de poder observar algo muito ruim acontecer em câmera lenta? Tudo é muito complicado nessa vida, e alguns problemas só podem ser resolvidos na briga. Meu pai nunca encostou um dedo em mim, mas ele já tinha encostado no Lucas. E na segunda vez que fez isso foi pelo mesmo motivo: a sexualidade dele. 

Para ele era catastrófico ter um filho gay.

Quando Lucas estava preste a se assumir perante as câmeras, meu pai rumou violentamente à direção dele e Sarin, ele bufava pelas narinas, tão transtornado que esqueceu que tudo estava sendo filmado. A primeira reação dele ao chegar no Lucas foi desferir um forte tapa em seu rosto, a intensidade fez com que Lucas recuasse, atordoado. Ele deve ter usado toda a sua raiva naquele golpe, porque o rosto do Lucas rapidamente ficou vermelho, marcando cada dedo na pele.

Ao meu lado, minha mãe levou ambas as mãos a boca, perplexa com essa atitude. Você entreabriu os lábios em choque, igualmente ao restante presente. Ninguém esperava por isso. Nem mesmo eu.

— O que pensa que está fazendo? — ele questionou, exasperado.

Sarin tufou o peito, se colocando entre os dois.

— Ele só está fazendo o que deveria ter feito há quatro anos atrás quando o mandou pra Suíça só porque é gay! — o defendeu num tom elevado. Um alvoroço se estabeleceu ao redor, os cochichos e murmúrios foram se tornando cada vez mais alto.

Eu não sabia muito bem o que era amor, mas ao vê-lo defender o Lucas com garras e dentes, sei lá... Acho que era aquilo.

As palavras tem muito poder, mais até que qualquer magia, feitiçaria. É preciso tomar cuidado com elas, ou você acaba se auto destruindo. Foi exatamente isso que meu pai fez quando resolveu responder Sarin. Havia tanta frieza em seu olhar, superioridade e fúria. Eu nem o reconheci. Aquele definitivamente não era o homem que eu queria chamar de pai.

— Você nem devia estar na minha casa, garoto. Pessoas como você devem estar na sarjeta! — cuspiu as palavras. Ele levantou um lado das sobrancelhas, erguendo o queixo. — Tenho vergonha de ter você como filho. Saíam da minha casa! Agora! São uma vergonha! Eu nunca mais quero te ver. Você está fora dessa família!

— Colin! Faça algo! — minha mãe pediu, desesperada. — Por favor... Ele vai expulsar o Lucas! De novo! Ajude-o! Faz alguma coisa!

O que eu poderia fazer, Caina?

Ir lá, me meter entre os dois e dizer que ele não podia fazer isso com o Lucas?

É, eu devia ter feito isso.

— Pai... — Lucas balbuciou em um sopro.

Meu pai se negava a olhá-lo, era como se o Lucas queimasse sua visão.

Como Perdi Essa Garota? - I Onde histórias criam vida. Descubra agora